Recruta nº 23

Estava-me a rir com o Vince, tinha esquecido completamente de todas as minhas dores e prometido a mim mesma que não me afetariam mais.
- O QUE SE PASSA AQUI - disse Blaine com uma gargalhada sádica - UMA PESSOA VAI BUSCAR COMIDA PARA VOS ALIMENTAR E ENCONTRA RISOS !
Agora é que tinha a certeza que não ia comer, numa recrtua não se pode descansar, por mais que isso custe.
Se eu não tivesse a certeza da que os dois “vampiros” eram agentes treinados da CHERUB, se tivesse solta já tinham levado uma lamparina cada um à muito tempo.
-Oh !desculpa, mas eu estou cheia de fome, eu faço tudo o que quiseres, mas deixa-me comer, por favor- respondi, numa voz de sofrimento- por favor, faço tudo o que quiseres, o que quiserem , o que quiserem , mas por favor, já não como à horas.
Mas logo que acabei de dizer isto arrependi-me, tudo o que eles quisessem não era de certeza algo bom de se fazer.

Talvez os três pupilos desejassem não ter saído dos seus quarto, mas eu estava tão mais feliz assim, em vez de um, tinha três agora!
Finn fazia rolar as setas afiadas nos seus dedos enquanto eu me passeava pela sala.
- Vocês fazem demasiadas perguntas! Não podem simplesmente aceitar os nossos jogos sem questionar?! Quanto mais questionam mais tempo perdem. TEMPO QUE PODÍAMOS ESTAR A BRINCAR!
Os rapazes pareciam não perceber. A confusão nas cabeças deles era digna de ser louvada, afinal estavam perante alguém que os queria matar de forma sangrenta e alguém que queria cuidar deles, de forma não tão sangrenta.
- E tu? - dirigi-me para o rapaz do canto - dizes conhecer a minha história.. E mesmo assim de que te serviu? - disse enquanto passava a mão delicadamente, na zona cortada anteriormente pela seta, no seu pescoço - Dói...? Gosto tanto das vossas caras de dor.. Nunca soube distinguir bem dor e prazer..
"Mas e o jogo?" proferia o rapaz irrequieto e impaciente, o que fazia dele um pouco irritante.
- Calem-se com o jogo! Eu quero brincar! Vamos jogar a isso! Brinquem comigo! Divirtam-me. Contem-me as vossas histórias. Contem-me a minha. Inventem. Sonhem. E se eu não gostar, o meu papá castiga-vos. Gostam?
Os rapazes pareciam incrédulos. Finn soltara uma gargalhada que havia ecoado por toda a sala.
- Ouviram a minha pequena! Façam o que ela diz. E façam o favor de falhar! Para eu também me divertir.
Mal sabiam os rapazes que não passava de um pretexto para que mais objectos voassem pela sala, mas nunca fica mal deixá-los tentar.

A rapariga queria ouvir as nossas histórias por isso eu contei como tinha sido a minha recruta até agora .
-Primeiro fiquei numa cela durante bastante tempo com um rapaz chamado John que estava enforcado , depois apareceu uma zombie do nada e obrigou-me a comer um bocado dela , depois disse para jogarmos a um jogo em que eu tinha de atirá-la da janela e eu ia atirá-la só que ela não gostou lá muito da minha atitude e mandou-me com pedras á cabeça e fez-me um corte na perna , depois encontrei os meus amigos o Drake e o Pedro decidimos vir até um quarto descansar onde depois ficamos presos com vocês ! e é esta a minha história .- disse eu

