Rainbow Palace (Ninja Hideout)

Quando estive com o Pedro e com os outros tinham-me dito para ir visitar duas pessoas e uma delas chamava-se Selina e era um pouco rebelde.
Estava a ir para o quarto e vejo uma rapariga com uma garrafa na mão a entrar no quarto, só podia ser ela. Fui rapidamente ao meu quarto para ir buscar uma garrafa de vodka, provavelmente iria gostar se estava com uma garrafa na mão à pouco.
Bati à porta e abri-a um pouco:

- Oi, posso? Sou meio nova aqui. Trouxe um presente. -disse agitando a garrafa na mão.

Só conseguia ver uma parte do quarto dela porque a porta ainda estava só entreaberta não fosse ela estar acompanhada ou não me querer ali...
Esperei por uma resposta mas nada. Talvez tivesse ido ao quarto só buscar alguma coisa.
Pensei em ir me embora mas ela assim não iria saber que tinha estado ali.

Peguei num papel que estava em cima da mesa dela e certifiquei-me que era um papel sem nada e escrevi.

"Olá sou a Sarah, sou meio nova aqui e falaram me mal de ti. Estou a brincar. Falaram-me bem de ti e disseram-me que temos personalidades um pouco parecidas e eu queria ver isso porque não tenho uma personalidade fácil. Trouxe-te um presente mas como não estatas cá trago-te para a próxima. Eu sou do mesmo andar, três portas ao lado (direito). Se não fores lá eu depois volto cá. Bjs Sarah"

O Diogo também não estava a fim de conversa, por isso fui para o quarto.
Quando abri a porta, deparei-me com um papel escrito em cima da secretária.


"Olá sou a Sarah, sou meio nova aqui e falaram me mal de ti. Estou a brincar. Falaram-me bem de ti e disseram-me que temos personalidades um pouco parecidas e eu queria ver isso porque não tenho uma personalidade fácil. Trouxe-te um presente mas como não estavas cá trago-te para a próxima. Eu sou do mesmo andar, três portas ao lado (direito). Se não fores lá eu depois volto cá.
Bjs Sarah", dizia.

Desculpa Sarah, mas fica para a próxima, pensei.
Olhei em redor e comecei a tirar os posters da parede. O quarto já estava escuro há demasiado tempo.

Depois de um bom banho no regresso ao Campus e de me vestir decentemente com um pólo e umas calças de ganga que realçavam o bronze que havia apanhado nas férias da Páscoa, fui ter com Selina  como tínhamos combinado meia hora  antes.
Cheguei ao quarto e bati á porta. Ninguém deu resposta mas eu ouvi uma música a dar, parecia ser dos Never Shout Never, portanto a Sel estava lá de certeza.
De repente apareceu lá ela á porta com uma toalha envolta do seu corpo com o seu cabelo curto molhado e bastante despenteado.
Disse Olá e corei um pouco.
Selina  respondeu:
-Foste rapido, entra!
Não disse nada, entrei, fixei-a nos olhos e beijei os seus lábios suavemente.
Não sei porque tinha feito aquilo, fora apenas natural e eu amara aquele momento.
Fitei-a nos olhos e esperei pela sua reacção. Tinha um certo receio.

Ele beijou-me suavemente. Ignorei este acontecimento e anunciei que voltaria para a casa-de-banho para acabar de me vestir.

- Oh, OK. - replicou ele, de um modo triste. Parece que se apercebeu do que eu fizera.

Eu tinha muita coisa neste momento em que pensar, e arranjar mais um pretendente não fazia parte dos meus planos. Por agora, ele era amigo. E eu quis manter isso claro, quando saí, 5 minutos depois.

Envergava agora uns calções justos, pretos, a dar pelo joelho e a típica t-shirt cinzenta da CHERUB, uns quantos números acima do meu, visto que eu gostava delas largas e com as mangas a bater nos cotovelos.

Virei-me para ele.

