Quarto de Michael

Ele deu-me o papel e eu fiquei a olhar para ele desconfiada.
-Isto é o quê? - perguntei eu.
-Vê! - riu-se Miguel.
Abri o papel e logo me apercebi do que se tratava.
-Quero que tu o leias para mim. - pedi eu carinhosamente entregando-lhe o papel.

-Vá lá, são 20 parágrafos-disse eu, aborrecido-o queres que eu os leias e fique sem voz?
-Os dois-riu-se ela.~
-Ok, mas depois não esperes muita coisa depois de ficar sem voz. Então vejamos... 500 vacas, 300 bois, 400 galinhas, 800 coelhos, 9 milhões de subscritores para os smosh, 7 milhões para o PewDiePie e...
-E o quê?
-10000000000000000000000000000000000000000000000000000000000 beijos para a minha namorada.

-Awwnn! - disse eu chegando-me á beira dele e pousando os meus lábios nos dele.
Beijei-o e abracei-me fortemente a ele durante alguns segundos.
-Só não percebi uma coisa... - confessei eu.
-O quê? - perguntou Miguel.
-Aquilo dos animais e dos subscritos... - ri-me eu.

-Aqui era gozo h3h3h3h3h3h3h3-gozei eu- aquilo era para passares de um momento de aborrecimento para um momento de felicidade e emoção! E é por isso, que tu não encontras outra pessoa como eu, pelas ruas ou algo do género. My name is Michaaaaaaaaeeeeeeeelllllll-finalizei.

-Aqui era gozo h3h3h3h3h3h3h3 - gozei eu -Aquilo era para passares de um momento de aborrecimento para um momento de felicidade e emoção! E é por isso, que tu não encontras outra pessoa como eu, pelas ruas ou algo do género. My name is Michaaaaaaaaeeeeeeeelllllll-finalizou.
-És muito cromo. - ri-me eu. -E um convencidi-to também. - disse eu na brincadeira ainda com um sorriso na cara pelo que Miguel me tinha dito. -Mas eu gosto muuiiiittoooo de ti assim! - disse eu apróximando a minha cara da dele outra vez para o beijar.

-Eu sei, por isso mesmo!
-E agora?-perguntou ela.~
-Agora o quê? Ainda são cinco da tarde ainda dá tempo para alguma coisa. E eu sei o que tu queres fazer neste preciso momento.

-Ai sabes? - ri-me eu.
-Sei. - respondeu Miguel.
De certa forma achava que Miguel ia fazer uma piada, mas ao mesmo tempo sabia que ele me conhecia bem e poderia fácilmente adivinhar onde eu queria ir.
-Então onde é, senhor Einstein? - brinquei.

-Tu sabes perfeitamente. Queres que eu faça outra piada, parecida à outra, queres rir-te e depois queres andar aos beijos.
-Não é isso.
-Então o que é?

-Não exatamente. - disse eu rindo.
Miguel olhou para o teto á procura de uma resposta que lhe agradasse mais.
-Estou a falar a sério! - reforcei eu. -Que tal o jardim? Ou então no armazém abandonado... Tanto me faz. Só quero estar contigo. - sorri eu.

-Está bem... Mas não temos muito tempo, porque por vezes fica frio durante a noite, apesar de ser primavera.
-Não...dá tempo-sorriu ela.
-Ok então vamos? Escolhe tu-pedi eu.

-Pode ser os jardins? - sugeri eu.
-Se tu assim o desejas... - confirmou Miguel dando um suave beijo na minha testa.
-Eh lá... - ri-me eu. -Temos cavalheiro. - brinquei eu. -Vamos então? Deixa-me só passar pelo meu quarto para ir buscar um casaco. Vens ou ficas?

-Tenho uma coisa para ti, por isso passa depois por aqui, para eu ter a certeza que tu não a vês-respondi eu.
-Porque é que não posso ver?-perguntou ela-é assim tão especial?
-Yup, por isso mesmo, é melhor que te despaches antes que fique tarde-disse eu.

OFF TOPIC: Acho que é escusado de dizer o que deves fazer a seguir

Fui ao meu quarto num ápice e voltei a vestir o casaco com uma manga enfiada e a outra a esvoaçar pelo corredor em direção ao quarto de Miguel.
Bati á porta mas não esperei por resposta e entrei de rompante no quarto. Surpreendida por não o o ver ali dirigi-me á casa de banho cuja porta estava fechada e dei uma leve pancada na mesma.
-Miguel, estás aí? - chamei eu.

