Quarto de Pedro Bolvar

Quarto pequeno todo branco, com uma cama, uma secretária com portátil e livros e uma janela.

Pedro entra no quarto e começa a desempacotar.

Estava a passear no corredor quando reparo numa porta aberta. Espreitei e lá dentro estava um rapaz da minha idade a desempacotar as coisas.

- Hey! Sou a Selina. Deves ser novo, queres ajuda a desempacotar?

Ele olhou para mim com um sorriso na cara, de como quem diz "até que enfim alguém"

Entrei e agachei-me começando a desempacotar com ele. Discos de música, maioritariamente Rock, livros, jogos, molduras, ...

- É esta a tua família? - perguntei, pegando na foto de una família feliz com um rapaz pequeno ao colo.

- É. Porquê?

- Mmm, fala-me deles.

Ela entre e começou a desempacotar. Fui arrumando os meus livros enquanto ela mexia numa caixa que eu tinha chamado de The Random Box. Derrepente está atrás de mim com uma moldura na mão.

-Esta é a tua família?

Eu pego na moldura. Era uma foto tirado quando eu tinha 3 anos, duas semanas antes do acidente catastrófico. Lembrava-me bem daquele dia.

-É. Poruquê?

- Mmm, fala-me deles

A pergunta apanhou-me de surpresa. Sim, esperava perguntas daquelas num sítio onde todos são orfãos. Mas era um pouco cedo.

-Bem, não há muito a dizer. Morreram duas semanas depois dessa foto num acidente de avião. Não me lembro muito...

- Os meus morreram quando eu tinha 4 e sou capaz de me lembrar menos deles do que tu te lembras dos teus.

- Porquê? - perguntou Pedro.

- Bem, só sabes perguntar porquê? Mas ok eu digo-te. A minha família era assim pro rica, por isso os meus pais pagavam a babysitters para ficarem comigo enquato eles se iam embebedar para um bar qualquer. Eles morreram num acidente de viação. Caíram de uma ponte. - as lágrimas vinham-me aos olhos mas eu continuei - Quando isso aconteceu eu ainda pensei que ia ficar com o meu adorado avô, mas ele foi declarado em tribunal como demasiado velho para assumir responssabilidade de uma criança tão pequena... - eu já estava a chorar por isso não consegui acabar a história.

- Os meus morreram quando eu tinha 4 e sou capaz de me lembrar menos deles do que tu te lembras dos teus. - Disse ela.

- Porquê? - perguntei. Não devia ser história bonita.

- Bem, só sabes perguntar porquê? Mas ok eu digo-te. A minha família era assim pro rica, por isso os meus pais pagavam a babysitters para ficarem comigo enquanto eles se iam embebedar para um bar qualquer. Eles morreram num acidente de viação. Caíram de uma ponte. - parecia que ia desabar em lágrimas - Quando isso aconteceu eu ainda pensei que ia ficar com o meu adorado avô, mas ele foi declarado em tribunal como demasiado velho para assumir responsabilidade de uma criança tão pequena... - E tinha desabado...

Nunca tinha tido jeito pra estas coisas. Lá estava ela ali a chorar e eu ali parado sem fazer nada. Realmente tinha tido uma infância mais difícil. Ela sentou-se na cama e eu sentei-me ao lado dela. Tinha acabado de a conhecer e já sentia confiança. Devia ser algo pelo facto de sermos (tal como todos ali) órfãos.

-Queres falar sobre isso? - Não havia muito mais que podia fazer. Pensei em comida ou assim, mas ainda não sabia onde fica o refeitório nem se há máquinas de comida.

- Queres falar sobre isso? - disse ele.

Sem me aperceber, parei de chorar de repente e olhei para ele, espantada.

- Nunca ninguém me tinha perguntado isso. Tirando a minha psicóloga, claro. - disse - Grande parte das pessoas apenas me ignora e tenta mudar de assunto. Foste muito atencioso ao perguntares mas não, obrigada, eu estou bem. Só que às vezes tenho estas espécies de recaídas. Bem tinha aí discos fixes mas não me parece que tenhas sitio para os pôr a tocar. - continuei - Queres vir ao meu quarto ouvir um pouco de música?

Ela parou de chorar e olhou para mim.

Ela começou:
- Nunca ninguém me tinha perguntado isso. Tirando a minha psicóloga, claro. Grande parte das pessoas apenas me ignora e tenta mudar de assunto. Foste muito atencioso ao perguntares mas não, obrigada, eu estou bem. Só que às vezes tenho estas espécies de recaídas. Bem tinha aí discos fixes mas não me parece que tenhas sitio para os pôr a tocar. Queres vir ao meu quarto ouvir um pouco de música?

-Ya claro, não há problemas. às vezes o que precisamos é de ser ouvidos.