Vince tinha f`e que Blaine estivesse um pouco mais calmo quando voltasse. Como sabia que ele n~ao gostava de ver Sarah a chorar desalmadamente, limpou-lhe as l`agrimas, e at`e lhe contou uma piada para ela se acalmar. Tudo para que ficase tudo perfeito para Blaine. AZAR DOS AZARES, ELE TINHA DE ENTRAR NO EXATO MOMENTO EM QUE ELA SE ESTAVA A RIR...E ARMAR-SE EM DRAMA QUEEN! E claro como o Blaine `e o Blaine, n~ao lhe bastava ser uma drama queen, ainda tinha de ter um ataque de furia. Se Vince tivesse uma parede `a frente, teria batido com a cabec,a l`a at`e fazer um galo. "Sinceramente, `as vezes penso que devia ir para bombeiro", pensou ele.
-Amor, tem calma! - dise Vince, abrac,ando/o por tras e passando dois dedos pela coluna para o acalmar. - estava s`o a tentar fazer esta estupida para de chorar baba e ranho, porque sei que tu n~ao vais ficar chateado comigo, pois n~ao?
E ent~ao Sarah decide faze a sua intervenc,ao:
-Oh !desculpa, mas eu estou cheia de fome, eu faço tudo o que quiseres, mas deixa-me comer, por favor- respondi, numa voz de sofrimento- por favor, faço tudo o que quiseres, o que quiserem , o que quiserem , mas por favor, já não como à horas.
Vince olhou sugestivamente para Blaine.
-Parece que vais ter agora a tua aportunidade de vinganc,a! - disse, sorridente.

Não acreditava naquilo, mais uma vez estava preso com alguém que me torturaria com toda a certeza.
Era uma rapariga com o seu suposto pai, ela queria que lhe contássemos a história que já vivêramos naquele castelo, e eu contei, e no final disse:
-Olha se vires a Niki e a Bea diz que tenho saudades delas. - Disse para tentar descobrir se a rapariga estava interligada com as outras duas com quem eu estivera um mês
Jonh tinha uma navalha, e eu um canivete suíço, pena não lhes ter contado isso, pois agora isso poderia-nos levar a tomar uma iniciativa de assumir o controlo daquele sala, por mais difícil que fosse.
A seguir, quando a rapariga e o rapaz estavam a falar um com o outro sobre o que nos iam fazer eu disse:
-Eu tenho uma espécie de navalha, querem tentar fugir?
-Fala baixo. - sussurrou Drake.
-Tenham calma, todos nós sabemos o que nos espera se tentarmos fugir. - continuou Jonh.
-Ficar aqui também não irá ajudar de certeza. - disse num tom sarcástico - se fugirmos tentamos ir para as catacumbas, passei um mês a vaguear por lá, sei de um sítio inclusive por onde podemos fugir de dentro do castelo.
E o Drake disse:
-Impossível, eu já estive preso com aquele rapaz, não irão querer fazer isso.

-Parece que vais ter agora a tua a oportunidade de vingança! - disse, sorridente.
Estava tão furioso com eles os dois, Rir, às custas de que ela parasse de chorar, acho que a preferia aos gritos, ali a espernear-se a sofrer, mas como o meu vince também se estava a divertir bem, não seria nada de mal.
-Bem, já que me posso vingar, vou-lhe dar comida até ela se fartar. - disse chegando-me ao pé dela e dando-lhe comida à boca, enquanto Vince olhava para mim.
''Muito amor tem aquele bicho para dar'' pensei eu para mim ''Porque é que ele tem que ser tão amável, e caloroso que faz impressão''
Continuei a alimentar-me a mim e à Sarah, e não ia deixando nada para Vince até que ele se chegou ao pé de mim e disse
-Então, seus gulosos, comem tudo e não deixam nada para mim?
-Sabes amor, estavamos com tanta fome que só me lembrei de mim, sabes o quão egocêntrico eu sou ! e o quão eu amo frutos vermelhos, e bem aqui a Sarah também estava com fome, não era Sarah ?!
A recruta assentiu enquanto eu lhe dava tostas com doce de amoras, e eu ia comendo igualmente uma outra tosta.
-Frutos vermelhos que delicia -disse olhando para o Vince - Queres amor ?!