- Olha... Eu gosto de ti. E gosto muito. Mas não dessa maneira. Não agora. Ainda tenho que tratar de algumas coisas e acredita quando digo que não te queres envolver comigo. - asseverei, levantando os braços em gesto de o afastar, mesmo estando a 15 centímetros dele. - Vamos para onde?

- Uhm... Queres ir comer algo para a cantina?

- Claro, parece-me bem. - respondi com um sorriso e esperança de que isto lhe passaria.

Já estava toda a gente a ir embora, pelo que eu também fui.

Pedro, feito gentleman, decidiu acompanhar-me até ao meu quarto.

Quase nos despedimos mas eu lembrei-me.

- Não queres entrar? - perguntei, 50% por causa do álcool, outros 50% porque eu queria. No, scratch that... 80% por causa do álcool.

- Hum, já que insistes. - respondeu ele.

Fui à casa-de-banho vestir o meu pijama, que basicamente eram uns boxers largos de rapaz sob o papel de calções e uma t-shirt também larga. Não percebo como há pessoas que conseguem dormir vestidas como top models.

Quando saí da toilet, Pedro já estava a dormir por cima dos lençóis. A minha cama consiste em dois colchões juntos, pelo que Pedro estava  a dormir num deles. Deitei-me no outro, por baixo dos lençóis e deixei-me dormir também.

Acordei e o relógio marcava 3:51pm. Pedro já estava acordado ao meu lado. Estava a olhar para mim.

- Então? Dormiste bem? - perguntei-lhe, sorrindo.

-Então? Dormiste bem?- perguntou Selina com um sorriso natural.
-Sim, dentro dos possíveis.- respondi eu brincando.
-Dentro dos possíveis porquê?-ironizou ela- Estás a insinuar que a minha cama é desconfortável?
-Não, nada disso, dormi como uma pedra. Esta dor de cabeça é que é lixada.
Ela assentiu e disse:
-I know that feeling.
-Pois, acredito que sim, se calhar exageramos um bocadinho ontem.
-Nada disso. Eu estava perfeitamente bem.-disse Sel.
Eu ri e respondi:
-Claro que estavas. Até me convidaste para ficar.- acabei por perceber que não devia ter dito aquilo.
Selina calou-se até que quebrou o silêncio:

- Cacete, que grande dor de cabeça. - disse-lhe.

- É, não é? - concordou ele.

- Bem... queres ir comer o pequeno almoço?

- A estas horas?

- Bem, sim. O que se come quando se acorda?

- O pequeno almoço...

- Então, considerando que acabamos de acordar, independentemente de serem 4 da tarde, ou 8 da manhã, continua a se chamar pequeno almoço. - informei - Pelo menos do meu ponto de vista.

-Ok, calma, não é preciso vires com essa agressividade toda, vamos lá tomar o pequeno almoço..- disse com uma cara de gozo
-Não estava a ser agressiva.- ripostou Sel.-Estava apenas a explicar-te a essência do pequeno-almoço.
Eu ri-me e disse:
-Ok, vamos lá tomar o pequeno-almoço então que eu já estou é a ficar cheio de fome.
-Queres tomar aqui no quarto, que eu tenho aí algumas coisas no meu mini-bar ou queres ir á cantina?
-Por mim podemos comer aqui, se não te importares, claro.-respondi
-Não, não me importo, até prefiro comer aqui para não ter de ir vestir outra roupa.
-As you wish.- brinquei
Selina riu e disse:
-Olha, queres ser um verdadeiro gentleman e trazes-me umas bolachas e um copo de leite á cama?
-Se tiver mesmo de ser.- gozei eu levantando-me do colchão no qual tinha dormido.
Comemos o pequeno-almoço, e o telemóvel de Sel vibrou:
Era Yasle, uma rapariga que tínhamos conhecido ontem e que parecia simpática, pelos vistos ela e Sel tinham-se dado bem, Sel aproveitou leu a mensagem em voz alta:
-Pessoal, ás 17:00 no refeitório para almoçar.- ambos nos rimos tendo em conta que Yasle percebera que todos estivéramos a dormir o dia todo.
-Queres ir?- continuou Sel.
-Não sei, eu estou bem aqui, mas é contigo?