Nunca me tinha dado um elogio que bem, não fosse dos "Ah pobrezinho perdeu o pai e a mãe. Tudo o que ele faz é excecionalmente bom.". Por pena. Era bom receber elogios assim ao que parece. De qualquer maneira seguimos pra lá. Parece que agora tinha uma amiga.

Tinha acabado de me inscrever para a recruta, quando vejo um rapaz giro entrar no seu quarto. Devia ser novo na CHERUB de certeza. E parecia ser da minha idade.

Julgo que já o tinha visto falar anteriormente com Selina, portanto não fui ter com ele, pois primeiro: Selina podia gostar dele; segundo: costumo de ficar sempre vermelha quando falo com rapazes e nunca sei o que dizer... Portanto decidi passar por ele rapidamente e sem dizer nada.

Estava quase a passar o seu quarto quando PUMMM, tropecei num CD e caí no meio do chão.
Só penso " Boa!! Isto não me está a acontecer..."
Dou por mim, está o tal rapaz, que após ter ouvido a minha queda, saiu do quarto para ver o que tinha acontecido. Não tenho a certeza, mas acho que ele tentou disfarçar um sorriso.

- Estás bem? - perguntou-me ele, estendendo a mão para me ajudar a levantar.

- Eu...Eu... - não sabia o que dizer, só pensava "a sério.. isto só me acontece a mim..."

Depois de passar a tarde (Numa mistura de felicidade, alegria e awkwardness) com Selina (e estar um bocado entusiasmado e confuso ao mesmo tempo) no quarto dela, acabei por voltar para o meu. Praticamente 2 segundos depois de entrar oiço um estrondo no meio do corredor. Uma rapariga de cabelo castanho estava espalhada no meio do chão. Limitei-me a fazer o necessário.

- Estás bem? - perguntei-lhe, estendendo a mão.

- Eu...Eu... - começou ela meia atrapalhada.

Ajudei-a a levantar-se. Olhei pra ela e ela ficou vermelha como um tomate. Era relativamente baixa em comparação comigo (mas também quem não o é?), com aproximadamente menos 25 cm. Achei que não devia ficar simplesmente ali, e como ela parecia atrapalhada, convidei-a a entrar.

- Tenho ali gelo se precisares e uns snacks se tiveres fome. Queres entrar?

Ele levanta-me. Wow..é mais alto do que eu pensava...

- Tenho ali gelo se precisares e uns snacks se tiveres fome. Queres entrar? - pergunta-me.

- Hum...sim, porque não? Obrigada. - respondi, começando a assimilar que acabei de fazer figura de parva. Again.

Entrámos os dois no seu quarto e com a ajuda dele, sentei-me em cima da cama.

- Está aqui o gelo. - disse, passando-o para a minha mão.

Agradeci e pus automaticamente em cima do joelho.

- Então, como te chamas? - perguntou de seguida.

- Ah, pois. Sou a Lauren...e tu? - respondi, agora mais calma.

- Hum...sim, porque não? Obrigada. - Articolou algumas palavras. Já não era mau.

Entrámos os dois no meu quarto e ajudei-a a sentar-se na cama. fui de seguida ao mini-frigorífico buscar algum gelo.

- Está aqui o gelo. - disse, passando-lhe. Fui de seguida buscar alguns pequenos pães recheados de chocolate.

- Então, como te chamas? - perguntei-lhe, enquanto procurava os pães no frigoorífico

- Ah, pois. Sou a Lauren...e tu? - respondeu-me.

Enquanto caminhava, agora já com os pães, respondi:
- Sou o Pedro. Toma. - E passei-lhe um dos pães. - Agora... Conta lá o que aconteceu! - disse, soltando uma pequena gargalhada. Eu estava curioso.

- Sou o Pedro. Toma. - respondeu, enquanto me passava um pão recheado com chocolate.

Meu Deus...eu amo chocolate... Peguei no pão e basicamente devorei-o em segundos ( mas o Pedro não precisava de saber.. )

- Agora... Conta lá o que aconteceu! - continuou, sem conseguir evitar rir-se.

Pois, o que é que eu haveria de lhe dizer..? Que estava a fugir dele porque era giro? ( dei uma chapada mentalmente na minha cara )

- Eu...estava com pressa para ir para ir.. a um sítio. - comecei a corar. - E...aparentemente tropecei naquele CD - disse apontando para o CD que continuava no chão do corredor.

- Eu...estava com pressa para ir para ir.. a um sítio. E...aparentemente tropecei naquele CD  - disse, apontando para o CD e a ficar vermelha como um tomate outravez.

Olhei para o CD. pensava para mim. Caíu-me do bolso. O CD das músicas da minha vida. Como é que isto aconteceu???

