Quarto da Kat

Ao aproximar-me da mesa de bebidas, vi Pipo a tirar uma cerveja.
- Boa noite. Não te via há algum tempo.
- Olá! Pois não, é verdade. Estás bom? - Sorri-lhe.
Enchi um copo com água para Kat e esperei que Pipo tirasse a sua cerveja para encher um copo para Diana e outro para mim.

-Olá! Pois não, é verdade. Estás bom? - Sorriu Alison.
Pipo acabou de tirar a sua cerveja e desviou-se de modo a Alison poder conseguir tirar as suas.
- Estou bem, obrigado. E tu como tens andado ? - Perguntou Pipo.
Depois de olhar para Alison disse a brincar:
- Águinha ?

Pareciam-me todos simpáticos, mas apesar de tudo eu estava morta. Quase não dormi nada.
Ficava para a próxima.
Despedi-me da Kat e bazei.

- Estou bem, obrigado. E tu como tens andado ? - Perguntou Pipo. - Águinha? - Continuou, depois de olhar para mim.
- Oh, foi a Kat que pediu - ri-me. - Está tudo bem, tudo calmo. Alguma novidade?
Quanto Pipo se desviou, tirei as duas cervejas que precisava. Uma querubim que nunca tinha visto saiu da festa. "Já vai embora? Isto ainda nem começou à séria...", pensei.

Bebi o copo de água de seguida e pensei "bora animar a festa" por isso fui para cima do sofa e cantei com uma voz afinadinha "Someone like you".
A seguir chamei Diana ao "palco" e cantamos umas quantas músicas que animaram a festa.
As pessoas iam chegando e eu ia pensando"Mais umas quantas pessoas e pode,mos começar com o paintball". Estava ansiosa por atirar contra os rapazes

- Oh, foi a Kat que pediu - riu-se. - Está tudo bem, tudo calmo. Alguma novidade?
Pipo concentrou o seu olhar numa rapariga que tinha acabado de sair da festa.
- Nem por isso. Como te disse, tenho andado a treinar para uma possivel missão. - Assentiu Pipo. - Por os teus lados há alguma novidade?

- Por os teus lados há alguma novidade? - Perguntou Pipo.
- Chamaram-me para fazer uma missão. Gostava de te poder contar, mas já sabes como é, não podemos falar da missão fora da Sala de Preparação - bebi um golo da minha cerveja. - Vais ver que te hão de convidar para fazer uma em breve - sorri.

-Muito bem, parabéns. - Disse Pipo congratulando Alison com um sorriso na cara. - Acho que ainda não estão missões disponíveis que correspondam ao que pedi, infelizmente.
A festa estava cada vez mais animada e Pipo já tinha ouvido falar de uma guerra de paintball.
- Vai ser a tua primeira missão não vai ?

- Vai. Até achei estranho, porque acabei a recruta há tão pouco tempo e há agentes com mais experiência que eu. Pode ser que corra bem - passei a mão pelo cabelo.
Olhei para Pipo, e depois em volta.
- Queres-te ir sentar, ou ficamos aqui? - Perguntei-lhe.

Isaac tinha perdido a noção das horas por isso quando chegou à festa da Kat já lá estava muita gente, cumprimentou todos e foi ter com Kat a perguntar se tinha visto a Jô, Kat respondeu-lhe que ela já tinha saido, Isaac achou estranho, se calhar como estava aborrecida foi-se embora. Isaac foi buscar uma Cerveja para beber, apesar de ter apenas 10 anos tinha sido um vadio que bebia cervejas durante 2 meses por isso a bebida alcoólica era lhe indiferente, ao pé da mesa das bebidas viu Pipo e Ali e disse:
-Olá tudo bem ?

-É porque te acharam capaz de cumpri-la, melhor que outros querubins mais experientes. Devias estar contente com isso. - Disse Pipo. Olhou em volta e prosseguiu:
-Sim, é melhor sentar-mos. Vai-te sentar que eu tenho de ir à casa de banho primeiro.
Pediu a Alison se lhe podia levar a cerveja e foi para a casa de banho, depois de saudar Isaac.

- Oh, olá Isaac - cumprimentei-o. - Sim, vai lá que eu levo a cerveja.
Fui andando em direção aos sofás. Pelo caminho, entreguei a cerveja que Diana me tinha pedido. Ela estava com Kat a cantar, ri-me para elas.
Sentei-me no sofá a beber um pouco da minha cerveja, cantando baixinho a música à espera de Pipo.

Pipo demorou cerca de 3 minutos na casa de banho. Quando abriu a porta para ir ter com Alison deparou-se com mais querubins que tinham entrado na festa entretanto.
Olhou em volta e viu as outras raparigas, que estavam à espera que chegasse mais gente, a dançar alegremente e Alison sentada no sofá. Foi ter com ela e sentou-se ao seu lado.

