Quarto de Maria Kiedis Balzary

Estava curiosa por saber como era o meu quarto. Mal entrei vi uma cama com cobertores amarelos e uma almofada preta. Sentei-me no colchão para ver o quão fofo era. Segui até à minha secretária. Tinha pousado em cima um portátil da hp com webcam e rato incluído. A secretária tinha duas gavetas e uma delas possuía lápis de cor, marcadores, canetas, cadernos e todo o material escolar que fosse preciso. A outra gaveta estava vazia. Decidi por lá o meu mp4, o meu telemóvel e a minha coleção de palhetas de guitarra. Segui até à casa de banho onde vi uma banheira de tamanho médio, uma retrete, um lavatório e um espelho de corpo inteiro. Nunca tinha tido uma casa de banho só para mim! Perto da janela do quarto estava o meu armário. Era Suficientemente grande para caber lá as fardas da CHERUB, roupa interior, calçado e roupa extra. pousei a minha guitarra na esquina do quarto e comecei a colar alguns posters dos Red Hot Chili Peppers e dos REM nas paredes. Senti-me feliz. Liguei a TV e fiquei a ver a FOX sentada num puff vermelho.

Como era habitual, Jen gostava de visitar os querubins novos, por isso quando lhe disseram que havia uma querubim nova, Jen decidiu ir visita-la.
Depois de encontar a porta, bateu á porta, passados alguns minutos, uma querubim veio abrir a porta:
-Olá sou a Jen, presumo que sejas a Maria

As pessoas entravam e cumprimentavam-me.
Estava-me a sentir bem, num ambiente agradável e familiar.
-Sim sou eu. Maria Kiedis Balzary. Tudo bem contigo?
Estava com vergonha mas soltei-me e comecei a socializar.

Como era habitual, fui visitar o novo querubim que tinha chegado ao campus.
Bati à porta e abriu-me uma rapariga. Vi que já lá estava Jenny.
- Olá! Chamo-me Ali!
- Eu chamo-me Maria. - disse ela um pouco timidamente.
- Olá Ali! - disse a Jenny. - Estávamos a ouvir música e a falar.
- Posso juntar-me a vocês? - perguntei eu.
- Claro. - disse a Maria com um sorriso.

-Ainda estou à espera da recruta. Vai ser muito difícil?-disse eu.
-Sim. É sempre. - respondeu sorrindo.
-Que medo... - disse eu com um ar misterioso.
Na verdade estava mesmo com medo, mas não o quis demonstrar e gozei.

Bati á porta.
-Oi Maria-disse eu
-Olá Ray-respondeu-entra.
Entrei.
-Olha,desculpa não ter estado contigo ha muito tempo. tenho estado super ocupado.

-Olha,desculpa não ter estado contigo á muito tempo. Tenho estado super ocupado. - disse Ray.
Escorreu-me uma lágrima do canto do olho.
-Coisas suficientemente importantes para me deixares durante mais de um mês?
-Suponho que sim. - respondeu embaraçado.
-Sou assim tão insignificante? Quer dizer, nem te dignaste a mandar um sms ou assim...
Quis dar-lhe um abraço e beijá-lo mas não pude. Outra lágrima. Estava desapontada pelo que ele me havia feito.

-O que e que isso significa para ti?Queres acabar, e isso?-perguntei.
-Tu e que sabes.-disse.
-Isso significa sim?Eu ja pedi desculpa,se era isso que tu querias.-declarei-E alem do mais se te digo que estive muito ocupado devias confiar em mim,certo?

-Isso significa sim? Eu já pedi desculpa, se era isso que tu querias.- declarei - E além do mais se te digo que estive muito ocupado devias confiar em mim, certo?
-Ray, eu confio em ti... mas dizes isso com a maior frieza do mundo, sabes, eu tenho sentimentos. - disse eu. - Acredito plenamente que tenhas estado ocupado, mas não avisaste de nada. Não sabia sequer se estava tudo bem contigo. Não é que queira acabar, mas não quero estar sempre assim sem saber nada de ti e tu a tratares-me assim, como se nada fosse!

-Ok,enao acabamos.Eu nao sou propriedade tua e nao me podes obrigar a fazer nada.Tenho vida alem de namorar.Preciso de liberdade para fazer o que me apetece.
Maria estava a chorar e tive pena dela,mas ela nao estava a compreender o que eu queria dizer.
-Nao sejas picuinhas.Nao chegamos tao longe no namoro para gostares assim TANTO de mim.