- Oh o CD. Ups culpa minha. - disse, tentando parecer o máximo descontraído possível. Levantei-me, apanhei-o e coloquei-o na minha secretária. Imediatamente suspirei de Alívio. - Desculpa lá isso. - Sentia agora eu a cara vermelha. Mas o que ela disse não fazia muito sentido. Quem está com muita pressa para ir a algum sítio lembraria-se imediatamente de tentar lá chegar, inves de se pôr de conversa... - Então estavas com pressa de ir a um sítio?

Ele olhou para o CD e foi buscá-lo de imediato.

Oh o CD. Ups culpa minha. - disse.

Depois pôs em cima da sua secretária... Surpreendentemente, agora era ele que estava a começar a ficar vermelho. Pergunto-me o que se passará... o que é que tem aquele CD...?

-Desculpa lá isso. - disse-me, mas depois concentrou-se nalguma coisa e voltou a perguntar-me:

- Então estavas com pressa de ir a um sítio?

Ok...aquilo apanhou-me de surpresa. Shit...ele voltou a tocar nesse assunto.

- Sim..precisava de ir entregar uns papeis a uma amiga por causa da recruta.. Mas não importa..dou-lhe depois. - respondi rapidamente, mas sem ter a certeza se ele ficou convencido da minha mentira.

Agora era a minha vez de fazer perguntas.

- Então, que CD é esse?

- Sim..precisava de ir entregar uns papeis a uma amiga por causa da recruta.. Mas não importa..dou-lhe depois. - Desculpa esfarrapada de certeza absoluta. - Então, que CD é esse?

. Porquê? Porquê o CD? Mas porque fugging razão eu tinha que o deixar no chão????

- Ah nada de especial, são só umas músicas. - Isso Pedro, Mantem-te calmo... Muda o tema... - Então vais fazer a recruta?

Apesar de querer continuar a fazer perguntas sobre a sua "pressa", achei melhor ir por outro caminho...

- Ah nada de especial, são só umas músicas. - disse ele um pouco atrapalhado. - Então vais fazer a recruta? - perguntou de seguida.

Ok, obviamente que aquele CD tinha mais do que só umas músicas.. E notava-se um tom de voz suspeito, mas ao menos deixou de me perguntar a cerca de onde é que eu ia...

- Ya, não vou ser t-shirt vermelha para sempre... Além disso estou ansiosa para ir em missões. - respondi-lhe, mas rapidamente desviei o assunto. - Posso ouvir? - perguntei olhando na direção do misterioso CD, ao mesmo tempo que mordia o lábio ( um tique que eu tenho, frequente quando estou nervosa )

Queria memo saber o que o CD continha, mas ao mesmo tempo não parava de olhar para os olhos do Pedro. Mas depois lembrei-me de Selina e de como ela até era fixe. E se ela gostava dele?

Ainda assim, esperei pela resposta.

- Ya, não vou ser t-shirt vermelha para sempre... Além disso estou ansiosa para ir em missões.Posso ouvir? - perguntou, enquanto mordia o lábio.

Bolas. O CD outravez. E agora. Pensa direito Pedro, tu safas-te disto. Analiza a situação:
Lauren, rapariga relativamente baixa com os olhos castanhos tropçou à porta do meu quarto.
Dá para perceber que é bastante tímida, no entanto já está mais à vontade.
Está a morder o lábio, logo está nervosa. A razão de ela chegar aqui está a pô-la nervosa também.
Eu não lhe quero mostrar as músicas; já as tinha mostrado a Selina, pela pura e simples razão de, apesar de conhecermo-nos naquele dia, eu já me sentia completamente à vontade com ela. E isso acabou, surpreendentemente, num beijo.

DING! Fez-se luz na minha cabeça. Descobre as intenções. Vê as reações. Impõe-te um pouco e mete pressão. Vê a sua reação, isso vai dar-te mais dados. E tempo...

- Não. - respondo simplesmente.

- Não. - disse ele.

Percebi que fui longe demais...o melhor é não insistir mais no assunto, pois dá para ver que contém coisas pessoais.. Ambos estávamos nervosos e não sei o que isso significa, mas de qualquer maneira a minha ideia original foi nem se quer, ir falar com ele. Mas depois, aconteceu o que aconteceu. Talvez ele gostasse de Selina. Percebi que se calhar ele queria que me fosse embora...

- Hum..ok, desculpa. Estava só curiosa. - comecei por dizer. - Se calhar devia ir embora... Obrigada por tudo.

Comecei a dirigir-me lentamente para a porta, ainda me doía o joelho.

- Hum..ok, desculpa. Estava só curiosa. Se calhar devia ir embora... Obrigada por tudo. - E levantou-se e começou a manquejar até à porta.

