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Recruta nº 13

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Mensagem  Virginia Hall Sáb 30 Jun 2012, 17:19

As recruta de John MaCgerret, Saskya Adams, hugomat2009, Wilson Gomes, filipe_7, Luna Moon, Jo.Soares e Aki começou no porão de um avião de carga.
Eram 6 da manhã,e eles dormia profundamente, num emaranhado de corpos.
-ACORDEM DORMINHOCOS! - berrou a instrutora Smoke.
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Mensagem  Jo Sáb 30 Jun 2012, 19:28

Sobressaltei-me. O que se estava a passar? Sentia uma pressão estranha e de certa forma familiar nos ouvidos. E ainda por cima alguém andava aos berros.
O chão estremeceu. Parecia as ditas turbulências de voo… Eu tinha passado por isso na minha ida para o campus e a pressão nos ouvidos fora a mesma que sentira.
Não me digas…
Abri os olhos. Estava no meio de um grupo de querubins.
-Oh, pois. A recruta – lembrei-me.
E a mulher continuava aos berros, o que me estava a enervar completamente. Caiu-nos água fria, não, água gelada em cima.
Só aí é que tivemos consciência que nos tínhamos de levantar. Viu-se claramente que todos estavam com dificuldade nessa matéria.
-Vá, princesas. Temos um presente para vocês – sorriu de forma sarcástica apontando para uma série de mochilas.
-Para que são? – perguntei.
-Vocês são uns sortudos – não me respondeu. – Pensem que existe muita gente que paga para ter esta experiência. E a vocês será de borla!
Ficámos a olhar uns para os outros.
-Estão especados a fazer o quê? Agarrem numa e ponham às costas!
Obedecemos-lhe.
“Oh meu deus, paraquedas?”, pensei reconhecendo aquele tipo de mochilas.
Não fui a única que se dera conta da situação.
-Tendo em conta o facto de não ter havido um treino prévio e como não nos podemos arriscar a que vocês caiam de uma altura de mais do que 5000 pés, estes paraquedas são de abertura automática – olhou para mim, o que não era bom sinal. – Como pareces ser a mais interessada, vais primeiro.
“Oh, sorte”, pensei enquanto me prendiam ao cabo.
- A probabilidade de se desviarem da rota traçada é pequena, mas não é impossível que isso aconteça. Por isso, nas vossas mochilas têm um sinalizador, para o caso de não conseguirem encontrar-me lá em baixo. Após o usarem, não podem sair do vosso sítio, obviamente. O ponto de encontro é um poste vermelho que está enterrado no areal, a uns metros do mar - foi explicando enquanto punhamos as devidas proteções.
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Mensagem  Saskya Adams Sáb 30 Jun 2012, 21:30

As portas do avião abrirão-se. Não conseguia acreditar na pressão que senti após a sua abertura e a ventania que por ali entrou, por momentos achei que ia simplesmente ser sugada para fora do avião mas consegui agarrar-me.
- Então seu bando de inúteis, vá lá vá lá, toca a saltar. Não te esqueças Jo, tu primeiro! Hahahahaha...! - começou a instrutora Smoke.
Após alguma resistência que acabara por ser inútil, a Jo saltou. Só de ver aquilo foquei completamente petrificada, "vou morrer, vou morrer", era o que pensava.
- Olha aqui a nossa menina Saskya parece estar com muita vontade de ser asseguir. Vamos lá amostra de gente, prepara-te se tens corgem - disse Smoke.
- Bolas, só me acontece a mim... - disse eu de repente
- O quê? Ainda te atreves a falar? Vais ver quando chegares lá a baixo.....se chegares minha princezinha!!
"Ups, não era para ter dito isto alto, que chati...", infelizmente não tive tempo de concluir o pensamento. Já me tinham posto o cabo e levei um belo pontapé no rabo. Foi esse o meu bilhete de saído do avião.
Comecei a cair em queda livre com o vento na cara e a pressão nos ouvidos. Foi esquesito, vi toda a minha vida a passar-me à frente e parecia que nunca mais aterrrava ou batia ou morria. Nunca mais acontecia alguma coisa. Queria gritar, fazer algo mas era inútil, não conseguia. Estava assustada.
O paraquedas abriu, que alívio que senti mas ainda faltava a aterragem. E, de repente, um baque enorme surgiu aos meu ouvidos e mais tarde veio a dor. Bati em alguma coisa.
"É a areia" pensei. Comecei a rebolar pelo areal até que choquei contra algo. Abri os olhos atordoada e percebi que não era algo, era a Jo. Tinha chocado com ela.
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Mensagem  Jo Dom 01 Jul 2012, 07:54

Tinha saltado milagrosamente.
O meu coração, que já estava acelerado, disparou. Estava a praí 500 batimentos por minuto.
A velocidade ia aumentando. Nunca mais atingia a velocidade terminal para o raio do paraquedas abrir.
Quando comecei a pensar que era ali que ia morrer, o paraquedas abriu.
Senti um puxão, devido ao aumento drástico da resistência do ar.
Comecei a ficar mais calma enquanto sentia a velocidade a diminuir, até atingir a segunda velocidade terminal.
Elevei os joelhos, de modo a aterrar com as pernas fletidas e assim não sair disparada quando aterrasse.
Fiz o que a instrutora dissera e comecei a desembaraçar-me de tudo. Estava no meio da praia e olhei em redor. De repente, senti um encontrão.
-Au! – queixei-me.
Olhei para trás
-Oh, desculpa – pediu uma das raparigas que estava no avião.
-Oh, não faz mal – sorri. – Mas admito que me assustaste um bocadinho… - disse enquanto a ajudava a levantar-se. - Magoaste-te?
-Só estou um bocadinho dorida. Mas nada que não aguente - disse enquanto tirava aquelas cenas todas.
-Ah, ainda bem.
-Eu sou a Saskya. Não tivemos oportunidade de nos apresentarmos anteriormente.
-Sou a Jô – ela parecia-me simpática, o que era bom.
-Boa sorte para a recruta.
-Obrigada, e para ti também! Olha, está ali o poste – apontei para um poste vermelho.
Dirigimo-nos para lá, enquanto falávamos o quão assustador e cheio de adrenalina tinha sido o salto.
Chegámos ao ponto de encontro e à medida que os querubins chegavam, íamo-nos apresentando e desejando sorte.
Passados uns longos minutos, a instrutora Smoke chegou.
-Enquanto estamos à espera, vamos deitar-nos um bocadinho.
Voltámos a olhar uns para os outros. Aquilo era simplesmente estúpido.
-Já! – gritou. – De barriga para cima.
Ali era obedecer sem questionar. O problema é que eu não lidava muito bem com isso.
-Cruzem os braços no peito.
Olhei para o sol. Era de manhã ainda, mas o tempo já estava quente.
-Não quero que os pés, ombros e cabeça toquem no chão!
E voltámos a obedecer. Quando a minha barriga começou a doer, percebi a razão pela qual ela mandou-nos fazer aquilo.
Foi então que ela pousou um pé em cima da minha barriga e passou por outro lado. Ela basicamente começara a caminhar sobre nós.
Ouvimos um barulho.
-Levantem-se!
Obedecemos prontamente. Olhámos para o mar e vimos uma lancha a chegar.
Descarregaram duas mesas e puseram três caixas em cima de cada uma.
-Teremos dois grupos, que farão um caminho diferente até ao mesmo ponto – explicou enquanto mexia um saquinho. – No saco temos quatro papéis para a equipa 1 e para a 2.
-Mas os grupos poderão ficar muito desequilibrados – notei. – Para além disso, um dos caminhos pode ser mais difícil do que o outro.
Ela bufou.
-Miúda, na vida real, tu não escolhes o teu grupo muito menos o caminho! Por isso, aguenta-te! Isto não é para ver quem ganha.
Calei-me logo. Ela até tinha razão. Eu começava a detestar isso.
-Queremos ver-vos no ponto de encontro daqui a dois dias com todos os marcadores que estão nos postes de controlo do vosso trajeto. Quem quiser desistir, já sabe como funciona o sinalizador. Só para avisar que se acharam o exercício que fizemos há pouco difícil, então aconselho a não chegarem ao fim do caminho – foi dizendo enquanto tirávamos os bilhetes.
“Muah ah ah”, foi o que acrescentei mentalmente ao seu discurso.
A Luna tirou o do grupo 2, juntamente com a Saskya, Filipe e Wilson.
Eu tirei o bilhete que dizia “1”. O mesmo aconteceu ao Cristian*, Aki e John.
-Como estou simpática, irei dar-vos a oportunidade de ter as instruções em inglês, a língua que têm de saber obrigatoriamente…
Cada grupo pôs-se à frente de uma mesa.
-Em duas caixas, o mapa está em mandarim, juntamente com o dicionário mandarim-inglês. Na outra está o mapa em inglês. Isto fará com que as instruções que vocês vão encontrando estejam de acordo com o que vocês escolherem aqui.
-Qual a caixa que escolhem? – perguntou a cada grupo.
O grupo 2 escolheu a número 1, e nós a número 2.
Então, a Smoke abriu a número três no grupo 2 e a um no nosso grupo. Ambas eram as que tinham dicionário.
-Alguém quer trocar a escolha? – ofereceu a oportunidade de mudarmos a nossa sorte.
Pensei durante um bocado. Ela eliminou uma má escolha das caixas não escolhidas, logo… se mudássemos, a probabilidade de acertarmos duplicaria.
-É melhor mudarmos – disse ao meu grupo.
-Porque dizes isso? – perguntou Cristian.
-Temos duas vezes mais probabilidade de acertarmos se mudarmos – explicou Aki.
-Se calhar escolhemos a correta e ela quer-nos lixar a vida – notou John.
-Sim, mas ela propôs o mesmo aos dois grupos. Seria demasiada coincidência termos acertado os dois. E de qualquer das maneiras é 2/3 de probabilidade contra 1/3 de probabilidade.
-Então dizes que se mudarmos temos 2/3 de probabilidade de acertarmos e se não mudarmos temos de 1/3? – interrogou Cristian.
-Sim, em três situações possíveis, se mudarmos a escolha, acertámos em duas delas. Se mantivermos, apenas acertámos em uma. Claro que não temos 100% de probabilidade em acertarmos, mas a verdade é que é maior.
-Nós mudamos. Ficamos com a número três – disse Aki de repente. – É melhor não pensarmos muito nisso, porque assim nunca mais saímos daqui – virou-se para nós. - E as 48horas estão a contar...
Depois do suspense, respirámos de alívio. Nós ficámos com as instruções em inglês.
Só faltava a decisão da outra equipa…

*Na apresentação da personagem do hugomat2009, dizia que o seu nome é Cristian. Por isso resolvi utilizar esse nome.
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Mensagem  filipe_7 Dom 01 Jul 2012, 22:21

Por muito que não gostasse-mos do que nos tinha calhado, não era problema pois eu dominava com facilidade maior parte das línguas desde português,espanhol, francês, inglês, alemão e mandarim. Quando os da minha equipa se lembraram de mim, ou das minhas capacidades linguísticas, o sentimento de desespero passou ao de tranquilidade, pois eu dominava a língua dos asiáticos, o mandarim ...
Eram 7 e 6 da manhã quando os dois grupos se dispersaram, o grupo 1 dirigiu-se para Este enquanto o grupo 2, o meu grupo foi por Oeste, o tempo estava quente e o ambiente tropical da floresta não ajudava em nada, pois sentiamo-nos cheios de calor, alguns já estavam cansados e um pouco chocados por causa do salto, mas eu não, sentia-me bem e cheio de adrenalina, também não estava cansado pois as voltas á pista de castigo, melhoraram muito a minha capacidade física e psicológica .
Enquanto eu ia traduzindo a linguagem do mapa para inglês, íamos avançando os caminhos da selva, era a primeira vez que eu estava num ambiente mais natural do que a cidade, e nunca pensei que me senti-se tão bem em sentir o cheiro das árvores e da terra húmida ...
O Wilson já se sentia com fome, e eu também não podia esconder a minha, só pensava em estar a comer umas tiras de bacon e um prato cheio de ovos mexidos, mas eu sabia que a Recruta ia ser assim, por isso consegui suportar a minha fome e continuar a ler o mapa e a traduzi-lo para inglês, enquanto o Wilson apontava o que eu ia dizendo, acabei por chegar a parte onde dizia para nos dirigirmos para Noroeste, e assim o fizemos, acabamos por ir por Noroeste ate que chegamos a um rio onde na sua margem tinha materiais, e a Luna chegou a conclusão que aquilo era para construirmos uma jangada para atravessarmos o rio, pusemos mãos a obra, pois tínhamos de a construir em menos de 1 hora ...
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Mensagem  Jo Seg 02 Jul 2012, 08:01

