Quarto de Maria Kiedis Balzary

-Melhor como assim?
-Já vais ver... assim que eu acabar a minha vingança.
-Podemos esquecer isto de uma vez?
-Nunca, estás a ouvir?-riu-se ela, quase caindo da cama abaixo.

Como sabia que Miguel se matava de cócegas, saltei para cima dele e pus as minhas mãos na cintura dele movimentando os dedos de modo a fazer cócegas.
-PARA! - gritava ele a rir.
-Never! - disse eu rindo-me também.
Atirei-o para cima de um puff e fiz-lhe mais cócegas.
-Boa vingança, hein? - gozei eu sem parar com as cócegas.

-Next time, you will not be so lucky!-disse eu, cerrando os punhos e preparando-me para o ataque. Mas, primeiro, eu tinha de a distrair se não, ela não parava. Tentei pensar em boas ideias até que eu tive uma das melhores. Pôs uma cara desconfiada e perguntei, muito sério, virando a cara para a porta:
-Quem és tu?
-Com quem estás a falar?-perguntou ela, parando as cócegas.
-Com ninguém-respondi eu, levantando-a de cima de mim e empurrei-a para a cama. Fiquei em cima dela, e fiz-lhe cócegas.

-Filho da mãe! - ri-me eu quando ele me começou a fazer cócegas.
-Agora é a minha vingança da tua vingança. - brincou ele.
-Para! Para! - gritei eu entre risos. - Para já, Miguel Costa!!!
-É para veres o que é bom para a tosse. - troçou ele ainda a fazer cócegas. - Além disso...
Miguel ia começar a falar mas eu beijei-o para o calar. Como fora apanhado de surpresa, Miguel tirou as mãos da minha barriga e pôs-las na minha face. Eu abracei-o e continuei a beijá-lo.
-Há melhor vingança que isto? - perguntei entre beijos.

-Não, nunca-respondi eu, rindo-me bastante-é impossível!
-Então cala-te e aproveita-disse ela, não parando a sua pequena vingança.
-Quando é que me vais perdoar?-perguntei eu.
-Quando tu começares a beijar-me-respondeu ela
-Então acho que me vais perdoar daqui a segundos-disse eu, beijando-a lentamente e suavemente.

-Então acho que me vais perdoar daqui a segundos - disse Miguel beijando-me lentamente e suavemente.
Não podia negar que aquele tipo de vingança era o meu tipo preferido.
Beijei-o intensamente e pus as minhas mãos nas costas quentes de Miguel.
-Sabes o quanto eu te amo? - perguntei.

-Diz-me tu-ri-me eu-não és tu aquela que sabes tudo? Diz lá-pedi eu.
-Se calhar o tamanho do universo, não é suficiente para medir o meu amor por ti-respondeu ela.
-O meu também não. Já agora, tenho eu aqui o meu telemóvel. Queres o meu número? Está aqui.
-Ok, depois escrevo num papel, mas agora não tenho paciência. Se pudesse, ficava aqui a noite inteira!
-Ok! Então, call me maybe -disse eu, rindo-me tanto quanto se ri, quando se ouve a melhor piada do mundo.

-Vou precisar deste número muitas vezes. - disse eu rindo-me.
Peguei no meu telemóvel e apontei o número dele.
-Eu dou-te um toque para ficares com o meu número. - sugeri eu.
-Ok. - confirmou Miguel.
Mandei-lhe um toque e desliguei logo de seguida. Miguel gravou o meu número.
-O que queres fazer agora? - perguntei.

-Não tenho muitas ideias-respondi eu,triste-mas posso contar-te uma piada ou outra.
-Achas?-perguntou ela.
-Talvez, deixa-me pensar numa-respondi eu, tentando lembrar-me de algo para lhe contar. Até que me lembrei, de dizer-lhe:
-Queres tu contar primeiro?-perguntei eu.

-Eu não sou muito boa em anedotas. - confessei eu.
Miguel riu-se.
-Nunca gostei de contar piadas. - expliquei. -Mas se quiseres contar alguma... sou toda ouvidos! - ri-me eu.

-Eu prometo que não me rio. Pode ser sobre uma aventura que te tenha acontecido.
-Tens a certeza, que não te ris? -perguntou ela.
-Não, não me rio. Agora diz lá, que o sono não espera-respondi eu rindo-me já da minha tolice, mas jurando que não faria figura de parvo, à frente da minha namorada.

-Lembro-me de uma vez... - comecei eu. -Conheci um rapaz. Ele era muito bonito e eu gostava mesmo muito dele. Nós começámos a fazer saídas de amigos e a entender-nos muito bem. Basicamente eu amava-o muito.
Miguel olhava para mim. Ele não estava a perceber e parecia confuso.
-Ele era tudo para mim. - suspirei. -Tudo. - reforcei.
Miguel parecia magoado.
-Maria,eu... - proferiu ele.
Mas eu interrompi-o.
-Eu comecei a gostar dele como mais de que um amigo. Ele era a pessoa mais querida de sempre e até hoje não conheci mais ninguém tão perfeito como ele. - disse eu olhando nos olhos tristes de Miguel. -Passado algum tempo ele disse que também gostava de mim. Foi o dia MAIS feliz da minha vida INTEIRA. Ele beijou-me. Que lábios doces que ele tinha! - exclamei perante Miguel que me olhava magoado. -O problema Miguel... é que eu ainda o amo. - confessei eu. -E não o consigo esquecer.
Miguel parecia zangado, triste e magoado ao mesmo tempo.
-E esse... ''rapaz''... tinha nome? - perguntou ele baixando a cabeça magoado.
-Sim. - confirmei eu.
-Ai é? E qual era o nome dele? - perguntou Miguel dando ênfase á palavra ''dele''.
-Miguel Costa.