Ok. Consegui. I screwd it up. Primeiro dia na Cherub. E já meti a pata na poça. Ehmm, é o habitual acho eu. Nada que eu nunca tivesse feito. Quer dizer, nunca tinha acontecido numa instituição britânica Top Secret com agentes menores e orfãos. Mas já tinha metido a pata na poça várias vezes. Bem, desta vez, ela ganhou.

- As músicas da minha vida. - Comecei.

- Hum? - ela parou e deu meia volta, com um meio sorriso nos lábios. Ela tinha mesmo ganho.

- As músicas da minha vida. - repeti. - As 7 músicas que me fazem conseguir passar por qualquer situação sentimental. As 7 músicas que se tornaram parte do meu mundo em diversas situações e nunca falharam. As 7 músicas que até à data foram as que estiveram sempre lá para mim. - peguei no CD e mostrei a parte da frente, que apenas dizia "My world". - As 7 músicas não mostro a qualquer um, apenas aqueles que sei que posso mostrar, que as quero mostrar e que confio plenamente sem dúvida. As 7 músicas que apenas mostrei a 3 pessoas, incluindo eu próprio. - Uma delas era Selina, e apesar de ter dito que só mostrava a quem confiava plenamente sem dúvida, sentia que o que estava a dizer não era mentira. I have a lot to think of. - As 7 músicas que eu não posso perder de maneira nenhuma. E ainda te dói o joelho e devias descansar, e eu quase que aposto que não tens que levar papéis nenhuns a lado nenhum.

Ela tinha ficado o tempo todo a ouvir, com uma expressão neutra, praticamente sem reação. Mas não se estava a ir embora.

- As músicas da minha vida. - disse - As 7 músicas que me fazem conseguir passar por qualquer situação sentimental. As 7 músicas que se tornaram parte do meu mundo em diversas situações e nunca falharam. As 7 músicas que até à data foram as que estiveram sempre lá para mim. - mostrou-me a capa do CD, onde se podia ler, "My World". - As 7 músicas não mostro a qualquer um, apenas aqueles que sei que posso mostrar, que as quero mostrar e que confio plenamente sem dúvida. As 7 músicas que apenas mostrei a 3 pessoas, incluindo eu próprio. - continuou. - As 7 músicas que eu não posso perder de maneira nenhuma. E ainda te dói o joelho e devias descansar, e eu quase que aposto que não tens que levar papéis nenhuns a lado nenhum.

Não sabia o que dizer.., portanto fiquei simplesmente parada a ouvir o que ele me estava a dizer. Alguns momentos atrás só me queria ir embora, mas agora sentia-me que lhe foi muito difícil revelar-me algo assim. Apesar de estar envergonhada por ele ter percebido que....bem...eu não tinha mesmo de ir a lado nenhum, algo não me deixava ir embora. O meu corpo recusava-se a pôr um pé fora da porta.

- Foste muito corajoso em contar-me isto. - disse, por fim. - Não queria que te sentisses obrigado a fazê-lo...

Foi a partir deste momento que percebi que estava a começar a sentir-me atraída por ele.. Não só pelo seu aspeto, mas também pela sua maneira de ser. Só que havia um problema....que se chama Selina. Será que devia perguntar-lhe em relação a isso?

Se calhar é melhor não, nem se quer sei o que ele pensa de mim.... Manti-me muito quieta à espera que ele disse-se alguma coisa...

Continuo simplesmente ali parada. Devia estar a articular na sua cabeça o que dizer.

- Foste muito corajoso em contar-me isto. - acabou por dizer. - Não queria que te sentisses obrigado a fazê-lo...

Não me sentia obrigado a fazê-lo. Só não queria que ela se fosse embora e ficasse com aquela impressão de mim. Depois de dizer aquilo, ficou simplesmente ali quieta, nem um músculo. O tão famoso silêncio estava de volta. Uma vez num dia ainda ia, agora duas, não era comum. Era mais ou menos um daqueles momentos de tensão. Ao menos conto a história toda, ou irá tornar tudo mais akward ou menos akward. Vamos descobrir.

- Os meus pais morreram num acidente de aviação quando eu tinha 3. Não os conhecia bem. Passei de centro de acolhimento para centro de acolhimento. A única coisa pessoal que levava era uma foto deles - aponto para a foto em cima da mesa. - e o CD.

- Os meus pais morreram num acidente de aviação quando eu tinha 3. Não os conhecia bem. Passei de centro de acolhimento para centro de acolhimento. A única coisa pessoal que levava era uma foto deles - apontou para uma foto em cima da mesa, onde mostrava os pais do Pedro, eram incrivelmente parecidos.... - e o CD.

Aproximei-me dele e abracei-o. Abracei-o apenas porque senti que era a coisa certa a fazer. Abracei, porque a verdade é que, a partir do momento em que entramos para a CHERUB é porque algo aconteceu com os nossos pais...nomeadamente, morrem. Isto também era um assunto delicado para mim.