Eu e a minha filha estavamos na conversa, mas como sempre atentos a tudo o que se passava, eles também decidiram ter uma pequena soirré, mas como é óbvio nós estavamos em sintonia, eu e a minha pequena alma aperfilhada.
-Sabem meninos, eu consigo ouvir-vos, sou um vampiro lembram-se, este castelo é meu e como é óbvio eu sei tudo o que se passa dentro destas paredes. - disse continuando a rodar as setas nos dedos, enquanto observava tudo o que se passava.
A minha pequena filha já farta de tudo o que se estava a passar e aborrecida disse.
-Papá podemos começar a brincar. - disse ela.
-Calma meu doce, temos que esperar que o Drake lhes meta um pouco de senso na cabeça.
Sim porque Drake já tinha sido meu prisioneiro e sabia o que eu lhes podia fazer.
-Os pequenos querem fugir e não sabem como meu anjo, mas eles irão tentar. - disse fazendo com que os meus olhos brilhassem - Setas, é isso que me apetece jogar, que tal meu amor!?
-Tenho uma ideia, podemos utiliza-los como alvo - disse eu - Iria ser divertido.
O meu trono iria ser algo de onde eu não me iria mexer, mas com muita certeza que iria conseguir tudo o que queria com a minha pequena ao lado.
-Que achas meu amor?

Passado algum tempo já estava cheia, e com comida suficiente no estomago para um bom bocado de tempo. Nunca gostei muito de frutos vermelhos, mas quando se está com fome come-se tudo.
Ter de comer muito de algo que não se gosta não é a coisa mais agradável do mundo.
Nunca, mas nunca de nunca se deve dizer numa recruta “eu faço tudo o que vocês quiserem se..”,é a pior coisa que se deve fazer.
Por algum motivo, Blaine não dava nada ao seu namorado, este, seguia os frutos com os seus olhos vermelhos, também devia estar cheio de fome.
-Não quero mais! Depois quando voltar ao campus poem-me num treino exaustivo, para perder a gordura que vocês estão a dar-me.- disse , mesmo sabendo que frutos não criavam gordura.
-Estás cheia, é?- perguntou quem me estava a alimentar, numa voz sarcastica.
- Só por acaso sim, porque é que não dás ao teu namorado, parece estar cheio de fome- respondi-lhe virando a cabeça para não comer mais.- ele e crianças em áfrica estão a morrer de fome e tu estás aqui a empanturrar-me, vais gostar imenso de me ver a correr até vomitar, não vais?
Quando acabei de falar e me lembrei do campus, pensei nos outros recrutas que estavam a fazer a recruta comigo, como é que se estariam a sair? Desde que não quisessem bater nas pessoas que estavam com eles com a primeira coisa que aparecesse quando tivessem a mais pequena hipotese estariam melhor do que eu.

Acordei passado algumas horas,como tinha alguma fome tirei a ultima sandes da minha mochila e comi., quando acabei de comer decidi ir a procura de alguem.
Arrumei as minhas coisas na mochila e agarrei a navalha, pois queria ter como me defender se algo ou alguem me tentasse atacar.
Saí da sala onde dormira e comecei a procurar outros recrutas , mas foi em vão, depois de ter andado durante algumas horas pelo castelo, não encontrei ninguem nem nada.
Parei para pensar, e lembrei-me que tinha o livro do castelo. Abri o e comecei a procurar no mapa do castelo a cozinha, segui o mapa e foi a procura.
Quando cheguei vi a porta da cozinha fechada á chave, mas pars era facil de abrir com o canivete como tinha aprendido nos meu treinos. Entrei , comecei a vasculhar por comida e agua, mas nada quando me estava a ir embora reparei numa lancheira em cima se uma mesa circular.
Abria, la dentro estava algumas sandes e duas garrafas de agua. Sentei-me e Bebi um pouco de aguá . Como ja se fazia tarde e não queria andar no castelo as escuras montei um pequeno acampamento e fui dormir.