-Ponham-se a andar – ordenou-nos Smoke. – Daqui a 48horas no ponto de chegada!
Pegámos nas mochilas que estavam na lancha e dirigimo-nos para o sítio que Smoke estava a indicar.
O Cris abriu o mapa. Lá estava traçado o caminho que devíamos seguir.
-Supostamente, existe uma bússola, certo? – perguntei enquanto remexia na minha mochila.
-Encontrei – disse John, tirando-a da sua pasta.
Depois de posicionarmos o mapa de forma a que o norte deste estivesse de acordo com o norte geográfico.
-E este fica por ali… - aponto John para a floresta.
Começamos a andar.
-A minha pasta está bué pesada – disse-lhes.
-A minha nem por isso – informou Aki.
Peguei na dele. Então decidimos redistribuir o conteúdo pelas quatro mochilas, de forma ao peso das malas ficar de acordo com o nosso.
Entrámos floresta adentro. Decidimos por repelente para evitar as picadas dos insetos, que podiam ser perigosas.
-Parece-me que isto só vai ser caminhar e mais nada – disse Cris, que ia à nossa frente.
Depois de falar, ele gritou.
Areia movediça? Quer dizer, lama? Mas o que era aquilo?
Não estou a exagerar quando digo que ele ficou com mais de metade do corpo enterrado.
O Aki pegou num ramo forte e esticou-o na direção de Cris. Ele agarrou-o e conseguimos puxá-lo para nós.
-Olhem! – o John apontou o dedo para uma espécie de bandeirinha amarela, com o “1” marcado.
-O primeiro posto de controlo – disse Aki enquanto olhava para o mapa. – Agora faltam mais três.
Pensámos em circundar aquele lago de lama, mas enquanto o percorríamos, demo-nos conta que ele também era extenso em comprimento. Não podíamos perder tempo nisto.
-Como passamos? – perguntaram.
Olhamos em redor.
-Podemos armar-nos em Tarzans e usar aquilo – apontei para umas lianas de aspeto forte.
-Penso que é a única maneira – disse John.
-Quem vai primeiro? – perguntei. – É melhor ir primeiro os mais leves – disse-lhes.
-Eu vou primeiro, então – ofereceu-se Cristian.
Depois de ele ir, foi o John sendo seguido por mim. O Aki ficou para último.
O Aki pegou na bandeira amarela e guardou-a na mala.
-Agora vamos comer!
Só havia pão e água para comer, literalmente. Um pensamento passou-me pela cabeça… Oh, não! Eu não iria caçar nenhum animal. Nem que morresse de subnutrição! Como é que foste capaz de pensar nisso, Jô?!
Voltámos a olhar para o mapa. Caminhar… novamente!
-As minhas pernas doem!!! – queixei-me.
-Segundo o mapa, estamos quase no segundo posto. Podemos descansar aí – disse Cris.
Eu queria beber a água toda. Mas não a podia beber… ainda tínhamos um dia inteiro e mais outro bocado pela frente.
-Chegámos – disse Cris. – Mas não vejo a bandeira azul.
Olhamos em redor. Vimos o que parecia ser… um arco e flechas? Mas que raio…
Fui buscá-los. Arrependi-me, pois era mais pesado do que parecia.
-Estou com um bocado de medo – informei-lhes.
-Ali! – disse Aki.
Uma trouxa azul estava presa no alto de uma árvore. Na base da trouxa estava marcado o “2”.
“A sério?”, pensei.
Pegámos no papel que prendia as seis flechas. Dizia como devíamos usar o arco e descrevia as técnicas.
Dei graças aos céus por estarem em inglês, porque se assim já era difícil, então em mandarim… nem quero pensar!
-Só para avisar que a experiência mais próxima desta que tive foi jogar às setas – avisei-lhe.
-É melhor cada um tentar.
Voltei a pegar no arco. Se não estivesse tão cansada, carregar aquele peso não seria difícil… mas agora era insuportável.
Afastei-me um bocadinho, para não precisar de inclinar tanto o arco.
Agarrei o arco com a mão esquerda. Coloquei a flecha na corda e em cima do apoio. Com muito custo, a minha mão direita puxou a corda. Tentei fazer tudo como dizia as instruções.
A flecha raspou na corda, mas não foi o suficiente para a romper.
À quinta tentativa, repetida pelo Aki, a corda rebentou.
Quando a trouxa caiu no chão, abriu-se.
-Yupi, fruta! – alegrei-me, pegando numa maçã para comê-la.
Só havia uma maçã e uma pera para cada um, mas isso era melhor do que nada. O Aki guardou o outro marcador.
Já estava a escurecer e apenas tínhamos duas lanternas. Era melhor não gastar a bateria toda logo na primeira noite.
-Já percorremos mais de metade do caminho – verifiquei, olhando para o mapa, enquanto eles preparavam uma fogueira, para assustar algum animal que tivesse a brilhante ideia de nos atacar. – Mas mesmo assim, temos de ter a noção de que será mais difícil. Por isso, não podemos ficar descansados – continuei.
-Esperem, como ligamos isto? – perguntou John. – Aquela cena de raspar os pauzinho é treta, como devem saber.
-Deve ser por isso que temos uma lupa por aqui – disse Cris, enquanto remexia na pasta.
-Pois, Sherlock. Mas o sol já não tem assim muita energia – lembrou-se Aki.
-Podemos utilizar as lanternas. Com um bocadinho de sorte, os raios por ela lançados também podem ter energia suficiente… - disse enquanto lia, pela primeira vez, as letras impressas na lanterna. – Vejam só esta potência!
Fizemos a técnica da lupa, mas também recorremos à dos pauzinhos para aumentar a eficiência do processo.
Passados alguns minutos, a lanterna estava bué quente, mas já tínhamos fogo. Yey.
Larguei a lanterna. Mas uns minutos e ela aquecia o suficiente para me queimar os dedos.
Dormir naquele solo era horrível. Não parava de pensar nos bichos nojentos que poderiam andar por ali…
A natureza voltou a chamar-me e tive de me levantar. Era simplesmente degradante e decadente ter de fazer um buraquinho na terra e utilizar as folhas dos arbustos.
Onde é que te foste meter, Jô?
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Mensagem  filipe_7 Ter 03 Jul 2012, 00:12

O meu grupo acabou por conseguir cumprir os prazos para não chegarmos atrasados ao ponto de encontro, já era de noite e estávamos todos cansados e com fome, então eu tive a básica ideia de irmos caçar. Todos concordaram, mas ninguém tinha a coragem de matar um ser vivo...
- Quem e que vai caçar? perguntou Saskya .
- Penso que ninguém se vai voluntariar, por isso vou eu! Respondi .
- Alguém se oferece para vir comigo ?
Ninguém respondeu, por isso por pés ao caminho e fui caçar, estava escuro, por isso pensei em caçar um coelho, pois eles costumam sair á noite para caçarem.
Como não tinha arma com que apanhar um coelho decidi montar uma armadilha, mas como só tinha paus, lembrei-me que tinha um balde, e podia dar jeito, fui ao sitio onde estavamos instalados, e reparei no balde, mas também reparei que estavam a fazer uma fogueira para poder cozinhar o que caçasse.
Peguei no balde, e dirigi.me mais uma vez para o meio da selva, acompanhado com uma faca de mato, pão, agua e o balde ...
Decidi pegar num pau que tivesse um espaçamento na ponta tal como os paus da fisga para poder segurar o balde em pé, mas tinha de ter comida para poder chamar o bicho, por isso decidi arriscar e usar o meu pão como isco.
A minha táctica era usar o pau em pé com a parte aberta a segurar o balde, por o pão a beira do pau para o coelho a comer batesse no pau e o balde caísse e o coelho ficar lá preso...
A táctica não era má, mas tinha que esperar que o bicho fosse lá, enquanto esperava fui até ao nosso sitio falar com os outros querubins, e ajudar na fogueira ...
Passado 25 minutos fui ver e reparei que estava alguma coisa a comer o pão mas ainda estava a começar, era um coelho grande, sem exagero com uns 5 quilos, bom para todos comerem ...
O bicho já estava a comer a algum tempo, até que o pau começou a estremecer e o balde caiu em cima do bicho, saí a correr do sitio onde estava a observalo, saquei da faca de mato, fui até ao sitio onde o coelho estava aflito para sair, levantei o balde agarrei no coelho pela cabeça e torci-lhe o pescoço com força e dei.lhe uma facada no cachaço, pois era um bicho forte ...
Levei o coelho para o nosso sitio que já estavam com umas tendas montadas e a fogueira bem acesa, e disse : -Pessoal apanhei um coelho bem pesado ...
Ouvi todos a agradecerem-me, tiraram-me o coelho dos braços e meteram-no na fogueira para um bom jantar .
Todos comemos bem, nem foi para uma primeira noite, mas sabia que a Recruta não ia ser sempre assim, e no outro dia ia esperar muita coisa, havia uns rumores que os instrutores tinham uma surpresa para nós, e não era das agradáveis ...










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Mensagem  Jo Ter 03 Jul 2012, 08:07

Acordei devido a um cheiro de carne queimada. Abri os olhos e o sol estava a nascer. Levantei-me.
Os rapazes estavam à volta da fogueira todos divertidos.
-O que se passa? – perguntei.
-Conseguimos apanhar este pássaro com a flecha que sobrou.
Olhei chocada para a fogueira.
-És servida?
-Ná, dispenso – abanei a mão, indo depois buscar outro pão ao saco.
-Porque não me acordaram?
-Estávamos a divertirmo-nos com o teu ressonar – gozou Aki.
Fiquei vermelha.
-Respiração pesada! – defendi-me.
-Pois…
Revirei os olhos.
Depois daquele banquete, fizemo-nos ao caminho.
O calor aumentava e o sol já tinha atingido o zénite.
Nunca mais chegávamos ao marcador…
-E ao que parece a bandeira verde é aqui – parámos à frente de um rio.
Na outra margem estava a bandeira.
-E agora? Nós não podemos molhar as lanternas nem o mapa. E também não seria bom molhar outras coisas.
Voltamos a olhar em redor. Conseguimos encontrar uma tábua.
-Eu levo as coisas – ofereceu-se o Aki.
Pusemos as coisas na mochila dele e este pousou-a na tábua. Em contrapartida, pusemos o que estava na sua mochila nas nossas, desde que não fossem muito alteradas devido à água.
Amarrei o cabelo.
Entrámos no rio e confesso que adorei aquele choque térmico. A água estava tão fresquinha…
Nunca tinha nadado com uma mochila às costas, mas nem era assim muito mau.
Quando chegámos, pegamos na bandeira verde com o “3” e guardámo-la com as outras.
-Só falta um! – incentivou Cris.
Voltamos a pôr-nos a caminho.
-Sempre pensei que fosse mais difícil. Quer dizer, estou cansado, mas ainda nem tive vontade de desistir – disse John.
-Apenas estamos no segundo dia de cem. E ouviste a instrutora Smoke… Tudo irá mudar quando chegarmos ao fim desta “brincadeirazinha” – disse Aki.
-O que será que vão fazer? – perguntei.
-Só iremos saber quando lá chegarmos. Mas de certeza que nos irão levar ao limite, em todos os aspetos.
E então a quantidade de árvores começou a rarear e deparamo-nos com uma alta encosta escarpada.
Estavam quatro cordas penduradas e um monte de tralha perto destas.
-Último posto – disse John.
Lemos o papel que estava enrolado em cada corda. Ensinava as medidas de segurança necessárias e como colocar as proteções.
A pedra escaldava. Apesar de as luvas protegerem um bocado, ainda sentia o quente da pedra.
Conseguimos chegar ao cimo e à bandeira laranja com o número 4.
Conseguimos! Agora eram só 2Km.
Depois eram mais 3Km em linha reta, segundo o mapa.
Continuamos o caminho, muito na descontra. Só que ao fim dos dois Km encontramos uma bifurcação de quatro caminhos.
O mapa já não dizia nada.
Vimos um papel A4 colado numa árvore.
“Espero que tenham sido precavidos o suficiente para pensarem nesta situação. Caso estejam em cima da hora… temos pena! Um dos caminhos vai dar ao ponto de encontro. Os outros três ao rio pelo qual passaram. No solo, em cada caminho, está marcado um número, que é a resposta a este problema: “Tens 9 pérolas iguais. Uma delas é falsa e por isso, pesa menos. Diz o mínimo de pesagens que tens de efetuar para descobrires a falsa.”
Caso saibam a resposta, que bom para vocês, só caminharão três km. Caso sigam pelo caminho errado, podem sempre voltar atrás, mas assim já irão percorrer, na pior,quer dizer, melhor das hipóteses 21km.
Com amor,
Smoke”
Nós ficamos petrificados.
-Não percamos tempo, pensem no problema – acordou Aki.
Olhámos para o chão: 1, 2, 3 e 4.
-Duas pesagens! – disse-lhes, feliz da vida. Até tinha sido fácil.
-Porquê, Einstein? – perguntou John.
-Vou-vos dizendo enquanto vamos por aqui – disse, entrando no caminho com o “2” marcado.
Eles confiaram em mim e seguiram-me.
-Bem, com uma é impossível – disse-lhes. – Apenas se tivermos a sorte de dividir em grupos de 4 pérolas. Se os dois grupos pesarem o mesmo, a que ficou de fora é a falsa. Mas seria demasiada sorte, claro – sorri. – Então, divides em grupos de três pérolas. Pesas dois grupos. Se um pesar menos que o outro, quer dizer que tem a pérola falsa. Se pesarem o mesmo, a pérola falsa está no que ficou de fora. Pegas no grupo que tem a pérola falsa. Pesas duas pérolas do grupo. A mais leve é a falsa. Caso pesem o mesmo, quer dizer que a falsa está de fora.
Eu simplesmente adorava matemática.
-Ah, percebi – disse Aki.
Decidimos continuar a caminhar, mesmo sendo de noite. Tínhamos as lanternas para alguma coisa…
Foi então que chegamos ao ponto de encontro.
“Ponto de chegada”, estava afixado na rede metálica.
Olhamos lá para dentro.
-Isto parece... – comecei a dizer.
-…um campo de concentração militar – continuou Cristian.
Oh, pronto, estou morta!
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Mensagem  Saskya Adams Ter 03 Jul 2012, 16:40