- Lamento imenso pelo que aconteceu... Os meus pais morreram num acidente de carro, despistaram-se numa ponte... Mas ao menos ainda tenho a minha irmã mais nova. - disse com relutância. - Mas é algo que vamos ter de ultrapassar..

Ele olhou para mim. Queria dizer algo, mas reteve-se.

- Fazemos assim, não falamos mais sobre isso hoje. - disse com um sorriso. Acho que ajudou um bocado, pois ele sorriu-me de volta.

- Então, que queres fazer neste momento? - perguntei mordendo o lábio novamente.

Ela veio até mim e abraçou-me. Foi um bocadinho esquisito, pois ela ainda manquejava.

- Lamento imenso pelo que aconteceu... Os meus pais morreram num acidente de carro, despistaram-se numa ponte... Mas ao menos ainda tenho a minha irmã mais nova. Mas é algo que vamos ter de ultrapassar...

Olhei para ela. Queria dizer várias coisas. Que lamentava, que não achava grande problema a morte dos meus pais, que realmente tinha toda a razão. Naturalmente, não cheguei a dizer nada.

- Fazemos assim, não falamos mais sobre isso hoje. - Acrescentou asseguir, a sorrir. A parte do "hoje metia-me um pouco de impressão, mas não ia começar a discutir agora.

O silêncio instalou-se outravez, mas desta vez foi curto.

- Então, que queres fazer neste momento? - perguntou ela. Estava novamente a morder o lábio. Não me parecia bem. A situação era praticamente igual à situação com Selina. Mas desta vez era mais "esperada". Eu definitivamente não a queria beijar, não que ela não fosse atraente nem nada, mas novamente, ele não a conhecia, ela não o conhecia. E o facto de ter sido beijado Selina não ajudava.

Larguei-a e ajudei-a a sentar-se na cama. Fui ao mini-frigorífico outravez e trouxe dois sumos de laranja. Debrucei-me sobre a mesma cadeira sobre a qual estava debruçado aquele tempo todo.

- Não sei. Diz-me tu. - acabei por dizer.

Ele ajudou-me a sentar na cama e foi buscar sumo para os dois.

- Não sei. Diz-me tu. - acabou por dizer.

Acho que ele entendeu o que eu disse de forma errada... Não sei o que pensou, mas acho que ele entendeu que eu o queria beijar, senão não tinha ficado com aquela cara... É que...nem pensar. Eu não sou assim, não era capaz de beijar um rapaz logo no primeiro dia que o conheço. Quer dizer, nem se quer era assim tão fácil...

Aceitei o sumo e bebi um bocado. Na verdade não sabia eu própria o que fazer naquele momento...

- Qual é a tua cor preferida? - decidi perguntar-lhe

Ela aceitou o sumo e bebeu um pouco. A atmosfera parecia ter-se aliviado um pouco. Mas o silêncio voltara a instalar-se.

- Qual é a tua cor preferida? - acabou por dizer.

Ok. Ela estava a tentar saber mais sobre mim. Acho que era uma coisa boa. Mas eu também não sabia muito sobre ela.

- Se é pra ir por esse caminho, faremos assim: - ela olhava para mim com uma expressão interrogativa. -Joguemos um jogo. Cada um tem direito a quaisqueres 5 perguntas; ambos têm de responder às suas perguntas e às do outro com 100% honestidade. Alinhas?

Depois de um pouco de  hesitação, ela concordou.

- Então comecemos. A minha cor favorita é o Vermelho.

- Se é pra ir por esse caminho, faremos assim:

O que será que queria ele dizer...

-Joguemos um jogo. Cada um tem direito a quaisqueres 5 perguntas; ambos têm de responder às suas perguntas e às do outro com 100% honestidade. Alinhas?

Ahh.. Ok, porque não.. Acenei que sim com a cabeça.

- Então comecemos. A minha cor favorita é o Vermelho. - começou por dizer.

- Ok. A minha é preto. - Resolvi também por dizer.. ahah tava a gostar daquele jogo. - É a tua vez.

- Ok. A minha é Preto. É a tua vez.

- Ok. Livro preferido? O meu Brisingr. - livro da saga Herança, conhecido por poucos. É o terceiro, anteseguido por Eragon e Elderst.

- Ok. Livro preferido? O meu Brisingr.

Eu conhecia aquela Saga, aliás até tinha visto o filme... Talvez um dia, começasse a ler os livros...

- Bem o meu livro preferido é o Hush Hush, mas não sei se conheces.. Também adoro Hunger Games... - Qual foi o teu momento mais embaraçoso??

Ahaha tinha buee curiosidade em saber...

A expressão dela parecia dar a ideia de que conhecia a saga Herança. Hoje em dia é raro...