Passado um bocadinho, Pipo voltou, reparando no que se passava na festa. Havia mais gente a entrar. Talvez a festa começasse a ficar mais animada. Quando Pipo voltou, dei-lhe o seu copo de volta e virei-me um pouco, para ficar virada para ele.
- Então, conta mais coisas.

-Então, conta mais coisas. - Disse Alison antes de passar o copo para a mão de Pipo.
Pipo bebeu um pouco e disse virando-se para Alison:
-Quando é que começa a tua missão e quanto tempo vai durar ? Se aparecer alguma missão para mim podemos só nos voltar a encontrar daqui a algum tempo.

- Deve estar quase a começar - respondi. - Faltavam só algumas respostas de querubins e um ou outro pormenor. Não sei é quanto tempo dura, não tivemos informação sobre isso. Deve ser quando tivermos as informações necessárias. - Olhei para Pipo. - Mas é verdade. Nunca sabemos quando vamos voltar a ver-nos. Antes de ir embora, eu despeço-me de ti - sorri-lhe.

-Acho muito bem que te despeças! - Sorriu Pipo. - Senão, quando voltares, vais levar porradinha.
O tempo passava, o ambiente ia-se intensificando e as pessoas continuavam a entrar. Talvez porque Kat tivesse feito uma super publicidade.
Pipo deu mais um gole e pousou o copo vazio na mesa ao lado do sofá.

Haviam várias pessoas em cima do palco a cantarem no karaoke, o que me deixava alegre. Sempre achei piada a karaoke, mas nunca fui muito dada a fazê-lo.
- Eu despeço, prometo! - Fiz uma cara surpreeendida. - E eras capaz de bater numa rapariga?
Ri-me, como se estivesse muito indignada. Tal como Pipo, terminei a minha cerveja e pousei-a na mesa.

-Achas que não era ? - Perguntou Pipo, com um ar brincalhão. - Até parece que nunca tive de lutar contra raparigas nos treinos e nas aulas.
Pipo reparou que Alison também tinha acabado a sua cerveja.
-Queres que vá buscar mais ?

- Mas uma coisa é numa aula ou treino, outra é só porque não me despedi - fingi estar zangada com ele, mas deixei escapar um riso.
- Queres que vá buscar mais? - Ofereceu-se Pipo.
Olhei para os dois copos vazios. Realmente, apetecia-me outra cerveja.
- Se não te importares, era bom.

-Mas importo-me. - Disse Pipo, fazendo uma expressão séria. - Dá cá o copo. - Disse a seguir rindo-se, antes de se levantar.
Estavam algumas pessoas ao pé da mesa onde estavam as bebidas e Pipo teve de pedir licença para conseguir se servir. Depois de encher os dois copos novamente voltou para junto da jovem querubim.
- Vê lá se eu não te pus qualquer coisa no copo.

- Não importas nada! - Ri-me.
Pipo levantou-se e foi encher os nossos copos. Sentia-me realmente à vontade com ele, e ele tinha um sentido de humor parecido com o meu. Fiquei a tentar alisar o cabelo com a mão até que ele voltasse.
- Vê lá se eu não te pus qualquer coisa no copo - disse ele, ao chegar.
Levei o copo ao nariz para cheirar. Não me cheirava a nada de estranho.
- Hmm, é suposto eu desconfiar de ti? - Levantei uma sobrancelha.

Depois de receber a sua cerveja, Alison cheirou-a mas não lhe cheirava a nada de estranho.
- Hmm, é suposto eu desconfiar de ti? - Perguntou Alison, levantando uma sobrancelha.
- Bebe à vontade, estou só a brincar contigo. - Sorriu Pipo.
Pipo sentou-se no sofá e depois de Alison beber um pouco da cerveja, aproximou-se da querubim e segredou-lhe ao ouvido:
- Ou não...

Quando Pipo me sussurrou ao ouvido, assustei-me e comecei-me a rir. Fiz um esforço enorme para não cuspir a cerveja toda.
- Parvo! Queres ver se me matas, é? - Bati-lhe no braço, ainda sem conseguir parar de rir. Os meu olhos enchiam-se de lágrimas. - Podia-me ter engasgado!
Limpei as lágrimas às costas da mão.

-Au! - Gritou Pipo quando Alison lhe bateu no braço.
Alison teve de limpar as lágrimas com as costas das mãos.
- Desculpa, não era essa a minha intenção... - Disse Pipo, rindo profundamente para si. - Queres um bocadinho da minha cerveja, já que despejaste um bom bocado da tua ?