-Surprise girl!-gritei eu assustando-a,literalmente.
-Fogo porque é que me continuas a assustar? Sabes que eu sou meio frágilzinha-riu-se ela. Claro que ela podia ser um bocado mais para o assustada, mas isso não implicava que ela não se assustasse comigo na mesma. 
-Eu assusto-te, sabes porquê Mariazinha? Porque te amo-disse eu dando-lhe um beijo suave.

-Mau - disse eu fazendo beicinho.
-Porquê? - riu-se Miguel.
-Tu queres matar-me de susto? - perguntei eu ainda rindo. -O que te vale é que eu estava meia preparada para o susto senão até no 6º andar ouviam o berro!

-Claro que sim! Por isso mesmo, namoras comigo. Se não, não gostavas de mim-disse eu, a brincar, com ela- mas não temos tempo para discutir. Ia-mos aos jardins lembras-te? Não quero atrasar mais, e depois ficar de noite, e não termos feito nada. Por favor, não nos demoremos mais. E normalmente, quando sou apressado é porque vem aí uma coisa a caminho... não sei se será boa, ou má, mas sei que é uma boa altura para nos despacharmos.

-Ai páh! - disse eu frustrada. -És sempre tão misterioso!
Miguel riu-se.
-E tu não te rias, seu sacana. - brinquei eu dando-lhe uma leve pancada no ombro. -Eu assim nunca sei o que aí vem.
-Então... essa é que é a piada! - riu-se Miguel.
Eu abanei a cabeça e dei-lhe a mão.
-Vamos por-nos a andar mas é antes que fique tarde. - pedi eu.

Eu tinha chegado dos resultados da recruta. Estava sorridente: tinha passado com uma nota alta. Sentei-me no sofá e recebi um telefonema logo de seguida. Era a minha avó.
-Olá avó como estás?-perguntei eu.
-Miguel, o avô faleceu-disse ela.
-Bem... Os meus sentimentos, avó. Eu também me sinto muito triste. Espero que Jesus te acompanhe e que o avô não sofra mais.
Desliguei o telefone e chorei bastante. Desejava que estivesse a Maria naquele preciso momento, mas eu nunca mais tinha recebido notícias dela. O quarto dela estava sempre vazio. Deixei a porta aberta, para quem quisesse entrar, estivesse à vontade. Não tarda nada, alguém me ouviria a soluçar e entraria.

Estava sem fazer nada e lembrei que o Miguel ultimamente andava embaixo, porque o seu avô tinha falecido. Como estava ainda um bocado longe do quarto dele mandei-lhe uma sms para irmos dar uma volta.
"Ola. Olha perciso de companhia para ir ao shoping tu queres vir?"
Passado uma bocado ele respondeu e aceito, mandei-lhe outra mensagem a dizer que em 30 minutos estava no quarto dele para ir, ia so tomar duche e mudar de roupa.
Cheguei ao quarto e bati a porta e entrei.
-Pronto? -sorri.
-Sim, vamos. (continua no shoping eu continuo)

Estava tudo porreiro. Já se tinha passado uma semana desde que tinha conhecido a Sofia. Telefonava-lhe de vez em quando, mas sentia saudades dela. Não podia falar muito com ela pessoalmente, sem ter de mentir sobre factos que eu nunca poderia revelar. Como por exemplo, não podia revelar-lhe a localização da minha «casa», visto que esta é secreta. Gostava que ela estivesse comigo na CHERUB, mas sabia que isso era impossível, visto que os pais delas estavam vivos e ela tinha avós e tios por perto para tomar conta dela. Era uma pena que nos tenhamos apaixonado um pelo outro, porque assim sentíamos a falta de um do outro. A minha desculpa era que os meus pai não me deixavam sair de casa a maior parte do tempo de casa, mas eu sabia que qualquer dia esta desculpa seria descoberta e ela iria culpar-me por isso. Eu não a culparia por isso. Ela até podia chamar-me nomes pelo telefone que eu não a culparia. Pois eu sabia que só havia uma solução para o meu problema: falar com alguém mais velho. Estava a pensar em falar com o Vougan. Afinal era ele o responsável por mim. Falar com o diretor estava fora de questão, porque este estaria ocupado demais com outras coisa mais importantes que a vida amorosa de um membro da CHERUB. Então calcei umas sapatilha e fui ao quarto de Vougan.