- Bem o meu livro preferido é o Hush Hush, mas não sei se conheces... - e não conhecia. - Também adoro Hunger Games... - esses, apesar de nunca ter lido, já conhecia. - Qual foi o teu momento mais embaraçoso??

Ela esboçou um pequeno sorriso. E tinha razão em o fazer. Apesar de não o querer, o ponto do jogo era a 100% honestidade, e não a ia deixar mal. Para além disso ela iria ter que fazer o mesmo asseguir.

- Ora bem... Uma vez no quinto dois rapazes, do tipo matulões, imobilizaram-me os braços e puxaram-me as calças E BOXERS para baixo. Foram os 4 segundos, em que me desprendi e as puxei para cima, mais embaraçosos da minha vida. Uma das razões pela qual não social muito. Mas agora é a tua vez... - agora tinha eu um leve sorriso na cara.

- Ora bem... Uma vez no quinto dois rapazes, do tipo matulões, imobilizaram-me os braços e puxaram-me as calças E BOXERS para baixo. Foram os 4 segundos, em que me desprendi e as puxei para cima, mais embaraçosos da minha vida. Uma das razões pela qual não social muito. Mas agora é a tua vez... - disse, com um sorriso , quase, malicioso..

Não consegui evitar e comecei-me a rir da sua situação... Mas rapidamente me calei quando ele me lembrou que agora era a minha vez de contar...

- Pois...a cena mais embaraçosa por que já passei é.. - não acredito que estava prestes a contar isto a um rapaz...meu deus que vergonha... - Quando era mais nova...uma stora chamou-me para ir ao quadro resolver um exercício de matemática e quando me levanto e me dirijo ao quadro, a turma toda começa a rir-se, e eu sem perceber porquê............só depois é que reparei que tava pela primeira vez com o período, nas minhas calças brancas...e bem, digamos que se via bastante... OMG eu tipo corri porta fora.. Foi memo HORRIVEL...

God...Eu acabei memo de contar isto ao Pedro? ( slap myself.. )

- Ok...próxima pergunta.

Ela parou de rir.

- Pois...a cena mais embaraçosa por que já passei é... - pela hesitação dava para perceber que ia ser das boas. - Quando era mais nova...uma stora chamou-me para ir ao quadro resolver um exercício de matemática e quando me levanto e me dirijo ao quadro, a turma toda começa a rir-se, e eu sem perceber porquê............só depois é que reparei que tava pela primeira vez com o período, nas minhas calças brancas...e bem, digamos que se via bastante... OMG eu tipo corri porta fora.. Foi memo HORRIVEL...

(Ok Pedro controla-te.)
(Não tem piada nenhuma.)
(Controla-te.)
E larguei a minha gargalhada. Mas era bom, porque significava que ela estava a ser honesta.

- Ok...próxima pergunta. - ela não ficou muito contente...

- Bem, sendo assim... Música preferida? - era um bocadinho de risco, pois teria que dizer uma música do CD. Mas não me preocupava, não sabia bem porquê.

Bem, sendo assim... Música preferida? -continuou. Uau, não acredito que ele se arriscou depois a dizer a sua... estou contente por isso.

- Bem a minha música preferida é a Thinking Out Loud do Ed Sheeran. Adoro todas as suas músicas, mas esta é mesmo a minha preferida. - respondi.

Acabei o meu sumo e atirei a lata para um caixote do lixo que ele tinha ao pé da secretária, uma vez que podia levar uma eternidade só a ir e a voltar... LOL, espero que ele não se importe...ri para dentro.

- Qual é a tua? - perguntei.

- Bem a minha música preferida é a Thinking Out Loud do Ed Sheeran. Adoro todas as suas músicas, mas esta é mesmo a minha preferida. - respondeu.

Pau. Conseguiu. Uma das músicas do CD. Agora estava sem dúvida impressionado e curioso. A sua música preferida está no CD, para além de outro do mesmo cantor. Quando acabou o seu sumo, atirou-o ao balde do lixo. E acertou. 10 pontos para Lauren.

- Qual é a tua? - perguntou. Era a minha vez de responder.

Estava indeciso entre Thinking Out Loud e If you can't hang. Mas visto que ela disse a primeira...

- If you can't hang, dos Sleeping with sirens. E sim, faz parte do CD... Tua vez.

Não se pareceu muito zangado por estar ali mais à vontade com ele.

- If you can't hang, dos Sleeping with sirens. E sim, faz parte do CD... Tua vez.

Wow...ele disse-me uma música que estava no CD...até faz sentido ser a sua preferida...Fiquei muito impressionada.

- Adoro essa música. - acabei por dizer. - Ok, então, comida preferida? Ha, a minha é Sushi.

-Adoro essa música. - 10 points to Lauren. - Ok, então, comida preferida? Ha, a minha é Sushi.