- Queres tomar aqui no quarto, que eu tenho aí algumas coisas no meu mini-bar ou queres ir à cantina? - perguntei-lhe.

- Por mim podemos comer aqui, se não te importares, claro. - acabou por responder.

- Não, não me importo, até prefiro comer aqui para não ter de ir vestir outra roupa. - enunciei, com um sorriso.

Ele riu também.

- Olha, queres ser um verdadeiro gentleman e trazes-me umas bolachas e um copo de leite à cama? - brinquei.

- Se tiver mesmo de ser. - gozou ele também.

Comemos o pequeno-almoço - umas bolachas com pepitas de chocolate um copo de leite frio misturado com chocolate em pó -, ao som de Blowin' In The Wind, de Bob Dylan (gosto de música calma logo de manhã).

Enquanto o comíamos, recebi uma SMS de Yasle, a dizer para nos encontrarmos no refeitório, às 17:00, para almoçarmos. Li a mensagem em voz alta, de modo a Pedro a ouvir.

- Queres ir? - questionei.

- Não sei, eu estou bem aqui, mas é contigo? - interrogou-me, em modo de resposta.

Soprei, fazendo som com os lábios.

- Por mim podemos ir. Deixa só a música acabar. - estava agora a dar Peace Song, dos Never Shout Never, e eu não poderia ir embora sem antes a canção acabar, simplesmente não tem como...

-Não sei, eu estou bem aqui, mas é contigo?-respondi
Selina soprou com um ar de indecisão mas por acabou por dizer:
-Por mim podemos ir. Deixa só a música acabar.
-Roger that.-brinquei
A música terminou e Sel fitou-me nos olhos. Acabei por a beijar mais uma vez, provavelmente contra a sua vontade mas ela retribuiu puxando-me para cima da cama, fiquei em cima dela e continuei a beijá-la, quando parei olhei-a nos olhos e não consegui continuar, algo me disse que não devia fazer aquilo e que se queria preservar a nossa amizade não me podia precipitar. Fechei os olhos e disse:
-Desculpa, acho melhor eu ir andando.- E com isto saí do quarto.

Selina estava sozinha no seu quarto.

Depois de uma noite de festa bem fodida, estava quase a cair para o lado com a ressaca. Jesus, nem se lembrava como tinha voltado para o quarto.

Reparou nalguma coisa a mexer-se debaixo dos lençóis e viu que afinal não estava assim tão sozinha.

Com ela na cama, estava a rapariga mais linda do seu andar. Ou Selina pensava, já que não tinha a puta de ideia de quem a gaja era.

Olharam uma para a outra durante 5 segundos e ambas gritaram super alto.

A garina saiu a correr porta fora.

- Foda-se, mas que merda...? - perguntou-se Selina.

Estas férias iam ser as melhores férias de sempre.

Gritos no corredor. A começar pelo quarto da Selina... e para longe de lá. O mais impressionante... é que não me questionava "Mas que raio?!?" mas sim um "Que foi desta?".

Aproximei-me da porta do quarto, com a caraterística banana na porta, agora aparentemente aberta pela saída de quem quer que fosse,e bati levemente.
- Alô?

Selina estava agora a regressar de uma missão de rotina. Estava tão farta de ser agente da CHERUB. Só queria ser uma pessoa normal! Para o ano, para o ano que vem já teria 18. Podia finalmente sair. Ser livre.

- Que massada - disse ao alto enquanto começava a desempacotar as malas. - E isto também tem andado tão morto: nunca mais se ouviu de missões novas, empolgantes; os novos querubins formam os seus grupinhos e recusam-se a conviver com os mais velhos; estou tão farta de não fazer nada!

Watts dirigiu-se então à sua secretária e começou a fazer esboços de planos. Planos grandes. Planos para trazer de volta a animação.

Todos nós sabemos que como a diletante que a rapariga é, estes planos nunca iriam ver a luz do dia...