-Essa foi de loucos! Meu, daqui a pouco morria!
-Fogo, Miguel, nem a brincar!
-Ok-disse eu rindo-me.
-O que queres fazer a seguir?-perguntou ela.
-Não sei, diz tu-respondi eu.

-Não sei, diz tu - respondeu Miguel.
-Hum... Deixa-me pensar. - ri-me eu.
Suavemente levantei-me da cama e sentei-me no seu colo.
-Primeiro... podias começar por me dar um beijo. - pedi eu encostando a ponta do meu nariz á dele.

-Talvez... ou então ficamos aqui a noite sem fazer nada, mas é meio aborrecido. Prefiro a primeira-respondi abraçando-a e dando-lhe um beijo.
-What the...-disse ela, quando viu tipo um parafuso num chão-o que é aquilo?
-Parece um parafuso-respondi eu olhando para ele-tens algo aqui que precise de parafusos?

-Parece um parafuso. - respondeu Miguel olhando para mim -Tens algo aqui que precise de parafusos?
-Tenho... - ri-me eu.
-O quê? - perguntou Miguel inocente.
-Tu! - disse eu desmanchando-me a rir.

-A sério não estou a brincar-disse eu, sério.
-Pois, mas eu estou-ria-se ela.
-Pois, mas eu não-respondi eu, cada vez mais sério-tens a certeza, que para além de mim, não tens mais coisas que precisem de parafusos?

Eu rebolava-me no colo de Miguel de tanto rir.
-Falando a sério. - disse eu pondo uma cara séria mas depois rio-me outra vez.
-Compõem-te, rapariga! - riu-se Miguel.
-Ok, ok... - suspirei eu. -No meu quarto tenho várias coisas que precisam de parafusos... Mas acho que nada tem um em falta... Pelo menos que eu me tenha dado conta. - ri-me eu.

-Espera, isto parece ser de uma cama.
-A sério? Não me parece que a cama precise de uns-disse Maria, confusa.
-Pois-disse eu, meio a sério-mas, se eu não arranjar isto, tu tens que dormir no chão, ou no meu quarto. Então, temos 3 opções: dormes no chão (essa é tão boa), eu arranjo isto hoje, ou dormes no meu quarto. Escolhe tu.

-A primeira opção parece-me razoavelmente negável. - ri-me eu. -A segunda... sabes que eu não te quero dar trabalho! - disse eu sarcasticamente rindo-me ainda mais. -É para isso que os funcionários são pagos... - concluí eu na brincadeira.
-E então em que é que ficamos? - perguntou Miguel.
-A terceira opção parece-me irresistível. - suspirei eu.

-É, mas... tipo, vamos dormir juntos?-perguntei eu.
-Mas, literalmente-respondeu ela-tipo, não vai acontecer nada tipo...tu percebes certo?
-Ya, algo do género-disse eu-então, quando é que vamos? Agora, daqui a pouco, daqui a uma hora, quando exatamente?

-Podíamos ir dar uma volta pelos jardins. - sugeri eu. -Á noite são muito bonitos. - constatei eu.
Miguel hesitou.
-Ou então podemos simplesmente ir para o quarto nanar. - ri-me eu. -Como tu preferires.

-Ok, mas agora shiuuuuuuuu. Eu vou ver tu ficas aqui, está bem?
-Está, mas não te demores.
Eu fui ouvir e ouvi algo:«aquele gajo, ontem, matou 100 pessoas num avião. Parece ser russo, e o seu companheiro, também. Já cometeram vários homicídios e mataram os pais de um querubim de t-shirt azul...»
Maria estava curiosa, e foi ter comigo. Ela era a única que eu confiava. Tinha de lhe dizer a verdade, se ela perguntasse o que é que eu tinha ouvido.

Miguel desapareceu por uns momentos para ouvir algo que eu não sabia bem o que era. E algo me dizia que não era algo de muito bom.
-Miguel? - chamei.
Não obtive resposta.
-Miguel! O que é que se passa aí? - gritei.

-Raios! Eu tenho de lhes dizer-disse eu chateado-aqueles filhos da mãe vão pagar pelo que fizeram.
-Miguel, acalma-te-disse Maria-quando fores t-shirt cinzenta, eles dão-te uma missão para encontrar provas.
-Talvez...deixa estar.Vamos mas é dormir.

-Vamos lá. - disse eu beijando-o. -Deixa-me só passar pela secretaria para avisar sobre a cama. Provavelmente amanhã já estará arranjada pelo fim da manhã.
Dirigi-me á secretaria e expliquei o sucedido a um funcionário que me informou que no dia seguinte de manhã se dirigiriam ao meu quarto.
-Vamos para o teu quarto? - perguntei.
-Bora. - respondeu Miguel.


OFF TOPIC: posta no teu quarto.