-Não sejas picuinhas. Não chegamos tão longe no namoro para gostares assim TANTO de mim.
-Só podes estar a gozar comigo, Ray! Trataste-me como lixo e eu é que ainda sou picuinhas?
-Bem... - começou ele, mas eu interrompi.
-É claro que eu gostava mesmo muito de ti! Eu não ia começar um namoro sem ter o pleno conhecimento de que gostava muito dessa pessoa! Porquê? Não pensas assim? - perguntei zangada.

-Sim mas tu es muito possessiva.Nao aguento assim.Importaste de que saia do quarto??-perguntei eu
-Sai...tu e que sabes o que fazes.-respondeu
-Entao vou sair.Xau.-disse eu.
Sai do quarto e bati a porta. Sentime triste por acabar com ela,mas acho que ela mereceu.

-Vai lá á tua vida. - disse eu a chorar. - Vai e não voltes.
Senti-me mal. Gostava bastante de Ray e ele havia sido a pessoa que me fez sentir bem no campus e sentir que havia gente a gostar de mim algures. Sentei-me num puff.
-Boa! - disse ironicamente para mim própria. - Era tudo o que eu mais queria!

Apesar de só terem passados alguns dias, queria visitar Maria, para lhe dar um presente. Tinha sido um dos únicos momentos da minha vida,em que, havia alguém a querer ver-me pessoalmente, pois na minha vida antiga, os meus amigos eram duma das piores espécies do mundo. Bati à porta, e Maria pergunta-me com um sorriso:
-Olá, o que te trás cá?
-Bem, vim cá para para ver se estava tudo bem. Ah, e também vim para te dar uma prenda de agradecimento- respondi eu, meio preocupado com nem sei o quê.

-Entra então. Queres comer ou beber qualquer coisa? - perguntei apontando para o frigorífico.
Fui servir uma taça de amendoins e outros frutos secos e pu-la em cima de uma pequena mesa á beira de dois puffs nos quais nos sentámos.
-Uma prenda de agradecimento porquê? - perguntei.

-Porque vieste dar-me as boas vinda logo no primeiro dia. Pouca gente me fazia isso, antes de eu entrar para a CHERUB. Por isso mesmo, acho que mereces um.
Reparei que, eu não estava a ver a prenda em lado nenhum, mas depois lembrei-me :«Bolas! Esqueci-me da prenda no meu quarto». Eu estava a entrar em pânico, mas tinha de ir buscá-la num instante, por isso disse à Maria:
-Desculpa-me, mas esqueci-me da prenda no meu quarto. Não te importas de esperar uns 30 segundos por mim?
-Acho que os vou contar bem direitinhos-riu-se ela-vai lá, mas não te demores.
Eu fui a correr, para o meu quarto, para a ir buscar. Em 15 segundos, eu já estava outra vez no quarto de Maria, mas, desta vez, com a prenda nas minhas mãos. Era muito grande, o alto o suficiente para um bebé recém-nascido caber lá dentro.

-Miguel, não era preciso. - disse sorrindo. - Não fiz nada de mais.
Estava surpreendida, pois nunca ninguém me havia feito algo semelhante. A prenda era grande e Miguel segurava-a com as duas mãos simultâneamente.
-Mas de qualquer maneira, obrigada. - disse eu, dando-lhe um beijo na bochecha.

-De nada-disse eu - os amigos fazem isto uns aos outros. E mesmo assim, sim fizeste uma coisa extraordinária. Pelos menos, para mim, isto é uma das coisas mais magnificas que me aconteceram.
Eu estava a sentir-me estranho. Nunca antes tinha tido amigos de jeito, mas seria isso, uma causa não habitual para mim? Mas naquele momento, o que me interessava, era aproveitar aquele momento magnífico. Mas, lembrei-me duma coisa logo e perguntei:
-Então, queres fazer alguma coisa? Está-te apetecendo fazer alguma coisa? Eu não me importo com o que quer que seja.

-Se quiseres podes contar-me como vieste cá parar. - disse eu - Ou não. Se não te sentires confortável para falar sobre isso, eu percebo completamente. - disse a sorrir.
Fui buscar uma lata de coca cola ao mini frigorífico e retirei dois copos de um pequeno armário e de seguida pu-los em cima da mesa e servi-nos aos dois.
-Ai que distraída que eu ando. - exclamei eu. - Nem te perguntei se gostavas de coca cola. Gostas? - perguntei.