Após o jantar fomos todos dormir. O objetivo era deitarmo-nos o mais cedo possível para conseguirmos dormir tempo suficiente para descansarmos até ao amanhecer para não perdermos tempo.
Eu estava habituada a fazer campismo mas confesso que aquilo era um pouco arrepiante....dormir no meio da floresta cheia de bichos e animais era de certa forma assustador.
- Eu nunca fiz campismo - disse a Luna - nem nada que se parecesse com isso e para além disso, a ideia de dormirmos ao relento também não me agrada muito
- Eu estou habituada a fazer campismo - comentei eu - mas preferia dormir num abrigo ou mesmo numa tenda. Nunca se sabe com o que podemos contar durante a noite.
- Sim, era bom que pudéssemos dormir noutro sítio mas não me parece que isso seja possível - disse o Filipe.
- Pois - concordou o Wilson - mas nao pensem nisso, vai correr tudo bem de certeza...não nos podemos esquecer é de pôr repelente no corpo todo para evitar picadas e afastar insetos e também de acender a fogueira para afastar qualquer tipo de animais selvgens.
- Boa Wilson - felicitou o Filipe - grande ideia! Smile E em vez de fazermos apenas uma fogueira podemos fazer várias, talvez umas quatro à nossa volta para ficarmos mais protegidos. Que acham?
- Olha eu acho uma ideia excelente - disse eu.
- E podíamos fazer turnos, assim ficamos ainda mais seguros e descansados e de certeza que dormimos melhor - disse a Luna.
- Sim, é uma otima ideia. Vamos lá ver, são 21 horas, vamos acordar por volta das 5 e meia da manhã para arrumar-mos tudo, comermos algo e nos pôr-mos a mexer. Se conseguirmos ter tudo pronto às 21 h e 30 para dormirmos, até às 5 e meia da manhã são 8 h, nós somos 4 por isso fazemos 1 turno cada um de 2 horas. Eu posso fazer o primeiro das 21h e 30 às 23 h e 30. Agora temos que ver quem faz o segundo, o terceiro e o quarto.
- Eu posso fazer o 2 turno - ofereceu-se o Wilson - das 23h e 30 à 1h e 30.
- Eu faço o 3 - disse a Luna - o da 1:30 às 3:30.
- Ok, então eu faço o 4 turno - disse o Filipe - das 3:30 às 5:30.
- Pronto, então estamos combinados, quando o turno de cada um acabar, essa pessoa acorda quem tem de fazer o turno seguinte - disse eu.
- Sim, e eu acordo-vos a todos a todos às 5:30 - disse o Filipe.
Bem, já estava tudo decidido e parecia estar tudo a correr às mil maravilhas, pelo menos para já. Estava a começar a juntar folhas para fazer uma espécie de manta para me deitar e a tirar as pedras que me podiam magoar quando reparei que a Luna estava a olhar para uma árvore completamente preplexa. fui ter com ela.
- Então miúda, que se passa? Porque estás tão admirada a olhar para essa árvore?
- Hum, bem, não é bem para a árvore que estou a olhar. Olha bem para ali, para o último galho, mesmo lá em cima. Não vês uma mochila florescente com o número 1?
- Sim, agora que falas nisso, vejo mas nós já sabíamos que estávamos no primeiro ponto de encontro.
- Si, eu sei mas o número 1 está na árvore. Porque haveria também de estar numa mochila florescente bem escondida? Temos que arranjar maneira de lá ir buscá-la não achas?
- HÁ! Tens razão Luna. Vamos chamar os outros para arranjar-mos maneira de lá irmos.
Reunimo-nos todos no circulo formado pelas fogueiras que os outros já haviam acendido e acabamos por decidir que era boa ideia que fosse o Wilson a ir lá buscá-la. Ela sabia fazer escalada desde de sempre e já tinhamos encontrado as cordas de segurança que podiamos usar para a sua segurança.
Após alguns minutos de bastante tensão, o Wilson conseguiu chegar à mochila e agora só faltava a descida. Com as nossas indicações de onde haveria ou não de pôr os pés e as mãos, a descida ainda foi mais fácil e sem darmos por isso já estavamos com a mochila no nosso meio e completamento curiosos
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Mensagem  Saskya Adams Ter 03 Jul 2012, 16:48

por abri-la.
- Ok, então é assim, se vocês não abrem abro eu - disse o Filipe - já não aguento mais tanta espera!
Ninguém se opôs e ele abRIU-a....
Ficaram todos tão contentes com o que viram que desatamos todos à gargalhada.
- Boa Luna, grande capacidade de observação - disse o Wilson-
- Mesmo - disse eu e o Filipe ao mesmo tempo.
- Oh não foi nada, qualquer um a podia ter visto - disse a Luna.
- Talvez, mas foste tu que a viste e salvaste-nos a noite!!! Very Happy
Nem acreditávamos que aquilo era uma tenda! Pusemos logo mãos à obra e montamo-la. Estava tudo perfeito e seguro para passarmos a noite Cool. Não podia deixar de pensar que o nosso grupo era perfeito e que as nossas capacidades se complementavam todas, agora só tinhamos que sobreviver às próximas 8 horas até ao amanhecer, o que parecia nao ser dificil e depois eram só mais 99 dias da dificil recruta...

Não se pode fazer dois post seguidos!
Para isso serve o editar!
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Mensagem  filipe_7 Ter 03 Jul 2012, 22:14

Após uma boa noite de descanso, levantei-me por volta das 5:15 da manhã, tinha sido o primeiro a acordar e estava super cansado ...
Esperei que chegasse as 5:30 e acordei todo o grupo ...
- BOM DIA ! Gritei à beira de toda a gente ...
Todos se levantaram com um sobressalto e reclamaram comigo pois os ter acordado daquela maneira .
- Não há nada como começar bem o dia! Exclamei para mim próprio ...
Pusemos todos pés ao caminho, o dia ia ser longo mas a caminhada e os obstáculos que íamos ter ainda eram maiores, por isso tínhamos que nos apressar para chegar cedo ao ponto de encontro ...
Já estávamos a andar à mais de 2 horas e nada de especial tinha acontecido, até que ouvi alguém gritar atrás de mim ...
A Saskya tinha caído numa areia movediça num pequeno lago onde estávamos a passar e estava a começar a ficar aflita, ninguém a conseguia tirar, mas quanto mais se mexia mais ia ao fundo por isso disse-lhe para não usar mais a força para sair, e sim elaborar algum plano para ela poder sair...
Sem pensar muito lembrei-me de atar uma corda ao tronco de uma árvore e a outra parte noutra árvore, mas o meio da corda a passar por cima do sitio onde ela estava presa, pois assim ela podia dar impulso para cima a segurar-se na corda e empurrar o corpo para cima. E assim o fizemos, com muito custo conseguimos tira-la de lá, e quando a tirámos ela agradeceu-nos a todos, mas veio ter comigo em especial e disse - Obrigado por teres tido a ideia da corda .
- Não foi nada ... Respondi
- Qualquer um podia se ter lembrado . Sinceramente após a ter salvo, senti algo em especial por ela, algo que nunca senti e não sabia explicar o que era ...

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Mensagem  Jo Ter 03 Jul 2012, 22:48

-ACORDEM!!!! – ouvimos.
Levantei-me tão depressa que até senti tonturas.
-Chegaram cedo! Muito bem, como prémio vão começar o treino primeiro que o outro grupo! – disse Smoke.
Apeteceu-me gritar o quão injusto aquilo era. Respirei fundo.
Depois de lhe darmos todas as bandeirinhas, fomos atrás dela.
-Vão correr até os vossos colegas chegarem!
“Por favor, despachem-se!”, pedi mentalmente aos querubins do outro grupo.
Enquanto corríamos, observei todo o campo. Vi uma série de pneus, uma parede de escalada, um pórtico… Ai, ai,ai… que medo!
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Mensagem  Saskya Adams Ter 03 Jul 2012, 23:49

Eu estava completamente agradecida pelo esforço de toda a equipa pelo salvamento que me haviam feito, sobretudo ao Filipe pela sua ideia que acabou por me salvar a vida, e embora eu quisesse dizer-lhe o que achava que sentia por ele, senti que neste momento não era oportuno par tal....estávamos na recruta e eu estava um nojo. Já não tomava banho à mais de 24 horas e mesmo estando habituada a fazer campismo e à vida selvagem, eu não suportava estar assim. Tentava não pensar nisso pois eu sabia que ia passar por bem pior que o facto de não poder tomar banho nas últimas 24h mas era difícil.
- Olhem! - exclamou a Luna - Está ali um riacho!!!!
- Há! Que alívio - disse eu - água fresca!
Fomos a correr para lá, pousamos as mochilas e tiramos a roupa sem vergonha uma vez que não tinhamos nehuma de reserva e ou era isso ou depois andavamos o resto do dia encharcados.
Foi ótimo, aquela água fresquinha do riacho soube-nos mesmo bem e foi o ideal para o resto do dia nos correr lindamente!
- Eh pessoal - chamou o Wilson - temos que ir! Já passaram cerca de 20 minutos!
- O quê????!!! - Gritámos nós em uníssono - já passaram 20 minutos?
- Temos que por mãos à obra - exclamei - ou vamos chegar mesmo tarde, ainda nem ao segundo ponto de encontro chegamos!
SaÍmos todos da água a correr tentamos secar-nos um pouco e vestimo-nos.
- Eu vejo o mapa para ter a certeza se estamos no caminho certo - disse o Wilson.
Passado um pouco ele disse que estávamos a cerca de 5 km do 2º ponto e 15km do posto final.
"Tínhamos mesmo que nos despachar" pensei eu.
- Há, é verdade, só agora me apercebi disso - disse o Wilson - temos que atravessar o riacho e sair dele mais lá à frente na margem direita daqui a 3 Km mais ou menos. Depois são mais 2km a pé sempre em linha reta. Tirando a parte de termos de arranjar maneira de atravessar o riacho, parece fácil.
- Podíamos nadar - disse o Filipe
- Ai sim espertinho? E as coisas que não se podem molhar, incluindo as nossas roupas e materiais nas mochilas? - perguntei eu a desafiá-lo - Como estás à espera de as fazer passar juntamente connosco sem se molharem?
- Hum, bem pois - disse ele um pouco envergonhado e irritado - não pensei bem nisso....
- Pois, não pensaste não Filipe...- como eu gostava de irritar as pessoas mas a ele estava-me a dar um gosto especialmente agradável Very Happy
- Olhem, podíamos construir uma jangada com paus - disse a Luna
- Sim, e púnhamos as mochilas e as roupas nela e nadávamos na mesma - disse o Wilson
- Vês Saskya? Afinal vamos nadar!! Quem é o espertinho afinal diz lá!!!
rrrrrrrrrrrrrrrr...........que nervos que ele me estava a fazer!!!! Evil or Very Mad Não consegui evitar, mal ele virou as costas preguei-lhe uma rasteira e ele caiu direitinho na água. Fez grande chapa na água e mal veio à superficie fez uma cara hilariante de assustado e irritado pelo sucedido que me fez desatar às gargalhadas.
- HAHAHAHAHAHAHA - comecei eu - parece que o espertinho és mesmo tu!! HAHAHAHA Very Happy
- Parem lá com isso!!! Vá, não temos tempo a perder - disse o Wilson - sai lá da água Filipe e mãos à obra.
Começamos a construír a jangada e em 30 minutos já estavamos prontos para ir riacho abaixo.
- Hum, Saskya? - disse a Luna baixinho - posso falar contigo?
- Claro!!! Diz lá.
- Olha eu sei nadar mas não sou nada de especial e não aguento muito tempo...tenho medo...
- Há, não te preocupes com isso, eu ajudo-te, alás, de certeza que todos te ajudam se for preciso alguma coisa. Mantém-te sempre agarrada à jangada e tenta ficar à minha beira, depois é só bateres as pernas e vai correr tudo bem. Confia em mim!!!
A Luna ficou um pouco mais descansada mas continuava assustada.
Voltamos a tirar a roupa e a as mochilas e pusemo-las em cima da jangada, tendo depois amarrado tudo com lianas para ficar mais seguro. Metemo-nos na água e todos agarrados à jangada começamos e nadar pelo riacho abaixo. Passado algum tempo apanhamos rápidos e a descida tornou-se mais fácil pois não tinhamos que fazer quase esforço nenhum mas ao mesmo tempo tornou-se tudo mais perigoso. Qualquer descuido ou mesmo se batêssemos em pedras podia tudo correr muito mal mesmo......
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Mensagem  Saskya Adams Qua 04 Jul 2012, 20:02