- Até parece que te magoei, fraquinho. - Sorri-lhe com a língua de fora, como que a gozar com ele. - Deixa, ainda tenho da minha. Quando acabar logo bebo da tua.
Afastei-me um pouco de Pipo e bebi um golo.
- Viste, até tenho de me afastar, não vás tu voltar a assustar-me!

-Nem tentes bater-me novamente! - Disse Pipo soltando uma risada.
Alison afastou-se um pouco e voltou a levar a cerveja à boca.
- Não precisas disso... Não volto a repetir. - Assentiu Pipo. - E nem penses que vais beber da minha cerveja!

Depois de beber, voltei a aproximar-me de Pipo.
- Pronto, pronto, não te quero magoar mais! Prometes que não voltas a repetir? - Tentei fazer uma cara séria, mas foi uma tentativa falhada. - Ai, e se não posso beber, por que é que ofereceste? Não quero saber, vou beber à mesma!

-Nem penses! - Disse Pipo, afastando-se de Alison antes de beber toda a sua cerveja. - E agora como é que vais fazer ?
Os querubins estavam a infringir todas as regras. Faziam muito barulho e bebiam álcool. Mas havia festas todas as semanas e os querubins já sabiam onde arranjar as bebidas. Já ninguém se preocupava com isso e a festa tornara-se cada vez melhor.

Pipo bebeu a cerveja toda para que eu não a pudesse beber.
- Agora? Bem, tenho duas opções. Ou me levanto e vou buscar uma, ou tu és um querido e te ofereces para lá ir. - Tentei mostrar-lhe o meu melhor sorriso na medida de o convencer a ir. - Vais lá, Pipo, vais?

-Já bebeste demais! - Sorriu Pipo. - Não te vou embebedar.
Alison estava a tentar convencer Pipo mas este não caiu na sua "armadilha".
-Vou buscar uma para mim. As meninas não devem beber muito! Se quiseres, vais ter de vir comigo. - Disse Pipo e esticou a língua para Alison.

- Não me estás a embebedar, Pipo! - Disse-lhe.
-Vou buscar uma para mim. As meninas não devem beber muito! Se quiseres, vais ter de vir comigo. - Disse-me ele, esticando a língua.
Levantei-me e cruzei os braços com ar de derrotada.
- Pronto, vá, eu vou contigo. Ganhaste, mas só desta vez - fiz ênfase nesta última parte.

- Pronto, vá, eu vou contigo. Ganhaste, mas só desta vez - Disse Alison.
-Acho que vou ganhar sempre. - Proferiu Pipo com um ar meio triunfante.
Foram os dois para a mesa de bebidas encher novamente os copos. Pipo encheu o seu primeiro e quando Alison estava a encher o seu, o querubim abriu o frigorífico que estava ao lado da mesa e pegou em vários cubos de gelo. Enquanto Alison enchia o seu copo, Pipo, sem fazer barulho, colocou-se atrás dela e meteu-lhe os cubos de gelo dentro da camisola.
- 2-0! - Disse Pipo antes de piscar o olho.

Enquanto enchia o meu copo, senti algo gelado a percorrer o interior da minha camisola. Assustada, deixei cair o copo e virei-me para trás mesmo a tempo de ver Pipo piscar-me o olho
- 2-0! - Exclamou ele.
Tentei ficar zangada com Pipo, mas acabei apenas por me rir.
- Pipo, quando eu te apanhar, estás lixado comigo! - Comecei a correr em direção a ele, mas ele já tinha alguns segundos de avanço. "Eu vou apanhá-lo, quer ele queira quer não", pensei.

- Pipo, quando eu te apanhar, estás lixado comigo! - Exclamou Alison.
Alison começou a correr atrás de Pipo.
- Pobre Alison. - Sorriu Pipo, enquanto se desviava de uma pessoa e saltava por cima de uma cama. - Nunca hás de me apanhar!

Havia muita gente no quarto, portanto era complicado correr. Pipo desviava-se e saltava por cima de móveis, e eu tinha de fazer o mesmo caminho que ele. Pensei que, talvez, o conseguisse encurralar em algum canto, mas duvidava que isso fosse possível.
- Se alguém conseguir apanhar o Pipo, agradecia! - Pedi eu a ninguém em concreto.
Já me tinha conseguido aproximar mais dele, mas não o suficiente para o conseguir apanhar.

Depois de se desviar da secretária de Kat, virou para a esquerda em direcção à casa de banho. Abriu-a rapidamente e olhou para trás para ver onde Alison estava. Esta não tinha parado de correr atrás dele e por isso estava bastante perto. Pipo só teve tempo de se virar e entrar na casa de banho. Mas quando ia fechar a porta, algo o impediu. Alison tinha posto o pé impedindo que esta fechasse.