-Sim, claro-respondi eu-e quanto a como eu aqui vim parar, acho que és a primeira pessoa a quem conto a verdade. Ok, então vou começar com o meu passado de 11 anos. Eu era um miúdo muito cuidado, e nem me atrevia a dizer coisas como «raios» ou «bolas». Mas a partir de um momento, em que estava farto de ser sempre gozado e discriminado, avancei para o ataque, e aos 11 anos e meio, respondi a um ataque idiota, com uma cuspidela e, praticamente, mostrei-lhes um manguito. Mas, felizmente, esses pararam com isso. Mas aos 12 anos, comecei a ser mais físico, e quando o meu MELHOR amigo, gozou comigo, levou na cara e nunca mais se atreveu. Mas então, pouco do fim de Novembro, dois assassinos da Rússia, mataram os meus amigos, mais os meus pais. Quando os vi na minha casa, a tentar eliminar provas do assassinato, eu peguei na arma deles, pousada no chão, e matei um deles. O outro que me tinha visto, não encontrava a arma, e eu intimidei-o, e ele rendeu-se à polícia. Quando a polícia tratou deles, levaram-me para um lar de acolhimento, no qual, o Ryan Sharma, me encontrou uma semana depois. Por volta, de a meio de Dezembro, o diretor da CHERUB, convidou-me a entrar e eu aceitei. Longa história, hã?

-Um pouco longa. -disse eu.
Surpreendi-me por ter sido a primeira a saber aquilo.
-Estás bem, não estás? - perguntei preocupada. - Não te quis forçar a nada. - disse tocando-lhe o ombro. - Agora tens de pensar positivo. Aqui todos te vão tratar bem, prometo. Quem não o fizer, perde uma amiga. - abracei-o.

-Se calhar...-disse eu, não totalmente convencido- eu tenho a certeza que, há sempre um armado em ser o melhor e coisas assim. Mas, se tu assim o dizes, tenho a certeza que nada irá acontecer-conclui eu, mais calmo.
Não tinha grandes certezas, mas sabia, que aqui os castigos eram pesados, e eu duvidava, que alguém se atrevesse a tanto. Provavelmente, eu iria ter sorte e ter montes de amigos, tal como toda a gente gosta. Mas, naquele momento, o que importava, era estar com aqueles que, verdadeiramente se importam.
-Olha,acho que devias abrir o teu presente. Vais gostar de certeza, toda a gente gosta disto.-disse eu, contente.

-Eu pelo menos nunca tive um inimigo... - disse eu.
Comecei a abrir o presente. ''Uau... um presente'' - pensei para mim própria - ''Que cena...''
-És mesmo querido, Miguel. - disse eu enquanto o abraçava e voltei para abrir o presente cuidadosamente para não rasgar o papel de embrulho. - Obrigada mesmo.
Abri o presente e fiquei surpreendida.
-O que é isto? - perguntei entusiasmada.

-Acho que vais ter de esperar um bocadinho-respondi eu, a disfarçar lindamente- eu sei que vais gostar.
Maria abriu o presente, e ficou admirada com o que viu. Eram vários papéis, todos com um código e com o número da página. Eu tinha posto lá o significado de cada letra, mas cabia a ela descobrir as mensagens, e depois conseguir ordená-las, de acordo, com o número da página. Ela descobriu a mensagem em menos de 10 minutos e leu-a em voz alta para eu ouvir:
-Abre o maior envelope que vês e descobre o que está lá dentro-ela assim o fez e qual não foi o seu espanto, ao ver um colar, que estava mesmo à perfeição, para o pulso dela. Após vários segundos ela foi percebendo o que era, e para que era.
-Espero que não te tenha desapontado-disse eu, nervoso- espero que gostes.

-Sim, adorei. - disse eu. - Obrigada. A pulseira é linda.
Dei-lhe um beijo na bochecha como agradecimento.
-És a pessoa mais querida que já conheci. - disse eu. - E não estou a exagerar...
A pulseira era muito bonita e servia-me perfeitamente.
-Agora sinto-me mal por também não te dar nada. - disse embaraçada.

-Não me importo-disse eu, calmo- podes oferecer-me noutro dia, mas não te estou a obrigar. Não precisas de me dar nada, a sério. Mas também, não estou a impedir-te de me dares um presente. A escolha é tua.
Eu sabia que, qualquer um gostava de uma prenda, mas também tinha-mos que aprender que, o dinheiro não estica. Não lhe podia exigir um presente, mas também não o podia impedir. Mas, eu sabia, perfeitamente, que o melhor presente já ali estava. Por isso, por fim, eu digo-lhe:
-O melhor presente de todos, já está aqui. Uma amiga como tu, é um dos melhores presente que, pelo menos eu, podia ter.