Segundo o Wilson estávamos quase a chegar ao sitio onde era suposto irmos para a margem direita e seguirmos a pé. Até àquele momento estava tudo a correr na perfeição e como tínhamos planeado, até a Luna que estava assustada se estava a sair lindamente. Foi então que a água nos começou a puxar cada vez mais rápido riacho abaixo....e começamos a olhar uns para os outros um pouco assustados.
- Isto é o que eu estou a pensar? - perguntou a Luna já com o pânico bem notável na voz.
- Receio bem que sim - disse o Wilson.
- Isto são...são - começou meia engasgada a Luna
- São RÁPIDOS!!! - anunciei eu sobressaltada
- Sim, pois são - disse o Filipe - e se bem me lembro após os rápidos há sempre uma queda de água!
"Mantém a calma"- pensei eu - "Mantém a calma Saskya.
Depois aconteceu tudo demasiado depressa....e o que se passou a seguir foi completamente inevitável.
- HHHHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!! - gritamos nós
- Vaaaaamoooos moooorreeeeer!!!! - gritou o Wilson
Os rápidos começaram a ficar cada vez mais rápidos, começamos todos a engolir água e a deixar de ver para onde íamos mas nunca largamos a jangada. Penso que naquele momento todos pensamos o mesmo, para além de acharmos que a recruta e mesmo as nossas vidas acabavam ali, pensamos também que se queríamos viver tínhamos que nos manter juntos e para isso agarrarmo-nos à jangada era a melhor solução.
- Eu estou a escorregar! – exclamou a Luna – AJUDEM-ME!
Mal ouvi aquilo larguei a jangada e agarrei na Luna. Não fui a única a fazê-lo, todos os outros o fizeram, à exceção do Filipe que para além de a ter agarrado ainda conseguiu agarrar-se a uns ramos que pendiam sobre o riacho o que nos salvou a todos de termos uma valente queda.
Estávamos todos aflitos e foi uma grande luta contra a corrente, assim como um grande esforço de equipa para chegarmos à margem direita através dos ramos.
Uma vez deitados sobre a margem, parecia que a adrenalina tinha passado e o cansaço se tinha apoderado do nosso corpo. Eu pelo menos estava exausta….só me apetecia adormecer.
- Obrigada pessoal – disse a Luna com uma respiração ofegante – pensei mesmo que ía morrer!
- Foi um belo esforço de equipa- felicitou o Wilson – e não te preocupes Luna, não tens que agradecer.
- Pois não tens não, aposto que se não tivesses escorregado, tínhamos ido todos pela queda de água agarrados à jangada – disse o Filipe
- Parece que há males que vêm por bem – disse eu.
Eu sabia que um dia nos íamos rir disto mas agora eu estava simplesmente exausta para isso.
- Só temos um problema – disse a Luna – as nossas mochilas foram-se e o mapa também. Como vamos fazer agora?
- Isso não é problema – exclamou o Wilson – sei o mapa e cor!!
- Fixe! – dissemos nós
Passado algum tempo reparei numa bandeira florescente com o nº 2.
- Hum, pessoal?! Olhem para ali - apontei eu
- Bem, eu não sei como mas viemos parar direitinhos aqui – disse o Filipe
- Que importa isso? – perguntou o Wilson – é a heroína do destino
- Há? – Disse eu enquanto os outros se riam – Hironia do destino oh trengo!!!
Agora só faltavam 10 Km até ao ultimo ponto e já só tinhamos 2 horas. Nada mais podia correr mal….

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Mensagem  filipe_7 Qua 04 Jul 2012, 21:58

Quando chegamos ao ponto de encontro, vimos o grupo 1 todo a correr, e eu comecei-me a rir quando todos reclamaram connosco por termos chegado só naquela altura, mas era engraçado ver-los todos frustrados por estarem a correr por nossa culpa ...
- De que te estás a rir ? Perguntou-me a Smoke .
- De nada ... Respondi, já com noção de que ela me ia fazer pagar por isso ...
- Se te ris de nada é porque és maluco ! Disse ela ...
- Não me ri de nada, ri-me porque me apeteceu, não por ser maluco! Respondi eu com um tom de gozo na vós ....
- Parece que o senhor Filipe está com o humor em alta, por isso para animar mais vai o ambiente vão todos correr até ás 12:00, por isso não dêem tudo no inicio pois ainda são 9:25 e quem parar corre o dobro do tempo ...
Todos me felicitaram, mas ironicamente claro, a Saskya veio ter comigo e disse-me que eu era um parvo por ter feito aquilo e notei que ela estava muito chateada comigo, e eu não queria isso ...
Depois da exaustiva corrida, senti-me muito mal por ter feito aquilo e ter feito os outros gastarem maior parte das suas energias por minha culpa, mas em especial sentia-me triste pela Saskya e decidi ir falar com ela ...
Ela tinha acabado de almoçar e eu também, a comida não tinha sido muita mas quase não me entrava, até que fui falar com ela ...
- Ola. Disse eu
- Oi. Disse ela aziada ...
- Queria falar contigo, quer dizer queria-te pedir desculpa por ter sido estúpido ao bocado ...
- Ok, não há problema.
- Precisava de falar outra coisa contigo...
- Diz. Disse ela a começar a ficar corada ...
- Eu, eu ...
- Siiim... disse ela a sorrir
- Eu acho que sinto alguma coisa por ti, e queria saber se o sentimento era reciproco... É ?
Ela ficou vermelha, e estava a sorrir ...
- Penso que sim... Respondeu ela super corada e a sorrir ... Eu avancei para a beira dela e beijei-a, sentia-me super nervoso e o beijo durou durante algum tempo, mas percebi mesmo que gostava dela ...
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Mensagem  Jo Qua 04 Jul 2012, 22:13

Finalmente eles tinham chegado!
- Parece que o senhor Filipe está com o humor em alta, por isso para animar mais vai o ambiente vão todos correr até ás 12:00, por isso não dêem tudo no inicio pois ainda são 9:25 e quem parar corre o dobro do tempo ... – ouvi Smoke gritar.
Bufei, de tão irritada que estava. Pfff…
12horas.
- Ide comer o vosso banquete – disse novamente num tom irónico.
O nosso “banquete” fora uma sopa fria com pedacinhos de frango e um pão. Melhor que nada.
Olhei para a Saskya e para o Filipe. Desviei logo o olhar. C’um caneco…
Mas agora estava preocupada com o que vinha a seguir. Eu já estava a morrer e ainda nem tínhamos feito quase nada.
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Mensagem  Saskya Adams Qua 04 Jul 2012, 22:41

O beijo estava a ser ótimo mas eu precisava de parar....
- Fi...li..pe - disse eu entre os nossos lábios
Ele parou um pouco sobressaltado por não perceber o tom da minha voz e ficou a olhar muito sério para mim, até que perguntou:
- O que se passa?! Magoei-te? Não querias? Não gostaste?!
- Não, não é isso - disse eu envergonhada Embarassed
- Há pensei que não tinhas gostado ou que te tinha magoado ou algo do género sabes...quando estou nervoso sou um pouco desastrado - disse ele olhando para baixo.
- Importas-te de te calar? Não foi nada disso ok? É só que...bem...eu, eu nunca..
- O quê? Tu nunca o quê? Diz Saskya, estás a deixar-me ainda mais nervoso!!
- Calma está bem, nervosa estou eu que não sei como dizer isto...
- ok ok, eu calo-me...fala
- Tens a certeza? É que continuas a falar sabes?!
Ele olhou para mim com olhos brilhantes, fez um ar sério, fechou boca e fez o gesto com a mão como se estivesse a fechá-la às chaves e deitou-as fora. Eu ri-me Smile
- Então é assim....eu acho que gosto de ti mas tudo isto é difícil para mim porque, - bem, eu nunca namorei com ninguém... Embarassed
Ele fez um gesto com as mãos para que eu continuasse pois apercebeu-se do tom de quem ia dizer mais alguma coisa na minha voz.
- Eu também....oh pronto, que se lixe,....eu também nunca beijei ninguém! ok? E tu, assustaste-me um pouco Embarassed
Ele ficou a olhar para mim sem dizer nada.
- Oh, porra, eu sabia que não devia ter dito nada...eu sei, é estranho não é? Esquece o que eu disse está bem?
Ao dizer isto virei costas e comecei a correr. Estava envergonhada, assustada e sei lá mais o quê....a minha cabeça estava uma confusão. De repente senti alguém a agarrar-me no braço e a puxar-me para si. Era o Filipe. Pegou no meu rosto com as duas mãos e ficou a olhar para mim durante uns segundos, depois, usando mais uma vez as mãos fez sinal de forma a perguntar se já podia falar.
- Tu estás a gozar comigo?! - disparei eu - Está aqui uma pessoa a revelar-te os seus sentimentos mais intimos e importantes e tu nao dizes nada porque eu te mandei estar calado há pouco? - ao mesmo tempo que disse isto comecei a bater-lhe de tao irritada que estava e ele só se ria. Que nervos!!!!
- Calma, calma Saskya. Desculpa não ter dito nada mas tu mandaste-me calar e eu costumo fazer o que as pessoas de quem gosto me pedem - disse ele sorrindo e piscando-me o olho.
Amuei e virei costas e mais uma vez ele tocou-me nos braços e agarrou-me pela cintura.
- Saskya, que mal tem nunca teres tido namorado e nunca teres dado antes um beijo? Há sempre uma primeira vez para tudo segundo aquilo que ouço dizer Very Happy , não te preocupes com isso. Eu acho fixe sinceramente ter sido comigo o teu primeiro beijo.
Deu-me um beijo na bochecha que me fez corar e voltou a falar com um sorriso manhoso:
- E já agora, ninguém diria que nunca tinhas beijado ninguém.
Fingi ficar chateada com o comentário mas a verdade é que gostei Smile e acabei por ser eu a dar-lhe outro desta vez.
- Ora muito bem - disse a instrutora Smoke rindo-se diabolicamente - Parece que temos aqui dois pombinhos apaixonados na nossa recruta.
Viramos-nos os dois de sobressalto a desejar que ela compreende-se o que se passava....
- Desculpa instrutora - disse o Filipe - a culpa foi minha, fui eu que beijei a Saskya.
- O que estás a fazer Filipe? - disse eu baixinho - cala-te!!
- Estou a tentar salvar-te desta - disse ele
- Há, não me interessa quem beijou quem....não há nda que diga que não se pode namorar no campus ou mesmo durante a recruta mas já que se têm um ao outro para se animarem tenho o dever de tornar isto mais dificil para vocês seu monte de lixo!
"Pois sim, onde é que eu tinha a cabeça? Como pude eu achar que ela ia ser compreensiva? Burra Saskya, burra!" pensei "Agora só nos resta aceitar o castigo e rezar para que consigamos superá-lo"....
- Pois muito bem, cheguem todos aqui IMEDIATAMENTE!!!! - gritou Smoke para o resto do grupo
Todos pararam o que estavam a fazer para se juntarem a nós e então a instrutora começou a falar:
- Parece que temos aqui um casalinho e como eu não gosto nada de ver pessoas tristes e cansadas na minha recruta vou dar-lhes um exercício extra. Amanhã vamos todos para a Antártida e adivinhem só, enquanto os outros vão estar a fazer um simulacro de um busca e salvamento, assim como aprender técnicas de sobrevivência, aqui os nossos dois monstrinhos apaixonados vão estar a fazer um exercício no meio do nada, completamente sozinhos que terá a duração máxima de 36 horas. Se falharem e não conseguirem passar no exercício sem ser por ferimentos graves vão dizer olá aos colegas da próxima recruta!! Estamos entendidos?
- Sim senhora! - respondemos nós em uníssono
- NÃO OUVI BEM, ESTAMOS ENTENDIDOS?! - VOLTOU ELA A GRITAR
- Sim senhora instrutora!!
"Estamos feitos" pensei. Fiquei mesmo desanimada, se não passássemos no exercício não acabariamos esta recruta e esse era o meu maior medo. O Filipe percebeu o que eu sentia e disse:
- Não te preocupes, vai correr bem. Nós safamo-nos. Pelo menos vamos fazê-lo juntos Very Happy
Sim, era verdade, pelo menos íamos fazê-lo juntos... Smile
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Mensagem  Jo Qua 04 Jul 2012, 23:06