-Lasanha. - a minha resposta foi imediata. Nem precisei pensar duas vezes. Nada como uma boa e quente lasanha para preencher o estômago. - Bem, é a minha vez... Então, filme preferido?

-Lasanha. - disse rapidamente, sem margens para dúvidas. - Bem, é a minha vez... Então, filme preferido?

Crap...tenho montes de filmes preferidos...

- Hum...Talvez...o The Fault In Our Stars e o The Hunger Games - respondi definitivamente muito indecisa.. - Your turn.

- E a próxima pergunta é o que mais aprecias em ti próprio?

- Hum...Talvez...o The Fault In Our Stars e o The Hunger Games - respondeu, definitivamente indecisa.- Your turn.

Estava completamente indeciso também: o Hobbit? The fault in our Stars? Ou Divergente? Tinha que escolher...

- É por pouco... Mas o Hobbit.

Bem, quarta pergunta da parte dela.

- E a próxima pergunta é o que mais aprecias em ti próprio? - perguntou ela.

- Boa pergunta. Provavelmente diria a minha capacidade de ouvir os outros. E a tua?

- Boa pergunta. Provavelmente diria a minha capacidade de ouvir os outros. E a tua? - disse-me.

Até agora parecia verdade...

- Bem, a minha talvez seja, conseguir pôr-me no lugar dos outros. - respondi. Esta não era uma pergunta fácil...

Ainda sentada, encostei-me a uma das suas almofadas.

- Qual é a tua quarta pergunta?

-Bem, a minha talvez seja, conseguir pôr-me no lugar dos outros.. - Parecia um bocadinho em baixo. Aquela pergunta devia ter uma história por trás disso. Encostou-se a uma das almofadas.

- Qual é a tua quarta pergunta?

Levantei-me e sentei-me ao pé dela na cama. Em parte porque achei necessário, noutra parte porque já me doía as costas de estar debruçado na cadeira.

- Bem... O pior erro que cometeste... Mas nesta quero responder primeiro. O pior erro que cometi foi mostrar o CD a uma das 3 Pessoas a quem o mostrei. Agora tu.

O Pedro levantou-se e sentou-se ao pé de mim. Na verdade, era reconfortante...

- Bem... O pior erro que cometeste... Mas nesta quero responder primeiro. O pior erro que cometi foi mostrar o CD a uma das 3 Pessoas a quem o mostrei. Agora tu.

What? o que é que aquilo significava? Será que ele está a falar de mim? Uma data de perguntas começam a girar à volta da minha cabeça... Não consegui evitar perguntar..

- Quem?? - perguntei. Notava-se que fiquei surpreendida pelo meu tom de voz.

- Quem??? - A sua expressão mudou, parecia em pânico. Notava-se na voz também. Deve ter percebido mal o que quis dizer.

- Um amigo... Ou pelo menos costumava ser. Alguém a quem erradamente dei o direito de ouvir as 7 músicas do CD. - a minha expressão mudou de certeza, pois senti uma lágrima a vir me ao olho. Passei a mão e limpei disfarçadamente.

- Um amigo... Ou pelo menos costumava ser. Alguém a quem erradamente dei o direito de ouvir as 7 músicas do CD. - respondeu-me ele. Tentou disfarçar a lágrima que tinha no olho. Mas não conseguiu.

Pus a minha mão sobre a dele, pois sei que deve ter sido muito difícil para ele..

- Sabes, tudo tem uma razão de ser... E às vezes nunca vamos compreender bem o quê... Mas suponho que é assim que deve ser. - disse-lhe - O pior erro que já cometi foi não ter aproveitado os momentos com os meus pais. Na verdade, nunca fomos muito chegados, e eu também não fazia por isso, nem para melhorar a nossa relação... Agora é tarde de mais. - esta parte da conversa já era mais séria...

- Bem...gostava que fosses tu primeiro a fazer a última pergunta. - sorri, para quebrar um pouco o gelo da situação anterior.

Ela pôs a não no meu ombro. Se a intenção dela era reconfortar, estava resultar.

- Sabes, tudo tem uma razão de ser... E às vezes nunca vamos compreender bem o quê... Mas suponho que é assim que deve ser. O pior erro que já cometi foi não ter aproveitado os momentos com os meus pais. Na verdade, nunca fomos muito chegados, e eu também não fazia por isso, nem para melhorar a nossa relação... Agora é tarde de mais - senti um pouco de pena dela, por isso tentei reconfortá-la.

- Tu não sabias... - a conversa estava a ficar séria, esperava que a sua 5a pergunta alegeira-se um pouco.

- Bem...gostava que fosses tu primeiro a fazer a última pergunta. - disse a sorrir.

Bolas. Eu tinha a 5a pergunta já pronta, mas não nestas circunstâncias. Mas pode ser que dê... Se der para o torto, tento recompensá-la.