-És mesmo querido, Miguel. Sinto-me mesmo bem á tua beira. - disse eu.
De facto, gostava muito dele e fiquei um pouco decepcionada quando me tratou por uma amiga banal.
-Também és o melhor presente do mundo. Entras aqui no meu quarto sem eu estar nada á espera e trazes um presente. E trazes-te a ti. Obrigada, obrigada, obrigada. Eras tudo o que eu precisava.

-E tu és a pessoa mais simpática que eu já vi no mundo. Estou agora a perceber, o que é que uma amizade inclui. E parece-me que esta é especial. Quando vejo outras, dá para ver que são normais. Mas a nossa, é especial e eu gosta muito dela. Mas, é óbvio que gosto mais de ti, do que ela. Também gosto muito de ti, desde o dia em que nos conhecemos cara-a-cara. Espero bem que, sejamos amigos para sempre.

-Concordo contigo. Obrigada por tudo. Não me sentia tão especial desde que cheguei ao campus. E olha que já cá estou para aí á 6 meses... - comentei.
Dei-lhe um beijinho na bochecha.
-És o melhor amigo que alguém pode ter. - disse. - Olha, e se deixássemos o meu quarto entediante e fossemos a algum lugar mais interessante?

-Claro! Acho uma ótima ideia. Deixa-me pensar... este não dá, este também não, bolas este também não...
-Deixa estar. Há um sítio fixe, que quero te mostrar. Isto é, se não te importares, é claro. Acho que pode ser essa a minha oferta. Gostas?
-Claro!!! Estou entusiasmado! Só que, não estou a lembrar-me de um único sítio, a que me possas levar. Provavelmente, uma zona tipo...
-Não tentes adivinhar! O sítio é secreto, e não queres estragar a surpresa, pois não? Claro que é uma pergunta retórica, por isso vamos!
-Tenho a sensação que estás a tramar algo fixe...-comentei eu, não conseguindo esconder a emoção toda.

-Eu estou sempre a tramar alguma. É algo que vais aprender comigo. - disse eu a rir.
Então peguei-lhe pela mão e conduzi-o para fora do quarto.
-Onde me levas? - perguntou Miguel.
-Surpresa. - disse eu. - Provavelmente ainda não lá estiveste. Vou tentar ser original.
Fechei a porta do quarto.
-Porra! - disse eu.
-O que foi? - perguntou Miguel preocupado.
-Esqueci-me da porcaria das chaves lá dentro... por acaso não tens contigo uma gazua?

-Claro! Está aqui, comigo-respondi eu, à procura dela-aqui não... aqui também não... está aqui! Fica com ela se quiseres.
Maria pegou nela e fez o que tinha a fazer. Depois voltou, e seguimos viagem, até o tal sítio. O sítio, que eu tinha estado à espera, estava finalmente ali. Só que algo não estava certo. Não conseguia perceber o esquema, e Maria teve de me dar algumas instruções, para eu lá chegar. Mesmo assim, eu continuava, sem perceber nada.

-Obrigada. - disse enquanto abria a porta e ia buscar as chaves dentro do quarto e lhe devolvia a gazua. - Segue-me. - disse enquanto lhe pegava pela mão e o conduzia.
-Ok. - respondeu Miguel.
-Agora só espero que não faça figura de parva e já lá tenhas estado... - disse a rir.

Spoiler:

***DEPOIS DE SAIR DA PISTA DE BOWLING***

-Chegámos. - disse eu quando entrámos no quarto.
-Um pouco óvio. - disse Miguel na brincadeira.
Sentámo-nos em cima da minha cama e eu baixei a cabeça um pouco corada.
-Então, o que me querias dizer? - perguntei seria.
O meu coração batia muito rapidamente e, naquele momento, desejava ouvir o que eu mais queria. Será que estava a criar falsas expetativas? Como me tinha apaixonado tão rapidamente depois de acabar com Ray? Eu não era nada assim... O que queria ele dizer? Será que vou fazer figura de parva?
Naquela altura muitas perguntas me passavam pela cabeça e mal me conseguia concentrar no que Miguel ia dizer. Sentia-me como se o meu coração fosse explodir de tanto bater. Eu sustinha a respiração e olhava fixamente para Miguel até que o ouvi balbuciar qualquer coisa.