-Mas agora… - continuou Smoke.
Levou-nos para o campo.
-Ao final do dia, quem não conseguir fazer o circuito em 1minuto, terá de correr 20Km – disse Smoke. Basicamente, no final do dia, todos teriam de correr pois seria impossível fazer aquilo tudo em um minuto.
Depois de uma corrida de 500 metros, tínhamos de saltar entre os pneus. “Levanta-me esses joelhos”, mandava Smoke. A seguir, usando uma corda avançávamos um lago de lama, muito mais largo que o da floresta. O próximo obstáculo era uma parede extremamente grande. Tínhamos de escalá-la e depois seguir o trajeto, apoiando os braços nas sucessivas barras horizontais, que estavam para além da parede.
Quando parecia que já tínhamos feito tudo, ainda tivemos de nos arrastar pela lama, o que era difícil naquelas circunstâncias pois a rede que estava por cima atrapalhava imenso.
Atravessámos o pórtico (o que até achei fixe) e, por último, subimos por uma corda de 5m de altura para tocar o sininho que estava no cimo (era a cereja no topo do bolo).
Ainda por cima não fizemos apenas o circuito. Tivemos direito a umas variantes – como, abdominais, flexões, etc - que a Smoke ia acrescentando quando achava que não estava a impingir sofrimento suficiente. E eu tinha de tomar banho urgentemente!!! Estava muitíssimo calor…
Não te queixes, Jô. Amanhã vais estar na Antártida… pensas que é melhor?
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Mensagem  Saskya Adams Qua 04 Jul 2012, 23:25

Estávamos naquele percurso há horas, ninguém queria dizer nada pois sabíamos que ia ser pior mas a verdade é que estavamos todos exaustos, suados e completamente nojentos por estarmos a fazer todos aqueles exercicios. Aquilo mais parecia a tropa:

1º percurso - duração 10 minutos
- corrida de 500 metros
- passar os pneus
- passar o lago lamacento através da corda pendurada ao meio (arranjem maneira de chegar à corda)
- Escalar a parede de 10 metros
- passar a ponte de barras horizontais
- passar uma rede de arame farpado rastejando pela lama
- atravessar o pórtico
- subir a uma corda de 5metros e tocar o sino

2º percurso - duração 30 minutos:
- corrida de 100 metros
- tiro ao alvo
- busca e salvamento

Nota:Quem se enganar, cair ou não fizer o percurso no tempo estipulado, ganha um bilhete de volta para o inicio levando todos os colegas com ele. ~
Boa sorte seu monte de escumalha!!!!


"Estamos oficialmente lixadinhos da vida"...

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Mensagem  Jo Qui 05 Jul 2012, 00:37

Eu estava a ficar enjoada… Os balanços do navio estavam a dar cabo do meu estômago.
Todos nós conseguimos fazer os percursos nos tempos estipulados, mas ninguém conseguiu chegar mais “longe” do que fazer o 1ºpercurso em um minuto. Por isso, no final do dia ainda tivemos de correr 20km.
Passei a mão pelo meu cabelo. Agora estava-me apenas pelos ombros. Tudo aconteceu, porque o meu cabelo emaranhava-se muito na lama e incomodava-me. Num impulso de raiva (o campo de concentração foi desgastante quer a nível físico como psicológico), cortei-o com a tesoura que estava na caixa dos primeiros socorros. Ele estava todo mal cortado, mas queria lá saber.
Voltando ao presente…
Quando se começou a sentir o frio, podemos agasalhar-nos lá com o equipamento que nos deram.
Depois de atracar, saímos. Um vento forte atingiu-nos. Uau, aquilo prometia.
O céu estava escuro. Lembrei-me que agora era Inverno lá, por isso seria crente se estava a contar em ver agora o dia.
Tinha dificuldade em mexer-me com toda aquela roupa, e também com o peso da mochila.
-Muito bem – disse Smoke. – Depois de deixar estes dois pombinhos, venho ter convosco. É provável que eu demore um dia a chegar. Por isso, até amanhã!
Deixou-nos completamente sozinhos.
-E agora? – perguntou Luna.
-Bem, temos de fazer um abrigo – disse-lhes. – Eu ouvi tudo o que a Smoke falou durante a viagem, por isso ainda me lembro.
Apesar do vento, estávamos no litoral. Estava frio, mas não um frio extremo. Eu pensava na Saskya e no Filipe… E se a Smoke os tivesse levado para a parte Oriental ou até para dentro do continente? Pelo que tinha lido num livro, essas eram as partes mais frias!
Mas também já não podíamos fazer nada.
-Vamos ter de cavar um buraco em que caibamos todos. Mas que não seja muito grande, para podermos estar mais perto uns dos outros e haver menos perdas de calor – fui dizendo.
Pousámos as mochilas no chão e fomos cavando. Como eramos seis, aquilo até foi rápido.
Tentámos perceber de onde o vento vinha. Assim, fizemos uma espécie de encosta de forma a não o deixar passar. Enquanto trabalhámos, o calor ia-se mantendo, o que era bom.
Nós tínhamos tudo o que era necessário para fazer uma fogueira na mochila. Fizemos a fogueira acima do abrigo, por causa do monóxido de carbono, que nos podia asfixiar. A encosta também permitia que o vento não apagasse a fogueira.
Nas mochilas estavam as rochas necessárias, para pôr em volta da fogueira e assim mantê-la por mais tempo. Por vezes, íamos juntando o repelente de insetos da outra vez para dar mais força à chama.
Outra coisa importante era não desidratar. Por isso enchemos alguns recipientes de metal com a neve e pusemos perto da lareira.
As pedras que sobraram, aproveitámos para aquecê-las na fogueira e depois distribui-las pelo buraco, quer dizer, pelo abrigo e assim aumentar o calor.
E neste correrio todo, passou mais de meio dia. Olhamos para o céu.
-Uau, uma aurora polar – admirei-me. Nunca tinha visto uma ao vivo (a sério…?). Eu não sabia distinguir se era austral ou boreal, mas também eu não era nenhuma perita nisso nem era importante agora. Mas foi estranho o facto de aquela cena ter-me dado novamente vontade de continuar.
Só nos restou ficar juntos uns aos outros até chegar à altura de Smoke chegar e prepararmo-nos para o nosso 5ºdia de recruta.
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Mensagem  Saskya Adams Qui 05 Jul 2012, 03:02

Enquanto os outros ficavam na parte litoral da Antártida, a instrutora Smoke levou-nos numa mota de neve e mais tarde de avião para o que seria, segundo ela, o pior dos nossos pesadelos. Eu não sei se o Filipe estava assustado ou não apesar daquela expressão na cara dele que eu achava ser terror mas que ele tentava disfarçar mas o certo era que eu estava completamente petrificada!! Um exercício de 36 no máximo?! Mas o que estaria ela a pensar mandar-nos fazer?! E ainda só estávamos a caminho do 5º dia e ela já estava a mandar-nos para o meio do nada numa planície gelada!!??Eu não tinha absolutamente nenhuma ideia, eu só sabia que ia estar um frio de rachar ainda mais do que no sitio onde deixamos o resto do grupo. Afinal, a viagem estava a demorar imenso tempo!!!
Quando estávamos no avião, a instrutora começou a dar-nos os dados do que haveríamos de fazer, assim como as medidas de segurança base para que nada de muito mau acontecesse (sim, porque aquilo não era nada de especial, era o que ela dizia).
- Ora bem minha amostra de gente, antes de mais quero dizer-vos que tiveram muita sorte por ter sido eu a calhar-vos como instrutora e não o instrutor Large, se vocês acham-me difícil...bem, digamos apenas que não iam gostar de o conhecer sequer mas não se preocupem, vão ter essa oportunidade minha escumalha fedorenta. Mas vamos lá ao que interessa. Vocês vão ter que sobreviver ao geladíssimo Inverno do Interior do Continente durante pelo menos 48 horas.
"O QUÊ?! Ela andou a beber ao pequeno almoço foi?....Vai ser bonito vai" pensei eu.
- Vão começar mesmo no centro do interior onde serão largados de pára-quedas o mais próximo possível da superfície. Eu sei que não tiveram grandes indicações sobre como saltar de um avião de pára-quedas e se bem me lembro da última vez que isso aconteceu, a Saskya levou um pontapé no rabo para sair do avião. Não vamos deixar isso acontecer outra vez minha menina.
- Sim, senhora Instrutora - disse eu o mais convicta possível.
- Tudo o que vocês têm que saber é saltar quando eu vos disser e depois é colocar os braços ao peito e as pernas. Vão sentir uma grande pressão e serão puxados ainda com mais força do que da última vez, sim os ventos da Antártida não são para fraquinhos! Vão usar os fatos completos de pára-quedismo, incluindo os óculos. Os pára-quedas continuam a ser automáticos, parece que os diretores da CHERUB não querem que vocês se magoem assério....que pena. Atenção à aterragem, protegam o corpo do embate na neve. Quando aterrarem vão-vos ser lançadas 2 mochilas, uma com um mapa do caminho que têm que percorrer, lanternas, alguma água e comida enlatada rica em hidratos de carbono e fibras, fósforos e outros materiais e a outra com mudas de roupa interior e suplente, colchoes, sacos de cama, entre outras coisas. Sigam todas as instruções à risca, incluindo as que estiverem junto do mapa que lhes serão muito uteis para a vossa sobrevivência. Nas vossas roupas estão instalados localizadores para o caso de algo correr mal e lembrem-se se estiverem em grande perigo e não houver mesmo maneira de se safarem, não exitem em ativar o pedido de ajuda e nós viremos buscá-los mas é claro que isso nao deve acontecer e se acontecer....ADEUS RECRUTA! gora toca a vestir os fatos que eu tenho mais que fazer do que andar a brincar aos aviõezinhos.
Fizemos logo o que ela nos mandou sem questionar ou já sabiamos que iamos piorar a nossa situação. Um vez preparados(quer dizer, preparados como quem diz, nunca se está preparado para saltar de um avião e ser largado no meio do nada, principalmente quando esse nada é gelado),as portas do avião foram abertas.
- Então, preparados?! Tu vais primeiro Filipe, não gosto da politica meninas primeiro - disse Smoke com um ar extremamente divertido e diabólico.
- Encontramo-nos lá em baixo Saskya...
Eu olhei para ele com um olhar encorajador e sorri.
- Vá lá minha bela adormecida, o tempo está a passar.
O Filipe agachou-se junto da porta do avião e preparou-se.
- Vá, 1....2.....3 agora - gritou Smoke.
O Filipe não exitou e ainda bem, assim deve ter sido mais fácil, achava eu. Bastava agora rezar para que tudo corresse bem para os dois.
- Vá lá Saskya, prepara-te!
Cheguei-me junto à porta do avião e agachei-me. Tive que me segurar para não ser imediatamente sugada e esperei pela contagem...
- Vamos lá Adams, 1....2....3AGORA!! - Berrou Smoke
E eu saltei...
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Mensagem  Jo Qui 05 Jul 2012, 10:42

Fomos para o sítio onde Smoke nos deixara. Eu vi uma linha clara no horizonte, mas esta nunca mais aumentava de forma a vermos todo um sol a brilhar. Tinha ouvido falar que muita gente, que vivia perto dos polos, se suicidava no Inverno por causa da escuridão. Arrepiei-me toda.
Um barco atracou.
-Bem, sobreviveram! – disse-nos, depois de sair do navio. – Agora ide ali descarregar as motos! Depressa!
Motas de neve?! Uhh… fixe.
Depois da pequena introdução acerca de como funcionava, fomos atrás de Smoke de motoneve!
Chegámos ao que parecia um armazém. Quando entrámos, a temperatura aumentou, o que nos permitiu tirar o casaco, gorro, luvas, óculos, etc.
-Mexam-se! – impacientou-se Smoke. – Agora, deitem-se todos de barriga para baixo! – ordenou quando já tínhamos desembaraçado daquela roupa toda.
Obedecemos.
-Apenas os antebraços e a pontas dos pés podem tocar no chão!
Ficámos durante muito tempo naquela posição. Ela voltou a fazer o mesmo que na praia e caminhou sobre nós.
-Levantem a perna direita e o braço esquerdo! – obedeci não sei como, pois já nem conseguia sentir os braços e as pernas. – Perna esquerda e braço direito!
Fomos obedecendo.
-Cinco séries de 100 abdominais ao meu ritmo! – mandou. – 1…2…
Após cada 100, fazíamos um intervalo de trinta segundos.
-Flexões ao meu ritmo e com o peito a bater no chão!
Cinco séries de 40 flexões, uau.
No final do dia, mandou-nos correr lá fora. Tivemos de voltar a vestir aquele peso e correr.
Os meus dedos estavam a ficar estranhos, sentia um certo desconforto a mexê-los… Jô, podes contar com umas lindas frieiras amanhã.
No dia seguinte, Smoke ensinara-nos regras dos primeiros socorros e cenas desse género, como salvamento e resgaste. Tudo bem, até saberem que tínhamos de estar sentados numa “cadeira invisível” enquanto ela ensinava. Só saíamos dessa posição quando Smoke mandava-nos simular essas situações. Caso alguém fizesse mal, tinha o castigo de fazer 50 flexões.
No final do “dia” voltámos a correr.
O sétimo dia foi mais puxado, nomeadamente, porque os meus dedos das mãos pareciam salsichas. Estavam inchados e era-me difícil manejar as coisas, pois doía imenso quando dobrava os dedos. Só rezava para que não gretassem… Então aí é que doiria!
Íamos agora para o 8ºdia… Como estariam Saskya e Filipe? Supostamente eles estariam connosco no sétimo-oitavo dia, certo?.
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Mensagem  Saskya Adams Qui 05 Jul 2012, 23:17