"O que achas meu amor?" O que achas.... A palavras ecoavam distantes, talvez pela minha atenção dispersa.
- Acho que sempre jogámos aos jogos mais divertidos! Como quando me levavas à feira popular, lembras-te? Sim sim.. Tiro ao alvo, com alvos em movimento. Aposto que vão começar a saltar mal conhecerem a tua brilhante pontaria!
Os rapazes olhavam desconfiados.
Eu estava recostada na poltrona, disposta mesmo ao lado da outra, onde as setas se aprontavam firmemente apontando para os rapazes
"Vocês não vão... Não podem..." Diziam os rapazes. Levantei-me.
- Sabes. Nos podemos tudo! Porque nós mandamos aqui! E tu, meu querido, já experimentaste as setas do papá. Não foi? O que eu dava para ter visto a tua cara de dor!
Voltei a movimentar-me na sala escura, apenas a minha silhueta era visível, dirigindo-me para junto da poltrona ocupada.
- Mostra-me, mostra-me por favor! Eles são maus e não querem brincar comigo.. Querem fugir de mim... Mostra-me as caras de prazer, quer dizer, de dor deles.. Mostra.
Lógico era que os meus pedidos era não só aliciantes como dificilmente negáveis. Coitados, não conspirassem e ousassem fugir. Seguissem as regras.. E estás que eram tão simples!

Eu pensava que a zombie não batia lá muito bem mas estes dois eram piores ! Agora queriam atirar-nos setas .
Estava nervoso por estar preso e também começava a odiar aqueles dois , ambos queriam torturar-nos e não pareciam querer deixar-nos sair dali .
Vi que eles se tinham apercebido de que queriamos fugir por isso susurrei ao Pedro :
-Pedro , temos de esperar não podemos fugir já pois eles estão mais alerta ! Temos de fazer o que eles dizem e levá-los a pensar que não queremos fugir ok? - disse eu o mais baixo que podia

Felizmente o Blaine tinha-se controlado depressa....mas o grande guloso comeu tudo sozinho com a Sarah. Quer dizer, ele passara o dia inteiro trancado ali com ela, estava mortinho de fome, o Blaine fazia umas tostas de frutos vermelhos que ele tanto amava, e resolvia não partilhar. E sim, é claro que Vince sabia que ele era egocêntrico, afinal de contas conhecia-o de cor.
-Eu só não estou morto de fomo porque não posso morrer. - comentou Vince. - E agora é bom que prepares umas tostas para mim e mas sirvas com carinho. - pediu ele.
-Desculpa meu amor, não sou teu criado, posso parecer um, mas aqui quem manda sou eu, já devias saber isso. - respondeu Blaine.
Vince fez cara de ofendido, e saiu da sala. Foi á cozinha, preparou um fondue de chocolate e fez espetadas com os morangos que milagrosamente tinham escapado aos olhos de Blaine. Quando voltou com o fondue e as espetadas, ele estava a partilhar a última tosta com Sarah. Ao contrário dele, fez uma entrada discreta, e deitou-se na mesa, numa pose sexy, e começou a comer sugestivamente os morangos com chocolate.

Pedro estava sentado na cadeira ao lado de Drake e de John, esperava as setas que o atingiriam em pouco tempo.
A cara de Drake era assustadora, ele provavelmente saberia do que o rapaz seria capaz, e há o ditado, "Cada um sai aos seus", por isso, sendo o pai como era, como seria a filha...
A rapariga apesar da sua idade parecia uma criança, sempre a pedir ao pai para brincar e a fazer uma espécie de birras, mas birras assustadoras e psicopáticas envolvendo a morte e a tortura de nós os três. Não se via bem a cara dela, estava escuro, e de dentro da escuridão surgiu uma fala assustadora:
-É agora! MUAHAHAH!
Nós os três encolhemo-nos, seria agora que uma seta ficaria espetada em nós?

Bem eles estavam tão assustados que metia pena, mas bem que poderia eu fazer, era esse o meu trabalho.
-Metam-se todos em linha - disse eu a rir-me - Agora as maçãs que se encontram na parede, faz favor meterem-nas na cabeça.
Apenas duas maçãs se encontravam junto a parede, elas iriam pertencer a John e a Pedro porque o meu amigo Drake já tinha sofrido nas minhas mãos o suficiente, estava na altura de ele ir para a minha filha.
-John, Pedro façam favor de meterem as maças em frente ao vosso olho. - disse confiante-mente, sou um dos melhores atiradores de toda a cherub não ira falhar e sabia exatamente com que força tinha que atirar.
-RÁPIDO - ordenei eu - ANTES QUE EU DECIDA ATIRAR NO OLHO OPOSTO.
Os querubins estavam assustados, conseguia ver pelas suas silhuetas.