-Eu quero andar contigo. Obviamente que eu quero dizer que quero namorar contigo. Foi-me tão difícil dizê-lo ali, pois tinham demasiados querubins por lá. Eu já percebi que tu também gostas de mim. Mas, mesmo assim, tenho de te perguntar uma coisa, que, cada resposta, pode mudar a minha vida inteira no campus. Por isso, só tenho uma coisa a perguntar-te: Queres namorar comigo?

E pronto. Tinha sido a derradeira. O meu coração retomou o ritmo habitual e eu senti-me como não me sentia há muito tempo. Aquilo tinha sido o que eu mais queria ouvir.
Não respondi. Ainda estava meia em choque.
-Maria, estás-me a ouvir? - perguntou Miguel.
-Quero. - disse eu sorrindo e dando um grande abraço apertado a Miguel.
Naquele momento, o meu mundo começou a girar outra vez e tudo o que eu desejava era que tudo corresse bem e que não me magoasse outra vez.
-Quero, quero, quero! - disse entusiasticamente.

-Ainda bem. Sabes, eu posso não ter muita experiência com raparigas, mas vou sempre tentar ser bom contigo. E garanto-te que aconteça o que aconteça, não vou deixar ninguém magoar--te. Basta dizeres-me quem foi o espertinho e eu trato dele em 40 segundos ou menos. Tu viste a o que aconteceu na pista de bowling, por isso deves saber do que eu sou capaz. Confias em mim?

-Se confio em ti? Confiança é uma coisa que se adquire ao longo do tempo. E nós conhecemo-nos para aí à uma semana... - constatei eu - Mas, para já, não tenho razão nenhuma para não confiar em ti. Muito pelo contrário. Nem as pessoas que eu conheço quase já há um ano me deram tantas razões para ter confiança nelas como tu. Por isso acho que a minha resposta é sim. - disse sorrindo.
Olhei-o nos olhos e o silêncio gerou-se. O meu coração começou a bater fortemente outra vez. Ainda olhando nos olhos de Miguel, fui aproximando a minha cabeça da dele até que os nossos lábios se tocaram. E eu... beijei-o. Sentia-me confusa. O que vai pensar agora ele de mim? Porque fui tão precipitada?
-Desculpa Miguel! - disse afastando-me e levando as mãos à testa. - Desculpa. Fui rápida demais. Desculpa...
Senti uma lágrima a escorrer pelo canto do olho e tinha a garganta apertada. Porquê agora, Maria? Se perdesse a pessoa de quem eu mais gostava naquele sítio, nunca mais me perdoaria.

-És demasiado nervosa-respondi eu com um sorriso-claro que não foi asneira nenhuma! Até, pelo o contrário foi a melhor coisa que me aconteceu desde que vim para aqui, parar. Parece que tenho aqui uma sorte gigante.
Eu dou-lhe 3 beijos e, de repente digo-lhe assim:
-Desculpa se eu não te beijar tanto por agora. Parece que também sou muito tímido, mas com o tempo vou-me habituando. É só para saberes, que eu gosto muito de ti, e não te deixava por nada deste mundo.

Aquela frase fez o meu dia.
-Leva o tempo que quiseres. - disse sorrindo.
Então sentei-me no seu colo e abracei-o.
-Não te posso submeter a nada. - disse antes de lhe dar um beijo carinhoso. - Obrigada por me fazeres feliz. Amo-te.

-Também te amo. Espero que corra tudo bem entre nós. Para te dizer a verdade, eu sinto-me assim desde que tu apareceste no meu quarto. Admito isso, e também admito que não me importava de me meter em sarilhos só para te ajudar. Sempre, achei que tu também te sentias da mesma maneira, a agora está tudo comprovado. Ainda bem, que me deram uma zona boa para viver e uma rapariga que eu finalmente gosto.

Ele era realmente querido. Até aquela altura pensava que tudo que era homem não prestava mas ele era a prova que aquilo era mentira.
Beijei-o outra vez.
-Estava a pensar se não querias ir a algum sítio. Fora do meu quarto.
-O teu quarto não é um sítio mau. - brincou Miguel.
-Não agora. Talvez amanhã. Já é tarde. - suspirei eu.
-Pois, agora também não nos deixavam sair do campus. - concluiu Miguel. - Mas onde querias ir?
-Sei lá... - respondi. - Talvez á praia... Alinhas?