A descida até ao gelado solo do interior da Antártida foi melhor e ao mesmo tempo pior do que a que fizemos no nosso primeiro dia de recruta. A melhor parte? Bem, não senti tanto medo nem foi tão stressante e consegui manter a calma assim como controlar melhor a situação apesar da aterragem ter sido um pouco dolorosa de qualquer das maneiras pois bati de rabo no chão. A pior parte? Estava um frio de rachar e eu achei simplesmente que ia chegar lá a baixo completamente congelada mas correu bem, deixei apenas de sentir os dedos...
Já no solo, percebi que o Filipe estava todo enrolado e a tremer e asssustei-me.
- Então, que se passa? - perguntei eu
- Es-es-es-tá u-u-u-m fri-i-oo de rachar - disse ele.
- Há quanto tempo estás aqui?
- Há-a-a algu-u-um...
- Porque não vestiste as roupas preparadas para o efeito mal chegaste cá a baixo?
Ele levantou-se a tremer por todos os lados e apontou para o céu. Eu olhei na direção que ele me indicava e percebi o que ele queria dizer.
- Aaaah, pois, ainda não chegaram, estão a chegar...eu vou apanhá-las e vestimo-las. Eu também estou a começar a congelar.
Fui até ao encontro das duas grandes mochilas que continham tudo o que precisavamos e levei-as para junto do Filipe que continuava a tremer como se não houvesse amanhã. Apressamo-nos a vestir as roupas por cima das que já trazíamos para nos começarmos a mexer. Íamos ter umas longas 48 horas pela frente...Após estarmos bem quentes e preparados para andar o primeiro passo foi ver o mapa e as instruções que para sorte nossa estavam em Inglês, a lingua que eu dominava e Alemão, a língua que o Filipe mais gostava e por isso sabia. Faltavam 2 horas para as 21 horas, hora em que deveriamos estar no primeiro ponto para passarmos a noite descansados. Tínhamos que andar até lá, tendo em atenção as bandeiras que apareciam de 5 em 5km para termos a certeza de que estávamos no caminho certo e depois logo veríamos como seria o local em que passaríamos a noite. Eu só esperava que fosse um sitio quentinho.
Conseguimos chegar ao local onde iriamos dormir em meia hora por não nos termos enganado uma unica vez no caminho e ficamos espantadissimos com o que vimos lá.
Aparentemente, o sitio onde iamos passar a noite era dentro ou melhor, por baixo de um contentor:
"Bem vindos à vossa luxuosa suite desta noite quente e bela na Antártida, desfrutem. Bjs Smoke"
- Mas que raio...- disse eu aproximando-me daquilo - aquela ...rrrr
- Pois - disse o Filipe - parece que é aqui....
Olhamos um para o outro surpreendidos mas também um pouco assustados e decidimos ver o que estava lá por baixo.
Quando levantamos o contentor, para além do ar de pasmados com que ficamos eu sei que senti alivio pois aquilo parecia ser bastante confortavel e bem mais quente do que o que estava cá fora.
- Hum, Saskya? Importaste de entrar e baixar isto, o calor está-se a perder todo e não me parece que queiras passar a noite inteira completamente gelada.
Aprecei-me a entrar e a fazer o que o Filipe me pedira. Ele tinha razão, eu queria tudo menos continuar gelada.
Por baixo/dentro do contentor era tudo bastante diferente. Havia um pequeno cilindro de gás aberto que estava a aquecer o contentor, um balde onde dizia "casa de banho privada" por cima, um pequeno rádio e o chão estava coberto por uma espécie de manta térmica que nos permitia andar descalços.
Começamos por tirar as roupas mais quentes e ficamos com a t-shirt azul da recruta e com umas calças. Estendemos os sacos de cama e tiramos as latas de comida enlatada das mochilas para iniciar o nosso "magnifico banquete" a dois.
- Para que achas que serve o rádio? - perguntei eu
- Não sei bem, talvez seja suposto comunicarmos que já estamos aqui ou algo do género. Que achas?
- Sim, é capaz de ser isso. Antes de irmos dormir tentamos comunicar com a instrutora Smoke. Olha, hum, Saskya?
- Diz.
- Sabes, eu estava a pensar, como está frio e tal podiamos juntar os nossos sacos de cama para ficarmos um pouco mais quentes ainda...o calor humano é o melhor - disse o Filipe com um sorriso de orelha a orelha.
- Ai é? O calor humano é o melhor? Andamos muito sabidolas menino Filipe. Já vais dormir à minha beira ainda queres mais? E já agora, aqui está já quente o suficiente!
- Hum, pois, bem olha deixa lá...um homem pode sonhar não?
- Claro que sim, continua a sonhar então Filipe Razz
Antes de irmos dormir comunicamos que nos encontrávamos em segurança e fomos dormir.
Acordei com o barulho do que me pareciam ser cães a ladrar. Acordei o Filipe e ambos achamos que poderiam ser lobos. Se assim fosse, estávamos completamente feitos.
pós alguma relutância e indecisão, decidimos sair do contentor com muita cautela já com tudo arrumado e pronto para partir.
Eu fui a primeira a espreitar enquanto o Filipe usufruia do nosso explendido wc e fiquei completamente de queixo caído quando vi aquilo.
- Filipe, anda cá, DEPRESSA!
Ele veio a correr um pouco preocupado mas assim que viu o mesmo que eu ficou mesmo entusiasmado.
- Eu não acredito que agora vamos ter de ir ao penúltimo ponto de encontro nisto!!! Vai ser altamente.
Eu não conseguia acreditar!!! Um trenó puxado por cães? "Isto sim, é uma aventura" pensei.
Pusemos rapidamente as mochilas no trenó bem amarradas para que nada se perdesse e pegamos nas instruções em alemão.
- Então Filipe, diz-me o que diz, vá lá!! Quem vai conduzir esta coisa.
- Hum, bem, isto parece bastante fácil até mas a não ser que estejas disposta a aprender uma coisinhas básicas em alemão agora mesmo, vou ser eu a conduzir. Pelos vistos os cães só respondem ao alemão e ía ser um pouco dificil conseguirmos sair daqui se tu tentasses em INglês.
Fiquei um pouco desanimada mas ao mesmo tempo aliviada, afinal, conduzir seis cães era uma tarefa dificil.
- Ficas com o mapa Saskya, assim vais-me dando as indicações ok?
- Claro!
Sentei-me no trenó ao pé das mochilas e o Filipe ficou de pé para guiar os cães.
- "Boden" (andar) - ordenou o Filipe seuindo-se a instrução: "gegenüber" (em frente).
Mal ele falou os cães saíram disparados pelo gelo fora e nós apanhamos grande susto. Depois de o Filipe ter percebido que teria de dar as ordens com mais suavidade tudo correu bem e por volta das 18 horas, já tinhamos chegado ao segundo ponto de encontro.
- "stoppen" (parar) - disse o Filipe
Os cães pararam e nós saimos do trenó. Desta vez não era um contentor que nos esperava...eram blocos de gelo espalhados pelo chão acompanhados de um bilhete:
"Estes blocos servem para construir o abrigo onde passaram as próximas 2 horas antes de se voltarem a mexer. Alimentem primeiro os cães e só depois vocês. Aconcelho-vos a terem uma rica alimentaçao em hidratos de carbono e fibras, só voltam a comer por volta das 3 da manhã. "
- Acho que o objetivo é construírmos um iglo...-disse eu.
- Sim, penso que sim.
- Mas como vamos alimentar os cães? Não temos comida para eles.
- Eu não sei bem, mas acho que temos de ir caçar qualquer coisa.
- O quê? Caçar? Sabes que vais ser tu a fazer isso não sabes?
- Já estava à espera disso. Não tem problema Smile eu vou caçar e tu constrois o nosso iglo.
O Filipe desapareceu da minha beira e eu pus maos à obra. Bem, não haveria de ser muito dificil....
Passados 30 minutos já tinha tudo pronto e já estava a tirar a comida da lata quando o Filipe apareceu. Trazia na mão duas raposas brancas e vinha todo ensanguentado.
- Que se passou? - perguntei preocupada- Estás magoado?
- Nao, eu estou bem...o sangue não é meu, é delas. Tive sorte...já estavam mortas. Provavelmente algum predador matou-as e foi afugentado por outro...não sei.
Trouxemos os cães para dentro do obrigo e demos-lhes de comer e em seguida comemos nós.
Faltavam 5 minutos para nos pôr-mos a andar e confesso que estava a ficar um pouco nervosa com o que poderia acontecer a seguir. Saímos do iglo, voltamos ao trenó e começamos a andar seguindo as bandeiras que nos iam aparecendo de 500 em 500 metros. Passado duas horas voltamos a parar junto a um lago que não estava congelado. Por cima havia uma ponte feita de barras e encontramos outro bilhete:
" Este vai ser o último teste antes de se encontrarem com o resto do grupo. Um de vocês vai ter que ir a nado e o outro terá que passar pela ponte balançando-se e agarrando-se com os braços para chegar ao outro lado. Não se esqueçam, podem sempre desistir pombinhos!!"
- Ora bem, o lado positivo - disse o Filipe - isto está a acabar.
- O lado negativo - disse eu - um de nós vai ficar encharcado e completamente gelado e outro vai ter que transportar as coisas para a outra margem enquanto passa a ponte.
- Escolhe primeiro, eu ficou com o que tu não quiseres fazer.
- Eu vou a nado Filipe. Sem ofensa mas sei que nado melhor do que tu e também nunca teria força suficiente para atravessar uma distância tão grande só com os braços e mãos.
Ambos concordamos com isto e preparamo-nos para avançar. Comecei a tirar a roupa pois sabia que era pior se a levasse vestida e depois também não teria nada para vestir na outra margem. Mal entrei na água esforcei-me ao máximo para chegar ao outro lado o mais rapidamente possível e manter o corpo em atividade para não entrar em choque térmico. Quando lá cheguei já nao sentia parte nenhuma do corpo. Por sorte o Filipe já tinha chegado e estava com um cobertor nos braços pronto para me receber e não era o único, a Smoke também lá estava mas sem a parte do cobertor e de certeza que também não queria receber-me nos braços dela. Eu queria falar mas não conseguia, tremia por todos os lados e começava a perder a visão. "Estaria a entrar em hipotermia?" pensei.
- Temos que levá-la para o helicopetro - disse o Filipe.
- Sim, é verdade - disse Smoke - ela está demasiado gelada e parece estar a perder os sentidos.
- Espero que fique bem...
Foi a ultima coisa que ouvi, depois devo ter desmaiado...
Acordei numa cama quente dentro de um quarto onde também estavam as outras raparigas da minha recruta a dormir. Olhei para as horas e vi que eram 4 da manhã. "Já não deve faltar muito para nos virem acordar" pensei. Decidi voltar a dormir, eu mal conseguia mexer-me mas já estava muito mais quente e acabei por voltar a adormecer...
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Mensagem  Jo Qui 05 Jul 2012, 23:22