Vince vinha com morangos e o fundue de chocolate, que delicia, ele sabia como me fazer inveja, e excitar-me ao mesmo tempo.
Ao contrário de mim, Vince não era espalhafatoso, não era um drama queen, como eu, um sacaninha egocêntrico como eu.
-Sabes roubas-te-me os morangos que eu estava a esconder para nós mais tarde, isso não se faz - disse começando a aproximar-me da mesa deixando a querubim de boca vermelha por causa dos frutos vermelhos.
-Para a próxima não me roubes os morangos - disse eu deitando-me na mesa, de cabeça por baixo de Vince como um beijo ao spider-man.
A boca de Vince sabia a doce e proíbido, chocolate e morangos, uma das combinações mais perfeitas que alguma vez existiria à face da terra.
A querubim olhava espectante que eu ou Vince nos esquece-semos que ela existia dentro da sala, mas fazia tudo parte do nosso plano.

Era admirável como os querubins tinha uma imagem errada de mim. Deixavam-se enganar pela minha voz doce e melodiosa e pelo meu vocabulário infantil. Deviam ter-lhes ensinado a ler nas entre-linhas.
- Falha as maçãs! Acerta-lhe. Vá lá, vá lá. Como se fosse o meu aniversário.
John e Pedro estavam estáticos. Fitavam-nos no escuro com um ar medonho. Drake parecia aliviado, por não ter de obrigatoriamente estar na mira das setas de Finn, mas era esperto o suficiente para saber que algo se destinaria também a ele.
- Então e tu, meu querido.. - disse passando a mão pelo seu cabelo despenteado - que achas que te espera? O Papá protegeu-te, deve ter algo grande planeado para ti. Mas vá, por enquanto senta-te comigo, contempla a dor deles como se fosse uma cidade em chamas.
O rapaz parecia reticente, talvez não estivesse ainda convencido da minha boa vontade.
- Sabes pequena, ele é o mais bem parecido de todos os meus prisioneiros. - disse Finn fitando o rapaz.
- Eu disse-te.. Ele deve ter algo grande preparado para ti, só temos de esperar - conclui animadoramente.
O rapaz estava tão aterrorizado quando os dois com as maçãs. Tolos, eu podia cuidar deles, deles todos, eles é que não queriam, era maus recrutas, e nós íamos vingar o comportamento deles.

Estava assustado pois estava prestes a levar com uma seta muito perto do meu olho , pois eu sabia que o rapaz não podia cegar um recruta só porque lhe apetecia divertir-se.
Estava muito quieto com a maçã em frente ao meu olho pois não queria que o rapaz falhasse e me acertasse noutro sítio , o Pedro estava tanto ou mais assustado que eu a maçã que ele segurava em frente ao seu olho estava meia a tremer devido ao medo de Pedro .
Eu ainda queria sair dali , mas tinha de esperar pelo momento certo para sair dali , por momentos pensei em como estaria Sarah a safar-se e se já tinha saído do salão onde estava presa .

Estava à espera que o Blaine ou o Vince se esquecessem de mim.
Podia tentar arranjar forma de me soltar .Ai fez-se luz, aquela espécie de alavanca qua as alegemas têm para regular o tamanho.
Virei o punho para ver se estas alegemas tinham isso, nem sinal, e mesmo que tivessem, nunca iria conseguir lá chegar.
Estava mesmo para dizer ”importam-se por favor de parar com isso e de me vir soltar?”, talvez até resultasse se eles tivessem aqui para isso mas não estavam, ainda fariam da minha vida um inferno maior.
Continuava a procurar uma forma de me soltar virando as alegemas, mas apenas vi que eram abertas por uma chave, mas onde que raio é que estaria a chave? Possivelmente num local obvio, mas naquele momento só me passava na cabeça “tenho que sair daqui, por que raio é que eles não me tiram daqui? Tenho mesmo que sair daqui, se eles não me libertam parto-lhes o nariz”mas não ia mesmo partir, nem tinha hipóteses.
Por isso soltei um suspiro de frustração.