Estava cada vez mais perto. As pessoas dificultavam-lhe a passagem, mas eu conseguia avançar porque já sabia o caminho que devia seguir.
Pipo virou para a casa de banho, mas quando ele tentou fechar a porta, consegui impedi-lo com o pé.
- Au! Não feches a porta, o meu pé está aí!
Usei as mãos para fazer força de modo a que a porta se abrisse e tirei o pé. Pipo tentava fazer com que a porta se fechasse. Consegui colocar-me de lado no espaço entre a porta e a parede e entrei na casa de banho.

Alison conseguiu colocar-se de lado no espaço entre a porta e a parede e entrou na casa de banho.
Pipo tinha recuado e estava agora entre Alison e a parede. Olhou à sua volta para ver no que podia pegar para se defender mas não encontrou nada.
- Nem penses em fazer nada! - Exclamou Pipo.

Consegui encurralá-lo dentro da casa de banho. Ele foi andando para trás até se encostar à parede, olhando à volta. Estaria à procura de alguma coisa para se defender?
- Nem penses em fazer nada! - Exclamou ele.
Novamente, tentei ficar séria, mas não consegui. Olhei-o nos olhos, contendo um riso.
- Se eu fosse má, estavas lixado. Ainda tenho a camisola toda molhada. - Fiz uma pausa. - Mas achas mesmo que te vou magoar, Pipo?

- Se eu fosse má, estavas lixado. Ainda tenho a camisola toda molhada. Mas achas mesmo que te vou magoar, Pipo? - Disse Alison.
-É melhor não fazeres rigorosamente nada se não queres acabar encharcada! - Disse Pipo. - Eu sei que não és capaz.

- Eu sou capaz, Pipo. Não duvides disso. Mas hoje estou bem-disposta. - Pensei no que ele me tinha dito. - Encharcada? Então podes-me dizer o que é que estou?
Afastei-me um pouco dele e apontei para a minha camisola. Continuei:
- Até dizia que não eras capaz de me deixar encharcada, mas já me mostraste que és.

- Estás apenas um pouco molhada! E é apenas na parte de trás, mal se nota. - Disse Pipo, rindo-se.
Depois daquelas palavras de Alison, Pipo sabia que ela não lhe ia fazer nada.
Já que estás bem disposta, será que podemos sair daqui e voltar para o quarto ou a menina quer continuar aqui ? - Disse Pipo, com um ar tudo menos sério.

- Um pouco molhada? Tens sorte que é verão e está calor, se não eu congelava!
Pipo pareceu relaxar, e riu-se.
- Já que estás bem disposta, será que podemos sair daqui e voltar para o quarto ou a menina quer continuar aqui ? - Perguntou ele.
- É como quiseres. Tens algum motivo para querer ficar aqui? - Perguntei-lhe eu.

- Que exagero! - Disse Pipo, enquanto Alison lhe mostrava novamente a camisola.
Depois de Alison lhe perguntar se tinha algum motivo para querer ficar ali, Pipo mostrou-se pensativo e respondeu logo a seguir:
- Talvez até tenha. Podia gozar à vontade com uma pessoa de Nashville sem ninguém a ver.

- Podia gozar à vontade com uma pessoa de Nashville sem ninguém a ver - disse Pipo.
- Então pronto, ficamos aqui. Oh, o que é que tens contra as pessoas de Nashville? Até já perdi o sotaque quando falo inglês! - Calei-me por uns segundos. - Não tens nenhum motivo para gozar comigo. Afinal de contas, até te consegui apanhar - brinquei.

-Eu não tenho nada contra as pessoas de Nashville, nada mesmo. - Sorriu Pipo.
Depois, num tom mais firme e sério disse:
-Aliás, sinceramente, até as acho simpáticas e atraentes. Não volto a gozar contigo, para não te voltares a chatear!

- Não me vou chatear contigo, tonto! - Sorri-lhe, em parte também pelo elogio indireto que ele me fez.
Ficámos calados durante uns segundos até que interrompi o silêncio.
- E agora, ainda temos motivos para ficarmos aqui? - Olhei-o nos olhos.

-Acho muito bem. Não te queria ver chateada comigo, tonta! - Retorquiu Pipo.
Fez-se um silêncio que foi posteriormente quebrado por Alison:
- E agora, ainda temos motivos para ficarmos aqui?
- Eu tenho todos os motivos do mundo. - Disse Pipo, focando o seu olhar nos olhos de Alison.

- Eu tenho todos os motivos do mundo. - Disse Pipo.
Ele olhou-me nos olhos e eu retribui o olhar. Os olhos de Pipo são de um castanho muito bonito. Senti a minha cara ficar vermelha, como já era habitual.
- Ai tens? E podes-me dizer alguns? - Disse eu, mas a minha voz saiu muito baixa.