39º dia e estávamos de volta ao campus.
Durante a estadia na Antártida, focámo-nos muito nas técnicas de busca, salvamento e sobrevivência, mas nem assim Smoke se esqueceu da parte física.
Aliás, no último dia, ela obrigou-nos a amarrar-nos a um trenó. Tivemos de puxá-la e também ao equipamento, como se fossemos as renas do pai natal, até ao local de embarque. Nevava nesse dia e o vento estava contra nós, o que dificultou imenso as coisas.
Agora não sabia se ter regressado ao campus era uma coisa boa. Apesar de o edifício principal ser apenas uma formiga dali, a verdade é que estávamos dentro do perímetro. Anteriormente, estávamos longe de tudo. Ali, estávamos distantes “apenas por uns passos”. Smoke não iria parar de nos relembrar esse pormenor, nomeadamente quando atingíssemos o limite dos limites.
Para além dos exercícios básicos, ela introduziu-nos a um novo exercício: cair das alturas. Quando ela propôs-nos aquilo… subir para aquele poste e “simplesmente” atirarmo-nos. Pensei que se tinha passado dos carretos.
Mas pronto, primeiro estranha-se, depois entranha-se.
Nos primeiros dias, eu estava a morrer de medo. Mas depois habituei-me.
Também fizemos slide, mas isso até foi fixe.
Também começamos a fazer situações de combate e defesa pessoal. Tínhamos de ser duros uns com os outros também, porque quem perdesse os combates, teria de correr durante 3horas.
Houve alguns dias em que tive de correr este tempo extra, tempo esse que era descontado nas horas de dormir.
Estávamos a aproximar-nos do 75º dia de recruta. Começamos a aprender como manusear armas e a ter uma pequena noção acerca de como conduzir.
Algo me dizia que íamos sair de lá em breve e dei-me conta que estava certa quando acordei, completamente sozinha, no chão de um apartamento.
“Simulação. Aqui será cada um por si e um contra todos os outros. Vocês têm aí as proteções, mas mesmo assim contem com dor se forem atingidos. Ao atirar em alguém, RESPEITEM AS REGRAS DE QUE FALEI NO CAMPUS, para que não hajam acidentes desnecessários. Caso sejam atingidos, terão de seguir as setas, que levam ao sítio onde estou. Ficarão um dia comigo a fazer os piores exercícios da vossa vida. Depois, acordarão novamente num apartamento qualquer. Têm de procurar armas, alimentos e até uns extra, que estão espalhados pela cidade. Daqui a quinze dias, após ouvirem o sinal, tudo termina. Sigam as setas, tendo uma hora para cá chegar.”
Tentei lembrar-me do que Smoke tinha falado acerca das armas que eram utilizadas neste tipo de simulações.
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Mensagem  Saskya Adams Sex 06 Jul 2012, 02:01

Que alívio, faltavam poucos dias para a recruta acabar e todos nos pareciamos estar a sair bem, principalmente a Jo, o Filipe e eu e eu estava mesmo contente. Embora os treinos e as rotinas da Smoke fossem exaustivas, nós estavamos aprender imenso!! Eu adorei termos aprendido a usar armas e a conduzir mas sabia que a Smoke andava a preparar qualquer coisa, afinal ela nao parava de dizer: "Vocês vão ver a surpresa que eu tenho para vocês para o fim da recruta seu bando porcos" e a Jo também achava o mesmo, eu só esperava conseguir ultrapassar tudo o que ela nos mandasse fazer. Ter que sair da recruta a tão pouco tempo do fim seria muito podre e frustrante para mim por isso ia dar tudo por tudo.
Ao 80º dia de recruta, acordei com algo a picar-me e levantei-me de sobressalto...
- Mas quem é o engra...
E calei-me a meio. Eu estava num jardim, deitada em cima de ramos e era isso que me estava a picar.
- Bem - disse para mim própria - parece que a nossa querida instrutora sempre estava a planear algo para nós, eu e a Jo estávamos certas...
"Onde estariam os outros?", pensei, "Talvez estejam por perto". Ia começar a caminhar quando olhei para o chão e vi um bilhete:
“Simulação. Aqui será cada um por si e um contra todos os outros. Vocês têm aí as proteções, mas mesmo assim contem com dor se forem atingidos. Ao atirar em alguém, RESPEITEM AS REGRAS DE QUE FALEI NO CAMPUS, para que não hajam acidentes desnecessários. Caso sejam atingidos, terão de seguir as setas, que levam ao sítio onde estou. Ficarão um dia comigo a fazer os piores exercícios da vossa vida. Depois, acordarão novamente num apartamento qualquer ou noutro sitio. Têm de procurar armas, alimentos e até uns extras, que estão espalhados pela cidade. Daqui a quinze dias, após ouvirem o sinal, tudo termina. Sigam as setas, tendo uma hora para cá chegar.”
"Isto vai ser interessante", pensei eu, "Não há nada como uma boa guerra onde é cada um por si" Very Happy
Ao lado do bilhete estava também uma mochila que continha as minhas proteções: fato completo, capacete e viseira, uma arma com balas de tinta com um aviso: "não disparar a menos de 3 metros do adversário", pelo que entendi que ser acertado devia doer com'ó caraças e o que parecia ser o meu pequeno almoço: um pacote de leite e umas bolachas.
Vesti o fato por cima da roupa que trazia, coloquei o capacete com a viseira para baixo, comi tudo num instante, carreguei a arma e pus-me a caminho.
Comecei por andar o mais baixo possível pelo meio das ervas e arbustos, tentando encontrar alguém que me pudesse atingir a mim ou que eu pudesse atingir. Encontrei uma casa, também ela rodeada de relva, arbustos e árvores que me pareceu ser segura de revistar no entanto comecei a entrar com cautela e muito devagar para não fazer barulho. Ao aproximar-me de uma janela ouvi barulho e parei, de repente vi um vulto sentado numa cadeira dentro da casa quando me aproximei mais e sem hesitar fiz pontaria com a arma e disparei. Primeiro ouviu-se o vidro a partir e depois um grande "pow", o som da bala a estourar no corpo de alguém. Não tive tempo de ver quem era mas também não fiquei preocupada, isso não importava e quem quer que fosse tinha as próximas 24 h contadas com a Smoke.
O meu adversário fugiu logo e deixou tudo para trás. Não poderia estar mais ninguém dentro da casa uma vez que era tudo individual pelo que entrei logo pela janela para ver se tinha a sorte de encontrar algum extra.


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Mensagem  Jo Sex 06 Jul 2012, 08:52

Ouvi um tiro. Dirigi-me à janela. Alguém tinha sido atingido, ficando manchado de vermelho.
Escondi-me antes que alguém me visse.
Podia ficar lá fechada durante os 15dias, mas não tinha os mantimentos necessários para sobreviver.
Vesti as proteções. Já havia gente a pé. Eu ainda não tinha armas nem nada. E se agora entrassem de repente? Eu estaria lixada.
Percorri o apartamento e encontrei um saco no quarto de banho.
"Espero que sejam armas."
Encontrei apenas um papel no seu interior. "Pensas que seria assim tão fácil para ti?", era o que estava lá escrito.
Pfff....
Já era de dia. Será que só deveria sair de noite? De dia, não passaria despercebida, devido aquele equipamento todo. Mas de noite, eu não conseguiria identificar o inimigo. E se aqueles extras fossem uns óculos de visão noturna? Assim, eu seria um alvo fácil.
“Arrisca, porra.”
Resolvi ir até ao cimo do prédio e assim ter uma visão mais abrangente da cidade.
Quando cheguei, encontrei um saco. Tinha alimentos suficientes para as duas semanas, se eu racionasse aquilo bem.
Só me faltava as armas, para uma questão de proteção.
Vi um ou outro carro nas ruas.
Quando olhei para os outros prédios, reparei que alguns também tinham um saco no cimo. Resolvi ir ao que estava à minha esquerda, pois era o mais próximo.
Desci pelo prédio com cuidado. Andava “colada” às paredes e agachada para haver menos probabilidades de me verem/acertarem.
Quando cheguei à escada de incêndio do outro prédio reparei num vulto.
“Reza para que sejam armas, o que está no saco”.
Desatei a correr pela escadaria.
Consegui chegar ao cimo antes de a pessoa me atingir. Agarrei no saco. Suspirei de alívio quando vi o interior. Carreguei a arma e destravei a patilha de segurança. Quando a cabeça surgiu, disparei. O seu corpo ficou todo manchado de azul. Foi-se embora.
“Ufa”
Ainda tinha mais nove munições e várias ferramentas. Vi um alicate, o que me fez pensar.
Passou-me uma ideia (arriscada) pela cabeça.
Vi um carro ao longe…
“Arrisca”.
Desta vez, fui pelo interior do prédio, pois a saída era à frente do carro em questão.
Outro vulto. Pensei. Já tinham ido 2 embora e estes só voltariam no dia seguinte. Faltavam 5 (ou talvez menos).
Parti o vidro do carro com a ajuda da arma. Destranquei a porta e sentei-me logo. As proteções deviam ser fortes o suficiente para me proteger dos cacos de vidro.
Tinta verde espalhou-se no vidro, na zona do pendura.
“Despacha-te.”
Parti a parte abaixo do guiador, revelando os fios.
Era bom o carro ser relativamente velho, pois sabia fazer ligação direta nestes.
Pus a arma de fora da janela quando reparei que se aproximavam. Disparei.
“Já foste.”
Agora restavam 4.
Consegui cortar os fios com o alicate. “Descarnei”-os. Mal juntei as duas pontas de cobre, o motor começou a trabalhar. Uns minutos depois, já eu tinha partido.
Tinha memorizado a planta da cidade. Dirigi-me para a periferia.
Quando saí do carro, encontrei umas chaves no chão. A matrícula estava colada nelas.
Vi o carro correspondente a uns metros. Eu, com todo o cuidado, aproximei-me dele. Depois de entrar, ouvi outro tiro. Olhei para o retrovisor.
Um, todo manchado de amarelo, virava a esquina.
Encolhi-me no acento, quando o que fora atingido, se dirigia para fora da cidade. Pareceu não me ter visto.
Faltavam agora três.
Tranquei o carro, mas abri um bocado as janelas, e entrei para dentro da mala através dos bancos de trás. Deixei-os ligeiramente abertos para poder ventilar melhor o interior da mala e entrar a luz. Duvidava que alguém andasse muito por volta do carro se não tivesse as chaves. Aliás, se tentassem forçar as portas, eu acordaria com o barulho. Eu tinha a arma pronta a disparar. Para além disso, eles não podiam estar a menos de três metros, o que me daria margem de manobra.
-Tu vais aguentar – repetia para mim mesma.
Já tinha passado um dia. Eu comia pouco (mas também como não fazia nada, não precisava de comer muito), de forma a ter menos vontade de ir ao quarto de banho. Mas quando tinha mesmo de o fazer, saía pelos bancos, com muita precaução. Com a arma, entrava nos prédios e fazia lá o que tinha a fazer. Depois, entrava no carro e conduzia para outro local.
Numa dessas viagens, encontrei um saco com os tais óculos de visão noturna. Deu-me imenso jeito, pois já podia sair descansada à noite.
Mas passava maior parte dos dias dentro da mala, a pensar em músicas, a contrair e a alongar os músculos de vez em quando para não os atrofiar, etc.
Exercício excessivo era mau, mas aquela prostração e inatividade eram muito piores.
Ouvi a buzina. Tinha terminado.
Saí do carro.
Espreguicei-me toda. Uau, aguentara.
Comi o que restava, que eram apenas pedaços de banana desidratados.
Fui bebendo a água restante enquanto corria para a base (para compensar o facto de não ter feito nada durante as duas semanas).
Orgulhei-me por não ter sido atingida nem uma vez, apesar de que a única coisa que fizera fora esconder-me.