Blaine podia ter muitos defeitos, mas em matéria de excitação, os seus beijos eram os melhores. Os seus lábios tinham a combinação perfeita de frutos vermelhos, e o efeito spider-man....... em nada ajudava para controlar as hormonas de Vince. "Que se dane a recruta!", pensou ele. Com cuidado para não sujar o seu fato branco imaculado, virou-se de forma a ficar deitado por cima de Blaine, aprofundando o beijo. As suas mãos lutaram com a camisa dele, tirando-a de dentro das calças, para se perderem no seu abdómen mágifico. O beijo quebrou-se para eles recupararem o fôlego, mas Vince voltou a mergulhar os seus lábios naquela boca perfeita. Quando ele finalmente se conseguiu controlar, pegou numa espetada, passou-a pelo fondue e levou-a aos lábios de Blaine.
-Sabes, - disse ele, com um sorriso matreiro. - eu não sou nenhum ladrão, os morangos eram para partilhar contigo.

Estava estático, mas a tremer, tinha uma maçã á frente do olho a servir de alvo no escuro de uma pessoa que eu não sabia minimamente se sabia atirar com arco e flecha.
Limitei-me a cumprir o que o rapaz me mandou quando percebi o que ele iria fazer a mim e ao John, sim, a nós os dois, pois Drake, estava ao colo da rapariga a receber mimos carinhosos.
Aquilo era uma tortura física e psicológica, "Se a primeira seta tivesse como destino o John, iria de ter de o ver a sofrer, o que poderia ser pior, de outra maneira, não me apetecia muito ficar com uma seta espetada num olho.
Cada segundo parecia uma hora, apenas queria saber quem iria ser o "feliz" contemplado com a seta, mas no meio daquela confusão toda, apenas me apetecia ter uma atitude de criança e não enfrentar a situação como rapaz que sou, apenas queria voltar as tempos em que podia abraçar a minha mãe e adormecer agarrado a ela, mas essa paraíso já não existia, agora estava na cherub, tinha de ser forte, estava na recruta, estavam-me a levar ao limite, e apenas pensava que este era o meu limite, era agora, parei de tremer, segurei a maçã com firmeza e esperei pela seta, nada me poderia magoar mais do que a dor de ter perdido a minha mãe quando era criança, pena não me ter lembrado disso quando começara a recruta...

-Há então muito bem - disse Blaine com um sorriso matreiro - Mas pronto, agora vou sair daqui que tenho de ir torturar a recruta meu amor.
Quando eu disse isto a Sarah ficou apavorada, e eu dirigi-me a ela, quanto mais me aproximava mais ela se encolhia como se eu lhe fosse fazer mal.
-Desculpa se te assustei minha querida - disse eu sussurrando ao ouvido dela - Mas sinceramente hoje não estou nos meus dias, e não quero ficar chateado com ele. Por tanto finge dor, finge que eu te mordi.
A rapariga então gritou como se não houvesse amanhã, e não haveria realmente.

Gritei porque ele me pediu para gritar, tentei ser o mais natural possível. Quando acabei pedi numa voz baixa:
-ouve, olha… numa recruta é suposto mostrar iniciativa, mas estou aqui à demasiado tempo e não se pode fazer nada amarrada a um trono, sei que vocês se adoram um ao outro, e acho realmente que estou aqui a mais, por isso, porque é que não me soltam? Não se pode mostrar iniciativa assim. -esperava realmente que me soltassem, estava a esturva-los e não estava a fazer nada que fosse útil para alguma futura missão(acho eu).

