Quarto - Pipo

Pipo tirou do armário os DVDs que tinha, e eu levantei-me para ir para o seu lado. Fui vendo as hipóteses, fazendo pequenos comentários acerca daqueles que já tinha visto, procurando um que me chamasse à atenção.
Peguei num com o título de "In Time" e virei a capa para Pipo.
- Nunca vi este. Pode ser? Se não, escolhe outro, não faço questão de ser eu a escolher.

Depois de Pipo ter posto o filme e se vir sentar ao meu lado, encostei-me à parede atrás da cama. Estavam a dar trailers de outros filmes que já tinha visto.
- Hmm, não tenho sono nenhum, não sei que me deu esta noite. Espero que não te importes por eu estar aqui - olhei para ele ao meu lado e senti-me ficar um pouco corada.

Enquanto os trailers dos filmes que normalmente passam antes do filme apareciam no ecrã, Alison encostou-se à parede atrás da cama.
- Hmm, não tenho sono nenhum, não sei que me deu esta noite. Espero que não te importes por eu estar aqui. - Disse Alison, olhando para Pipo e ficando um pouco corada.
- Não há problema... Também não tenho muito sono ainda. Ter companhia é bom. - Sorriu Pipo, olhando para a querubim.

- Não há problema... Também não tenho muito sono ainda. Ter companhia é bom - sorriu Pipo.
- Também acho - disse eu, sorrindo-lhe também.
O filme começou a dar enquanto mantínhamos uma conversa agradável. A certa altura, passei a mão pelo cabelo e encostei a cabeça no ombro de Pipo, olhando para ele discretamente.

Pipo sentia a cabeça de Alison a fazer pressão sobre o seu ombro. Temporariamente, teve uma sensação de conforto, que desvaneceu assim que a querubim olhou discretamente para ele. Sentiu-se a corar, mas as luzes estavam apagadas, o que impossibilitava que Alison repara-se.
De forma descontraída, Pipo levantou o braço direito e passou a sua mão direita pelo cabelo castanho claro ondulado de Alison.

Quando Pipo passou a mão pelo meu cabelo, senti-me relaxar. Desde criança que este gesto me fazia sentir mais calma e, por isso, aproximei-me um pouco mais de Pipo.
Sentia-me um pouco confusa pois não queria estragar o momento ao falar mas, por outro lado, havia tanta coisa que lhe queria dizer. Faltava-me também a coragem para o dizer. Mantive-me, assim, calada, olhando por algumas vezes para Pipo. A luz do ecrã da televisão permitia-me apenas distinguir os contornos da sua face.

Podia tentar negá-lo, mas a verdade era que não via Pipo apenas como um amigo. Já o sabia há um tempo, mas nunca tive coragem de lhe contar por vergonha e também algum medo de ser rejeitada. Sentia-me confortável com ele apesar de ter alguma dificuldade em explicar porquê. De certo modo, ele fazia-me sentir bem, e eu gostava bastante disso.
Absorta nos meus pensamentos, deixei de prestar atenção ao filme. Fiquei apenas a apreciar a companhia de Pipo.

O filme já devia ir a meio. O sono ainda não tinha chegado e, por momentos, Pipo deu por si a olhar para Alison. Pensou que era uma boa altura mas, por diversos motivos que iam na sua cabeça, tinha receio de se exprimir. Mas não podia ficar assim para sempre. "É agora", pensou ele. Não queria ir directamente ao assunto, por isso, com um tom leve disse de forma calma:
- Estás confortável ?

Já tinha perdido uma parte do filme e não entendia o que estava a acontecer. Mesmo não tendo sono, fechei os olhos durante um bocado, ainda perdida nos meus pensamentos. Pensei em maneiras de ganhar coragem para dizer alguma coisa a Pipo relativamente ao que sentia por ele, mas não consegui. Apesar de estarmos em silêncio, este não era de modo algum constrangedor. Definitivamente, não queria sair dali.
- Estás confortável? - Perguntou o querubim.
Abri os olhos. "Nem tu sabes o quanto...", pensei.
- Estou, sim. Não te estou a magoar, pois não? - Acabei por dizer.

Tinha algum medo de estar a abusar em estar com ele naquela posição, e fiquei com receio de que ele me pedisse que me afastasse.
- Não. - Respondeu. - Não sei se devia dizer isto... Mas eu sinto que...
Não ouvi o que ele disse de seguida, o que me deixou um um pouco nervosa. Não queria de modo algum estragar a relação que tinha com ele.
- Sentes o quê? - Disse, com uma pequena falha na voz devido ao medo. - E sabes que me podes dizer tudo...

- Sentes o quê? - Disse Alison, com uma pequena falha na voz devido ao medo. - E sabes que me podes dizer tudo...
Pipo sabia que podia contar tudo, mas isso podia ter outras implicações.
- É só que... Não me passas indiferente. - Disse Pipo, baixando a cara. - Era isso que te queria dizer...