Spoiler:

-Ok, então encontramos-nos na praia amanhã. Mas, antes de irmos, há uma coisa que falta. Muito importantíssima.
-O que é-perguntou ela- deixaste aqui algo ou outra coisa importante qualquer? É isso? Sabes onde as puseste?
-Não-respondi eu- não é isso que falta-Achas mesmo que eu ia-me preocupar com uma coisa dessas. O que falta é exatamente o que não deves estar à espera. Pelo menos, por agora tu não estás à espera disto, por agora.
E, nesse momento, viro-me para trás e dou-lhe um beijo. Ela ficou mesmo surpresa, com aquilo e eu disse a seguir:
-Aqui está o meu número. Telefona, amanhã, para o caso de acontecer algum imprevisto, ou estares atrasada. Então, encontramos-nos às 9:00, de amanhã?

-Sim pode ser. - disse enquanto lhe passava também o meu número. - Depois vou ter contigo ao teu quarto e vamos juntos, pode ser?
-Pode. - respondeu.
-Xau então. Até amanhã. - disse enquanto lhe agarrava a cintura e me aproximava dele para lhe dar um beijo.
Beijámo-nos durante uns 20 segundos com algumas interrupções para recuperar o fôlego.
-Xau, Maria. - respondeu ele já saindo pela porta.
-Miguel, espera! - gritei eu.
Miguel virou-se rapidamente.
-O que foi? - perguntou ele docemente.
-Amo-te. - disse.

Spoiler:

Eu e Miguel tínhamos acabado de voltar da praia e quando chegámos ao campus dirigimo-nos diretamente ao meu quarto.
-Gostaste do nosso passeio? - perguntei antes de lhe dar um beijo longo.
-Gostei muito. - disse ele retribuindo.
-E jantar? Comemos no meu quarto ou vamos á cantina? Só te aviso que se for aqui vais ter de ser tu a cozinhar, porque os meus dotes culinários são um bocadinho para o maus. A não ser que o teu prato preferido seja lombinho de vaca esturricado com puré de arroz. - disse eu a rir.

-Acho que comemos aqui. Apesar de eu não saber muitos pratos, tenho o perfeito para nós os dois. É só dares-me os ingredientes, e eu preparo a comida, num instante-respondi eu. Peguei em duas luvas, e fui buscar os ingredientes. Os ingredientes eram carne, pão, batata e alface. Para começar, pus a carne dentro do pão mais a alface, pus-lhe dentro do forno e fritei as batatas. Depois de estar tudo pronto, servi-nos os pratos e sentámos-nos à mesa. Depois, deixei-a experimentar a comida e perguntei-lhe:
-Então, o que achas da comida? Sabe bem?

-Parece que temos cozinheiro. - disse eu a rir. - Está muito bom. Parabéns. - disse beijando-o.
-Obrigado. - agradeceu ele.
-Não tens de quê. - sorri eu. - Gostei muito do dia de hoje. Foi perfeito.
Levantei-me e dei-lhe um beijo.
Quando acabámos de comer, levantei os pratos e meti-os na banca.
''Amanhã lavo.'' - pensei para mim própria.
-Então... - inquiri eu. - Como é amanhã? Tens algum compromisso?

-Enquanto não houver resultados da Recruta, não tenho nenhum compromisso-respondi eu-por isso aonde é que vamos amanhã?
Eu não tinha ideia nenhuma, por isso sentei-me numa cadeira, e pus-me a pensar numa coisa para fazer, no dia seguinte. A minha mente, não tinha algo diferente na mente, por isso decidi esperar por uma ideia de Maria. Não tinha certezas se ela tinha alguma ideia, mas ideias era o que já se esperava dela. Pelo menos, eu esperava.

-Queres ficar por cá e vemos um filme no meu quarto? - perguntei eu. - Ou então podíamos fazer uma espécie de festa?
-Não sei... talvez. - respondeu ele.
-Ainda não conheces muita gente cá no campus... - constatei eu. - Se eu convidasse para cá algumas pessoas que eu conheço e tu algumas que tu conheças poderás a ficar a conhecer gente de cá e com sorte eu também faço amigos novos. O que achas?

-Então, estamos de acordo. Só que, o meu único amigo já é teu. Eu chamo-o de shooter!-disse eu. Eu já tinha percebido a minha situação e, eu é que ia fazer amigos. Eu tinha de lhe dizer que ela podia convidar, quem ela quisesse.
-Não precisas de me perguntar quem que eu quero convidar. Apenas peço-te que convides o shooter. De resto, escolhes tu.