Vince ficou chocado com a reação de Blaine. Fora ele que começara o beijo, e afastava-se assim.....Ele fazia de tudo para lhe agradar, mas Blaine ás vezes era realmente impossível. A mordida foi a gota de água. "AH, O GRANDESSISSIMO BASTARDO! QUER DIZER, EU NÃO POSSO FERRAR-LHE O DENTE, MAS TU PODES, NÃO É SEU EGOÍSTA?!" Revoltado, saiu pela porta fora a passos largos, fazendo questão que o estrondo que fez ao bater as portas da sala ressoasse no castelo inteiro. Já no corredor lembrou-se de algo importante. As espetadas e o fondue, que ele preparara com tanto carinho para Blaine, ainda estava na mesa....e de momento ele precisava de coisas doces bem mais do que o seu pseudo-namorado. Voltando á sala, apanhou-o aos segredinhos com Sarah.
-OH! QUE BONITO! OS DOIS AOS SEGREDINHOS! ACHO QUE ENCONTRASTE UMA NOVA MELHOR AMIGA! OLHA SÓ ATÉ TÊM A MESMA IDADE MENTAL! - gritou ele, mordendo o último morango da espetada que tinha na mão, e atirando o pau de forma a ficar espetado no espaldar da cadeira de Sarah, a curtos milímetros entre a boca dela e o ouvido de Blaine. Depois pegou naquilo que precisava e voltou a sair da sala, sem se preocupar em esconder as lágrimas, e batendo outra vez com a porta.

-Vai-se embora assim, achas normal ?! - perguntei eu a Sarah - ACHAS ISTO NORMAL?
Estava boqueaberto, ele tinha feito o mesmo com as piadinhas agora é assim... Estamos aqui para trabalhar, meu deus que mariquinhas....
-Bem Sarah já que o meu namorado me chateou, vou largar-te aos lobos, ou seja aos meus amados familiares em todo o castelo e às suas surpresas.
Peguei na chave que se encontrava no bolso do meu casaco e abri as algemas.
-Vai - disse - Antes de mais atreve-te a fazer aquilo que primeiro prometes-te, lembras-te? Partir-me o nariz, tenta faze-lo que eu parto-te os dois braços em questões de segundos.
Virei-me e segui caminho, sendo atento para perceber se Sarah viria atrás de mim, mas não saí e bati com as portas.

Tinha-me soltado, não acreditava, levantei-me e fui em direção á porta, comecei a correr com o vestido incómodo e cheguei a uma sala, metros á frente, a sala apenas tinha uma mochila, abri-a, não acreditava, era um uniforme da CHERUB, mesmo que ainda na mochila contivesse uma t-shirt azul clara , as calças tropa e as botas, era mil vezes melhor do que o vestido branco, vesti-me e sentia –me mil vezes mais confortável, o vestido tinha-se coldado ao corpo, mas agora estava num canto do escuro castelo. Ainda encontrei na mochila uma faca de mato um cantil e uma barra energética, usei alguma água do cantil para lavar a cara, mas guardei a barra pois estava cheia e levei a faca de mato na mão, pus a mochila ás costas e comecei a andar na esperança de encontrar outro recruta qualquer.