- É só que... Não me passas indiferente. - Disse Pipo. - Era isso que te queria dizer...
Fiquei calada durante um tempo a tentar interiorizar o que tinha acabado de ouvir. Voltei a corar um pouco, ainda sem conseguir acreditar no que ele me tinha dito. Olhei para ele, mas desviei o olhar de seguida.
- Posso dizer-te o mesmo, sabes... - Sussurrei por fim. - Há um tempo que te queria dizer isso, mas nunca consegui.

- Estás a falar a sério? - Perguntou Pipo.
Levantei a cabeça do seu ombro para o olhar nos olhos, mas não me afastei.
- Estou, Pipo. - A minha voz continuava a não passar de um sussurro. - Não era capaz de te mentir.
Voltei a desviar o meu olhar do dele, envergonhada por estar corada. Sentia o meu coração a bater muito depressa. Não era ainda capaz de acreditar que aquilo estava realmente a acontecer.

A mão de Pipo na minha cara fez com que o meu coração acelerasse ainda mais. Contudo, os seus olhos castanhos pareciam ter um efeito calmante sobre mim.
- Nunca me tinha sentido assim por uma rapariga - disse ele.
Agarrei a sua mão e sorri-lhe levemente.
- Nem sabes como sabe bem ouvir isso - fiz uma pequena pausa. - Eu gosto tanto de ti... - Suspirei.

- Vamos ficar juntos? - Perguntou Pipo enquanto voltava a mexer no meu cabelo.
Olhei para ele. Pipo era extremamente bonito, com os seus olhos castanhos e o seu cabelo um pouco despenteado. Gostava realmente dele, de um modo que nunca sentira antes, e era apenas nisso que conseguia pensar nesse momento.
- Vamos - disse. E não pude evitar sorrir.

Sentia-me tão feliz com o que estava a acontecer. Nunca pensei que num futuro tão recente pudesse vir a estar com Pipo deste modo. Quando os lábios dele tocaram nos meus, sentia-me como se tivesse perdido a noção de tempo e espaço. Tudo o que importava era aquele momento.
Desde que notei que sentia algo por Pipo que imaginava diferentes cenários para o nosso primeiro beijo, colocando sempre dúvidas sobre se este chegaria a existir. Entendia agora que, por mais que tentasse imaginar, os pensamentos nunca chegariam a ser tão bons como o momento verdadeiro.

- Vou acender as luzes - disse Pipo quando o filme terminou.
Enquanto o querubim foi acender as luzes, fiquei a olhar para ele, sem conseguir evitar o sorriso que se formava nos meus lábios.
- Obrigado - sorriu ao voltar para junto de mim. - Por me estares a fazer muito feliz.
- Isso digo-te eu... E não tens que agradecer. - Olhei-o nos olhos ao mesmo tempo que lhe voltava a dar a mão. Os seus olhos eram de um castanho muito bonito. - Sabes, já me sentia assim há algum tempo, mas nunca tive a coragem de te dizer...

- Que calorão! - Manifestou Pipo ao levar com um bafo de ar quente depois de entrar no quarto.
Fechou a janela e desligou o computador que tinha ficado ligado durante a hora de jantar. Já era de noite, mas o calor do dia ainda se fazia sentir intensamente.
O acampamento da Páscoa era no dia seguinte e ainda lhe faltava arrumar algumas coisas. Pegou na lista dos materiais que eram necessários levar e confirmou que só lhe faltavam os protetores para o sol e para os insectos. Infelizmente, como iam passar mais de uma semana no acampamento, não era algo que fosse dispensável. Tentou ligar à Alison, mas esta não atendeu.
Quando saiu para o corredor para encontrar alguma alternativa, passou por ele um rapaz que Pipo só conhecera de vista.
- Boa noite. - Disse Pipo, depois de reparar que o rapaz também devia ir ao acampamento, tendo em conta os utensílios de cozinha que levava num saco. - Sabes onde consigo arranjar protetores a esta hora da noite?
O rapaz, alto e moreno, mostrou-se amigável e acabou por ser a sorte de Pipo. Disse que tinha um pack a mais no quarto, pois tinha aproveitado uma promoção, e que não se importava de emprestar. Foi rapidamente buscá-lo ao seu quarto e voltou ao quarto de Pipo para o entregar.
- Muito obrigado. - Agradeceu Pipo, depois de se despedir do outro querubim com um aperto de mão. - Fico a dever-te uma.
Pipo voltou a confirmar tudo e depressa se enfiou na cama. Tinha de acordar cedo e não queria que o sono fosse o seu maior inimigo num acampamento repleto de perigos.

Vesti a minha roupq mais sexy e fui bater a porta pois goato de conhecer pessoas novas
-truz truz