- Ok... Então o que fazias à porta do meu quarto? - tinha de a fazer. O objetivo era a honestidade, e pela resposta da humilhação, presumi que resultaria.

- Ok... Então o que fazias à porta do meu quarto? - perguntou-me depois de um pouco de hesitação.

Acho que a minha cara não dava margens para dúvidas do tanto surpreendida que estava...
Não. Isto não me estava a acontecer. E agora? Como ia dar a volta ao assunto? Não sabia mesmo o que dizer... I'm soo screwed ! Mas tinha que ser 100% honesta, essas eram as regras do jogo...

- Bem...eu... - a minha cara começa a ficar vermelha.. - Na verdade... - era agora. - Eu achei-te muito giro.., mas normalmente não consigo falar com rapazes sem me atrapalhar, alem disso eu já te tinha visto com a Selina... Ok basicamente estava a tentar evitar-te.. O que acabou por acontecer o contrário.. - a verdade veio ao de cima, acho que nunca fiquei tão corada como agora... só me apetecia fugir, mas ainda assim esperei pela reação dele.

A pergunta atingiu-a de surpresa. Reparava-se que não estava à espera daquilo. Começou a ficar vermelha.

- Bem...eu... Na verdade... Eu achei-te muito giro... - O quê??? Calma calma calma calma... - mas normalmente não consigo falar com rapazes sem me atrapalhar, alem disso eu já te tinha visto com a Selina... Ok basicamente estava a tentar evitar-te.. O que acabou por acontecer o contrário...

Ok. Não estava à espera desta. Algo como "enfiei esparguete na máquina de lavar e estou a fugir" ou "Estou a evitar a Rapariga x porque y". Não isto. Agora sentia eu a cara vermelha. Tentei assimilar algo coerente.

- Bem... Acho que apeaar de falhares redondamente na parte do evitar, o resto correu melhor do que esperavas. Quanto a mim, respondendo à minhá própria pergunta, estava a entrar no meu quarto...

- Bem... Acho que apesar de falhares redondamente na parte do evitar, o resto correu melhor do que esperavas. Quanto a mim, respondendo à minha própria pergunta, estava a entrar no meu quarto... - respondeu, definitivamente sem estar à espera do que eu disse...

Ohh boa... Acabei de fazer um enorme disparate. Se calhar não devia ter respondido, agora quase que não me sentia capaz de fazer a minha pergunta. Quer dizer, primeiro morro de vergonha ao cair esfarrapadamente no chão, e agora isto...não concordo muito com ele, com o "o resto correu melhor do que esperavas"...

- Bem, pois. - tentei soar como se não me importasse com o que ele pensa daqui-lo... Na verdade, ja nem me importo..

- Última pergunta. Diz-me 3 coisas que mais gostas numa rapariga. - pronto já ta... Não faço a mínima ideia do que ele vai responder, mas sinto uma ponta de curiosidade... é a última..depois acabou.

Não sei se fiz bem ou não, mas...

- Bem, pois. - Respondeu. Notava-se um poco de sarcasmo num tom de voz.

Era a vez da sua 5a pergunta.

- Última pergunta. Diz-me 3 coisas que mais gostas numa rapariga. - perguntou, um pouco hesitante.

Novamente, apanhou-me de surpresa. Não sabia bem qual a sua intenção com aquela pergunta. Mas também não consigo ler mentes. Quanto à pergunta, nunca tinha também pensado nisso.

- Bem, vamos lá ver... - Não tinha bem a certeza realmente... - O seu nível de honestidade. O seu sentido de humor. E seus gostos pessoas. - até agora, Lauren cumpria com todos... - Mas agora uma pequena mudança; acho que seria justo que me dissesses as 3 coisas que mais gostas num RAPAZ...

- Bem, vamos lá ver... - disse com uma ligeira hesitação. - O seu nível de honestidade. O seu sentido de humor. E seus gostos pessoais. - concluiu. Na verdade, e para minha surpresa, o que ele acabara de dizer, correspondia às minhas características... Mas decidi guardar isso para mim. - Mas agora uma pequena mudança; acho que seria justo que me dissesses as 3 coisas que mais gostas num RAPAZ... - ahah, na verdade já sabia que ele ia dizer isto..

- Sim acho que faz sentido. - respondi com sorriso a escapar-me. - Bem, as três coisas que mais gosto num rapaz são também a sua honestidade, a sua perspicácia e talvez a coragem... - A honestidade e a perspicácia, pois às vezes parece que consegue ler a minha mente, são valores que, sem dúvida, faziam parte do Pedro, a coragem também, em parte, pois ele revelou-me várias situações do seu passado, que se notava serem bastante difíceis para ele...

E ficou assim, o nosso jogo tinha acabado..esperei que ele analisasse a minha resposta. E fiquei a olhar para ele.