Pobres rapazes, queriam sair, e eu que estava ali tão confortável.
- Papá, deixa-me a sós com ele, deixas? Eu cuido deles, deles todos. Como estou a cuidar do nosso amigo, Drake.. Não é?
Estranhamente Drake assentia, não tinha porque não o fazer, eu cuidava de facto bem dele. Finn havia saído da sala, deixando-me assim sozinha com os rapazes.
Ainda com Drake sentado junto a mim dirigi-me aos restantes.
- Aproximem-se, por favor. Eu sou simpática, e só quero cuidar de vocês. O que vocês não sabem é que conheço todos os vossos medos, desejos, tentações, de outro modo o Drakezinho não estaria sentado no meu colo - disse sorrindo e brincando com o cabelo do rapaz - por isso só têm uma última tarefa.
Ao rapazes olhavam-me surpresos, excepto Drake, que permanecia aconchegado junto a mim.
"O quê?" "Que coisa horrível nos vais mandar fazer?" Perguntavam os rapazes impacientes.
- Bem, Pedro, meu querido, faz da porta a serventia da casa, podes vaguear pelo meu castelo, mas cuidado, o meu pai ainda anda por aí, talvez ele fique com saudades tuas.
Posto isto, Pedro foi o primeiro a sair deixando-me com os outros dois rapazes.
- Drake, meu querido, serás o ultimo, mas tenho algo especial para o John. Sabes, há muito que te observo, que interpreto os teus sonhos enquanto dormes e os teus pensamentos enquanto lúcidos. Pelo que tenho uma tarefa para ti, eu deixo-te sair, e não te oportuno mais caso tu faças o que te mandar.
O rapaz olhava-me seriamente enquanto se perguntava o que seria.
- Vais sair por aquela porta, mas para eu nunca mais te assombrar vais ter de fazer uma coisinha pequenina.. O beijo do verdadeiro amor. Terás de beijar, apaixonadamente um dos teus companheiros de recruta, e bem, o Pedro parece bem seguro da sua sexualidade, e seu que o Drake não queria outros lábios se não os meus... Portanto meu querido, sai por aquela porta e livra-te de mim.
John olhou-me surpreso. "Um só beijo? Está bem, eu vou beijá-lá" dizia-me.
- Apaixonadamente, não te esqueças.
John saiu deixando-me sozinha com Drake.
- Sabes - prossegui enquanto mexia no seu cabelo tão suave como seda - preferia manter-te, aqui, meu, mas seria injusto com os teus colegas. Tens de ir, vai. Mas volta quando quiseres, quando tiveres saudades do conforto do meu colo.
Drake fitava-me docemente.
- Quando quiseres, pede por mim, que eu vou encontrar-te, meu querido
Dito isto Drake levantou-se, levantei-me também é coloquei-me à sua frente. Aproximei-me da cara do querubim e beijei suavemente o seu rosto. Deixando o caminho livre, para ele sair.

O que eu tinha de fazer me último lugar era beijar um dos meus colegas de recruta e eu gostava bastante de Sarah por isso saí da sala onde tinha estado preso com os meus colegas e fui á procura de Sarah , lembrei-me de que a tinha ouvido gritar perto do salão por isso fui até lá .
Quando cheguei ao salão encontrei Sarah vestida com o uniforme e parecia estar bem , aproximei-me da Sarah e disse :
-Sarah , como estás ? pensei bastante em ti nos últimos tempos , eles torturaram-te muito ? - disse eu
Depois de dizer isto aproximei-me de Sarah e beijei-a .

Vi John a aproximar-se.
-Sarah , como estás ? pensei bastante em ti nos últimos tempos , eles torturaram-te muito ? – perguntou John.
Depois de dizer isto aproximou- se e beijou-me.
-Bem… acho que não foi nada que não pudesse aguentar.- disse enquanto tocava numa Ferida que me fizeram. Olhava nos olhos de John, não percebendo bem o que se passara, pelo olhar algo de estranho se passava, talvez tivesse tido ordens superiores, talvez não, mas estava demasiado cançada, já não durmia há horas, sentia-me a adormecer. Sorri-lhe.

Ainda fiquei a ver de perto os últimos dias da recruta do Pedro, ele tinha piada, cheio de medo e exausta, tinha mesmo piada.
Acabei por sair do meu esconderijo e apanha-lo num corredor sózinho.
-Tens noção que não devias ter dito o meu nome, batata podre? Mas pronto deixa-la as batatas andam a ficar cada vez mais maduras- ri.me e pisquei-lhe o olho- Sonha comigo batata.
E voltei a desaparecer

Após ter beijado a Sarah ela parecia estar bastante cansada e apenas me sorriu depois do meu beijo .
-Sarah eu gosto muito de ti ! tenho pensado muito em ti enquanto estive na recruta .
Eu estava um bocado envergonhado e ao mesmo tempo muito contente por ter conseguido finalmente demonstrar o que sentia pela Sarah e também por estar quase a acabar a minha recruta .
A Sarah era um ano mais nova do que eu mas eu gostava muito dela .