No resto dos dias 95 e 96, voltámos novamente ao treino extremamente intensivo.
No dia 97, acordámos numa carrinha.
Pff… E agora? Que íamos fazer?
-Prontos para a simulação de uma missão? – perguntou Smoke, depois de todos termos acordado (à força, claro).
-Não – apeteceu-me responder.
-Vocês têm de se integrar num gang qualquer e conseguir a sua confiança – entregou-nos uma lista de nomes e fotos. – Depois haverá uma rusga e serão presos pela polícia. Não se esqueçam de me avisar para eu mandar a polícia buscar-vos. Entendido?
Dissemos que sim com a cabeça.
-Caso reparem que estão em terreno minado, podem ligar-me e desistir da simulação sem pôr em risco toda a recruta. Mas depois contem com um treino intensivo.
-E onde iremos passar a noite? – perguntei.
-Nunca ouviram falar nos “ocupas”? – insinuou. – Inventem uma história qualquer e não entrem em contradição. – lembrou-nos.
-E vão aparecer assim oito pessoas de repente? – perguntou Saskya.
-Acham? Vamos dividirmo-nos por grupos. Cada grupo irá para um bairro diferente.
A carrinha estacionou.
-Espero bem que tenham decorado o meu número – Smoke dirigiu-se a mim e a Sakya.
Deixou-nos na estrada, perto da praia.
-Mas onde estamos? – perguntei, mas a carrinha já estava longe.
Saskya tocou-me no ombro.
-Olha.
Vi uma tabuleta. Estávamos em... MIAMI?!?!?
Nós só tínhamos uma mochila com um cartão de identificação falso, algumas mudas de roupa, artigos de higiene e quatro dólares cada uma. Também havia um telemóvel na pasta de Saskya.
-Apetece-me ir dar um mergulho – disse a Saskya. – Vamos aproveitar?
-Vamos!
Fomos a correr pela praia.
Deixamos as coisas na areia e atirámo-nos para o mar.
Estávamos no 97ºdia e tínhamos de nos integrar num grupo qualquer até ao centésimo. Tínhamos apenas mais três dias.
Fomos tomar banho nos balneários públicos e dirigimo-nos ao nosso bairro. Eu tive de arranjar forma de esconder o meu penteado “radical” e a única maneira foi prendê-lo num puxo à bailarina.
Também comprámos alguns snacks e garrafas de água, para quando a fome apertasse.
Vimos uns rapazes a jogar basquetebol.
-Eles estavam na lista da Smoke – disse Saskya.
-Yap.
Ficámos a vê-los jogar. 4 contra 4. Passou-me uma ideia pela cabeça.
-Vamos jogar? – perguntei.
Havia uns muito bons, mas também havia outros cujas capacidades não chegavam aos meus calcanhares (modéstia à parte...).
-Claro! – disse Saskya.
A bola saiu e Saskya agarrou-a.
-Precisam de mais dois, certo? – perguntei, enquanto Saskya devolvia a bola a Paul, de 15anos (segundo a informação de Smoke).
-Não têm hipóteses, queridas – disse-nos.
-Vai uma para cada equipa – interrompeu Saskya. – Assim ficam quites – continuou – pois ninguém fica em desvantagem.
Eles olharam uns para os outros e fizeram sinal de consentimento.
Saskya também jogava muito bem basquetebol e eles ficaram admirados com a nossa performance.
-Vocês são novas no bairro? – perguntou Andy, de 14anos.
Já era de noite, por isso resolvemos parar de jogar e sentarmos no chão.
-De certa forma – sorrimos.
-Que querem dizer com isso?
-Ainda não arranjámos casa.
-A sério? Esperem, vocês…
-Saímos de casa há uns anos – contei a história que tínhamos combinado antes.
-E agora andamos a percorrer o país.
-De onde eram?
-Phoenix, Arizona.
Ficaram espantados.
-Isso é do outro lado dos EUA!
-Também estamos quase há três anos a monte – disse Saskya.
-Porque razão vieram a Miami?
Encolhemos os ombros ao mesmo tempo. Penso que o facto de passarmos muito tempo juntos durante a recruta fez com que ficássemos de certa forma parecidas. Isso era ótimo, pois supostamente passáramos muito tempo juntas (3anos!) e essa característica dava credibilidade à história.
-Disseram que podíamos arranjar algum dinheiro por aqui… - insinuou Saskya.
-Uau, ainda não percebo como aguentam – disse Peter, de 12anos. – Por exemplo, em dinheiro.
-Pedimos nas ruas, roubamos na última das hipóteses. Mas agora começamos uma cena diferente.
-Yap – continuou Saskya. – É essa a razão porque viemos para cá.
-Que cena é essa? – perguntou Paul.
-Tráfico de droga.
-Vocês têm alguma experiência nisso?
Olhámos uma para outra, fingindo estarmos a ponderar a resposta.
-Caso se chibem à bófia, nós desaparecemos sem deixar rasto – mentiu Saskya. – Mas sim, já andamos neste mundo à algum tempo.
-Nunca pensei que raparigas como…
-É isso mesmo – interrompi. – Nunca ninguém nos associaria a isso, logo passamos despercebidas facilmente.
E foi assim que eles caíram.
-Nós fazemos parte de um gang – começou Andy.
Fingimo-nos surpreendidas.
-Podemos falar com o chefe. Ele anda à procura de gente.
-Fazem isso? – perguntei, expectante.
-Sim. Claro que não podemos garantir nada, mas dar-vos-emos uma resposta amanhã.
Já era de madrugada, quando eles se foram embora. Apenas Paul ficou connosco para nos levar a uma casa abandonada lá perto.
-Amanhã às 14h no campo – lembrou-nos.
Comemos alguns dos snacks e preparámo-nos para dormir.
-O que será que vamos fazer amanhã? – perguntou Saskya.
Lembrei-me da minha antiga vida.
-Vai ser à experiência. Normalmente, mandam fazer-nos umas entregas apenas. Depois se correr tudo bem, eles vão dando-nos mais trabalho e pagam-nos melhor.
-Se amanhã correr tudo bem, cumprimos a “missão”. Que fixe!
-Espero bem que sim – sorri.
Duas horas. Já estavamos no parque quando eles chegaram.
-Boas notícias? – perguntei.
-Yap – sorriu Paul.
Passou-nos uma mochila para cada e deu-nos as moradas e um mapa.
-Podem levar as nossas bicicletas – ofereceu.
-Obrigada – sorrimos. – Já agora, quanto recebemos?
-Não contem com muito. É só para ver como se comportam e isso – disse Andy.
-Estamos aqui à vossa espera. Ah, têm aí 1000 dólares em crack, por isso, é melhor só virem ter connosco se tiverem os 1000.
-Certo.
Pegámos nas bicicletas e começámos a pedalar. Depois parámos para ver qual a casa mais próxima. Olhámos para o mapa e voltámos a pedalar.
Em três horas cumprimos toda a lista de moradas e tínhamos os 1000 dólares nas mochilas (500 em cada), juntamente com as gorjetas de alguns.
O meu coração estava acelerado. Apesar de eu já ter feito parte de um grupo de tráfico de droga, nunca tinha feito entregas nem nada do género.
Eram seis horas quando chegámos.
-Já chegaram? Desistiram, foi? – Paul ficou surpreendido.
-Ná – entregámos as mochilas.
-Uau, muito bem – elogiou quando acabou de contar o dinheiro. – Vou levar isto ao chefe.
-Nunca pensámos que conseguissem – disse Andy.
-Porquê?
-Pensamos que era peta aquela cena de estarem envolvidas em tráfico de droga. Se fosse realmente mentira, vocês não teriam aguentado estar em posse de uma quantidade tão grande de droga e ainda por cima tiveram de ir para longe. Sabem? É que não têm mesmo cara de estar metidas nisto.
-Eu bem vos disse que é difícil desconfiar numa miúda – sorri.
-Agora teremos isso em conta.
Conseguimos ganhar 40dólares, apenas das gorjetas. Era pouco, mas também queria lá saber. O que interessava é que já tínhamos cumprido a missão.
Eles ficaram impressionados com a nossa “eficiência”, por isso deram-nos um trabalho para o dia seguinte.
Uma festa na praia, organizada pelos finalistas de uma escola secundária. Muitos deles eram clientes.
Eu e Saskya andaríamos por lá a entregar as doses.
Telefonámos a Smoke para lhe informar acerca da festa e assim sermos apanhadas pela polícia.
Eu estava a entregar a terceira dose, quando Saskya veio ter comigo.
-A polícia já chegou – avisou-me.
A seguir, criou-se um alvoroço.
-Ninguém se mexa! – gritou alguém.
Ficámos à espera que nos revistassem e, obviamente, que fomos presas.
Eles algemaram-nos e enunciaram os nossos direitos.
Quando chegámos à esquadra, empurraram-nos com toda a força para dentro da cela.
Tivemos direito a um telefonema.
-Irei buscar-vos amanhã às sete e meia, oito horas. Divirtam-se – disse Smoke.
-E é este o prémio por termos sido competentes – irritei-me.
-Mas também com o que já passámos… penso que agora vai ser um mar de rosas – disse Saskya.
E dei-me conta que o que ela disse era verdade. Nós tínhamos passado por tanto… Agora estar dentro de uma cela por umas horinhas e só tendo direito a comida insossa parecia um sonho.
Acordámos e quando nos demos conta que estávamos no último dia, abraçamo-nos.
Não podíamos fazer muita coisa, por isso relembramos os momentos da recruta.
-Uau, está quase a acabar! – lembrou-se Saskya.
Estávamos felizes da vida.
Oh meu deus, estávamos no CENTÉSIMO dia!!!
Olhei para o relógio. Uma parte de mim não queria acreditar.
-Eu acho que já acabámos, queres tu dizer.
-Ela olhou-me com cara de dúvida.
-Por causa do fuso horário – sorri. - Já deve ser meia-noite lá no campus.
-Ah, então a Smoke já não nos pode fazer nada!
-Pois não – corroborei.
Smoke fora-nos buscar pelas oito da tarde. Também fomos buscar os restantes querubins, antes de entrarmos no avião para regressarmos finalmente ao campus.
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Mensagem  Saskya Adams Sáb 07 Jul 2012, 15:15

Entrei dentro da casa com cautela apesar de à partida nao estar lá ninguém para além de um dos meus colegas que já fora atingido e estaria agora a chegar à beira de Smoke para sofrer durante 24 horas.
Revistei a casa toda e nada. "Uff"pensei, "Por agora estou salva".
Fui à sala e encontrei a arma carregada de quem eu atingi, assim como óculos de visão noturna que podia adaptar ao meu capacete e mantimentos. Decidi ir aos armários ver se encontrava mais alguma coisa e BINGO!!! Dentro de um dos armários estava uma mchila com granadas atordoadoras Very Happy .
Já era tarde e decidi que seria boa ideia ir dormir mas para isso precisava de ter alguma segurança naquela casa ou em algum sitio. Decidi que o melhor era ficar ali e comecei a tapar as janelas todas com tábuas de madeira que encontrei, montei algumas armadilhas para o caso de alguém tentar entrar e meti-me dentro de um armário onde passei a noite. Acordei de manhã com o barulho de alguém a disparar, sai de rompante do armário de arma pronta para qualquer emergência e dei de caras com o Filipe que estava a disparar de uma das janelas de onde tinha tirado as tábuas. Ele ficou petrificado a olhar para mim e antes que ele reagisse disparei.
- Desculpa Filipe - disse eu - mas neste momento tu não és meu namorado, és meu inimigo!
- Quando isto acabar vais ver o que eu te faço - disse ele com um sorriso de troça.
Ele saiu da casa, afinal não tinha outro remédio e eu percebi como ele tinha entrado: a chaminé! "Que Burra Saskya"!
Comi e sai da casa com muita cautela mais uma vez. Pelo chão eram visiveis todas as cores das balas de todos os membros da minha recruta, aparentemente tinha havido um "motim" pelo que deveria estar segura naquele momento, pelo menos era o que achava. Continuei a andar e de repente vi a Jo dentro de um carro a disparar contra a Luna. Comecei a correr antes que ela se virasse para mim e acabei por tropeçar numas chaves. Peguei nelas e comecei logo a apontar para todos os veículos que se encontravam à minha beira até que um deles apitou. Não era um carro, era uma mota e eu fiquei completamente deliciada pois já sabia conduzir aquilo há imenso tempo. Meti-me na moto e comecei a conduzir. Pelo caminho encontrei alguns dos meus colegas que se dirigiam para a tortura e dei graças por não ter sido atingida ainda. Passei o resto dos dias entre algumas casas e o bosque para encontrar comida e para me esconder, raramente encontrei alguém e quando isso acontecia tinha sempre a sorte de o apanhar desprevenido e ele acabava por ser atingido antes de mim. O meu lema era: "Atacar antes de ser atacado".
Um dia, quando andava de moto em direção a outra casa para ver se encontrava comida ouvi a buzina da Smoke.
- UHUUU, ACABOU-SE e eu nem uma vez fui atingida- gritei eu e dirigi-me para as setas que me indicara o caminho de volta para a Smoke.

Depois de voltarmos ao treino intensivo da nossa adorada instrutora, acordamos no dia 97 numa carrinha.
-Oh, não - disse eu - o que nos vai calhar agora?
"-Prontos para a simulação de uma missão? – perguntou Smoke, depois de todos termos acordado (à força, claro).
-Vocês têm de se integrar num gang qualquer e conseguir a sua confiança – entregou-nos uma lista de nomes e fotos. – Depois haverá uma rusga e serão presos pela polícia. Não se esqueçam de me avisar para eu mandar a polícia buscar-vos. Entendido?
Dissemos que sim com a cabeça.
-Caso reparem que estão em terreno minado, podem ligar-me e desistir da simulação sem pôr em risco toda a recruta. Mas depois contem com um treino intensivo."
-E onde iremos passar a noite? – perguntou a Jo
"-Nunca ouviram falar nos “ocupas”? – insinuou. – Inventem uma história qualquer e não entrem em contradição. – lembrou-nos."
-E vão aparecer assim oito pessoas de repente? – perguntei eu?.
"-Acham? Vamos dividirmo-nos por grupos. Cada grupo irá para um bairro diferente.
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-Mas onde estamos? – perguntou a jo, mas a carrinha já estava longe.
Eu toquei-lhe no ombro.
-Olha.
Vimos uma tabuleta. Estávamos em... MIAMI?!?!?"

Correu tudo como tínhamos planeado. Eu e a Jo conseguimos integrar-nos num gangue logo no primeiro dia, passamos no teste do manda-chuva e no segundo dia já andavamos a distribuir droga numa festa da praia. A policia apareceu e como combinado fomos presas. A Smoke foi-nos buscar no dia seguinte às 8 por isso tivemos que passar a noite na prisão, algo bastante fácil para quem já estava no fim da recruta.
Fomos buscar os restantes colegas da nossa recruta e voltamos finalmente ao campus.
- A RECRUTA CHEGOU FINALMENTE AO FIM!!! - gritei eu e a Jo ao mesmo tempo e depois desatamos a gargalhada juntamente com todos os nossos colegas. A Smoike já não nos podia fazer nada!!!
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Mensagem  Virginia Hall Dom 08 Jul 2012, 20:22

Recruta terminada. Dirijam-se ao gabinete do diretor para saberem as vossas classificações.
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